Fisiopatologia do
Afogamento
Existem variações fisiopatológicas entre os
afogamentos em água do mar e água doce. Apesar de cada um ter especificamente
suas características, as variações são de pequena monta do ponto de vista
terapêutico.
As observações feitas por MODELL e cols., demonstraram que as mais
significativas alterações fisiopatológicas decorrem de hipoxemia e acidose
metabólica.
O órgão alvo de maior comprometimento é o pulmão.
A aspiração de água promove insuficiência respiratória e conseqüente alteração
na troca gasosa alvéolo-capilar, e distúrbios no equilíbrio ácido-básico.
As
alterações fisiopatológicas que ocorrem dependem da composição e da quantidade
de líquido aspirado. O mecanismo de alteração na ventilação após aspiração de
água doce é diferente daquele em água do mar.
Estudos demonstraram que os
afogamentos em água do mar não alteram a qualidade, somente comprometendo a
quantidade do surfactante pulmonar, diferentemente dos afogamentos em água doce
onde ocorrem alterações qualitativas e quantitativas produzindo maior grau de áreas
atelectasiadas.
A aspiração de ambos os tipos de água promovem alveolite, edema
pulmonar não cardiogênico, e aumento do shunt intrapulmonar que levam à
hipoxemia.
Alguns autores descrevem uma maior gravidade na lesão pulmonar em
água doce outros estudos não apresentaram maior mortalidade do que os casos em
água do mar ficando a questão ainda em aberto.
“Afogamento tipo seco provavelmente não existe” –
Se a necrópsia não evidenciar água no pulmão, a vítima provavelmente não estava
viva quando entrou na água“.
Nem todas as pessoas que se afogam aspiram água em quantidade.
Aproximadamente menos de 2% dos óbitos parecem ocorrer por
asfixia secundária a laringoespasmo, portanto sem aspiração de líquido
importante. O termo “afogado seco” muito utilizado no passado foi recentemente
extinto da nomenclatura, já que todos os afogados aspiram alguma quantidade de
liquido.
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