26 maio 2020

MANUAL DE DESASTRES HUMANOS - VOLUME II - Quadro de Intoxicação Crônica - Anfetaminas - Quadro Clínico - psicose anfetamínica - Nas intoxicações agudas, ocorrem, em progressão


Quadro de Intoxicação Crônica

As freqüentes situações de anoxia cerebral acabam produzindo lesões irreversíveis nos neurônios, especialmente da córtex cerebral, reduzindo as capacidades neuropsíquicas dos pacientes, de forma definitiva. 

Os pacientes com intoxicação crônica apresentam incoordenação motora, pensamento nebuloso, vocabulário extremamente limitado, fala enrolada, perda de memória e da capacidade de pensar com clareza.

A inalação de benzeno produz danos à medula óssea, com anemia aplástica, grandes danos à visão, perda de peso, além de lesões hepáticas e renais.

O grande problema dessas drogas é que elas são facilmente acessíveis no comércio geral, além de causarem danos extremamente graves a partir da infância. É imperativo que se estabeleça uma legislação que proíba a venda desses produtos a menores de 18 anos.


e. Anfetaminas

As anfetaminas, da mesma forma que outras aminas estimulantes do Sistema Nervoso Simpático (aminas simpaticomiméticas), atuam sobre o Sistema Nervoso Autônomo, estimulando as contrações cardíacas e a contração da musculatura lisa. Além disso, são, à semelhança da cocaína, estimulantes do Sistema Nervoso Central.

A maioria dos consumidores começa usando a droga por via oral, buscando combater o sono e estimular as funções corticais. Nestas condições, as anfetaminas são utilizadas por caminhoneiros que precisam se manter dirigindo em longas viagens e por estudantes nas penosas “viradas” nas vésperas de provas.

Como a tolerância aos efeitos euforizantes se desenvolve rapidamente, a dose inicial, que era de 5 a 10 mg, aumenta gradualmente até atingir doses elevadas, como 150 a 250 mg/dia. Instalada a dependência, passa-se a utilizar a via endovenosa para apressar os efeitos da droga.


Quadro Clínico

O uso de pequenas doses, por pessoas que ainda não desenvolveram tolerância produz sensação de bem-estar, logorréia (aumento da verbosidade), melhora o humor, reduz a sensação de fadiga e aumenta a atividade psíquica e neuromuscular.

O uso de doses maiores, além do quadro já descrito, produz também apreensão, excitação, tremores, dilatação das pupilas (midríase) hipertensão arterial, sudorese, respiração acelerada, taquicardia, rubor facial, secura na boca, náuseas e vômitos.

O uso de doses pesadas intensifica todos os sinais físicos citados e o quadro complica-se com febre, hiper-reflexia e alterações no ritmo cardíaco (arritmias), com freqüentes extrassístoles, que podem evoluir para crises intensas de taquicardia paroxística, quando a freqüência cardíaca ultrapassa 180 batimentos por minuto.


Os distúrbios psíquicos também são mais intensos, muitas vezes provocando a chamada “psicose anfetamínica”, que se caracteriza por:

-  delírio de perseguição;

-  alucinações visuais, auditivas e, às vezes, olfativas e sensoriais;

-  comportamento convulsivo e pânico;

-  sintomas paranóides, como conceito exagerado de si mesmo, desconfiança, idéias reivindicatórias, de grandeza e de perseguição;

-  aumento das tendências suicidas e homicidas.


Nas intoxicações agudas, ocorrem, em progressão: 

- convulsões;

- febre alta;

- quadro de choque

- coma (perda de consciência);

- morte por insuficiência cardiorrespiratória.

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