9. Recuperação e Reabilitação dos
Dependentes de Drogas
a. Dificuldades
Não
é fácil reabilitar e recuperar dependentes de drogas. O diagnóstico precoce é
de capital importância para aumentar as expectativas de cura.
Programas
impostos de caráter coercitivo e policialesco não apresentam bons resultados.
Enquanto são desintoxicados, os dependentes de drogas devem ser convencidos de
que a reabilitação e a recuperação respondem a seus interesses pessoais.
b. Técnicas de Reabilitação
O
desenvolvimento destes projetos depende da criação de Centros de Desintoxicação
e de Reabilitação e da Organização de Equipes Multidisciplinares orientadas
para a solução dos problemas.
Normalmente, as equipes
multidisciplinares são constituídas pelos seguintes profissionais de nível
superior e médio:
- médicos e enfermeiros, com treinamento em
desintoxicação e reabilitação de drogados;
- psicólogos, terapeutas ocupacionais,
músico-terapeutas, assistentes sociais e professores de Educação Física;
- técnicos em recreação, artistas plásticos e
artistas cênicos com experiência em teatralização terapêutica.
A
metodologia de trabalho mais eficiente é a de “Comunidade Terapêutica” , que
foi amplamente utilizada na Itália, quando se decidiu esvaziar os manicômios.
De acordo com esta metodologia, a equipe técnica e os assistidos se organizam
numa grande comunidade, que debate os programas de reabilitação, e os
harmonizam com os interesses do grupo.
O
objetivo primordial dos programas é fortalecer a auto-estima, debater todas as
angústias e inseguranças que levaram as pessoas a se drogarem e fortalecer a
vontade de resistir à dependência de drogas.
c. Particularidades Técnicas
Nas sessões de terapia de grupo, os
indivíduos são induzidos a:
- integrar-se ao grupo e dividir com os demais
as suas angústias e as suas pequenas vitórias;
- verbalizar todas as suas angústias e
incertezas e computar todas as suas pequenas vitórias e desenvolver um intenso
intercâmbio de vivências e de técnicas de apoio mútuo;
- estudar a história natural das “enfermidades”
apresentadas e levantar os pontos comuns com suas próprias “histórias”;
- firmar a convicção de que devem romper
definitivamente com seu grupo anterior e com os narcotraficantes.
Estas
ações, em que os indivíduos se identificam com os demais integrantes das
comunidades terapêuticas e, em atividades de apoio mútuo, compartilham com os
demais suas angústias e inseguranças, e suas pequenas vitórias são de extrema
importância.
A
teatralização das “histórias naturais” das “doenças”, a busca das raízes do
problema e a formulação das expectativas de cura, escritas “a muitas mãos”
pelas pessoas em recuperação, com o apoio de um artista cênico e de um psicólogo,
apresentam um notável efeito de catarse.
Desde
a antiga Grécia, as tragédias vêm produzindo um efeito altamente salutar, ao
conscientizar vivências emocionais reprimidas pelo consciente, e reduzindo seus
efeitos traumatizantes sobre as personalidades. Os psicodramas devem ser
valorizados.
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