Introdução
Desde que me recordo, tenho uma fascinação pelo Corpo de Bombeiros e as viaturas de Resgate. Quando criança, adorava visitar quartéis de bombeiros, entrar nas viaturas, usar os capacetes e me imaginar combatendo o fogo e resgatando pessoas. Hoje essa admiração não é diferente, e como estudante de Design de Produtos, vejo como as ferramentas adquiridas no decorrer deste curso podem contribuir para melhoria das condições de trabalho destes profissionais tão incríveis que estão todos os dias nas ruas para salvar vidas.
São
Paulo está entre as cinco maiores cidades do mundo, são mais de onze milhões de
habitantes e 5 milhões de veículos. Soma-se o crescimento sem planejamento à
equação e o resultado é uma receita para desastres. Dentre os serviços de
atendimento médico de urgência o GRAU Grupo de Resgate e Atenção às Urgências e
Emergências se destaca. Criado há 26 anos com o objetivo de fornecer serviços
médicos para auxílio às ações do Corpo de Bombeiros, é tido como a força de
elite do resgate médico. Ligado à Secretaria de Estado da Saúde, o órgão possui
características diferenciadas, provenientes do contato com serviços militares,
uma vez que integra um sistema híbrido acionado por meio do número 193,
composto ainda pelo CBPMESP (Corpo de Bombeiros Militar do Estado de São Paulo)
e o Grupamento de Radiopatrulha Aérea da Polícia Militar.
Os
integrantes do GRAU passam por treinamentos árduos e extensos, para estarem
aptos a atuar em situações que podem ir desde uma colisão entre veículos à
resgate em estruturas colapsadas com múltiplas vítimas, bioterrorismo,
desastres naturais, dentre muitas outras.
Com
um contingente altamente treinado e especializado, espera-se que todo o
equipamento e estrutura utilizados estejam à altura, mas a realidade é
diferente, pois mesmo que utilizem veículos atuais, partem do mesmo princípio:
originalmente, são veículos comuns adaptados para se tornarem um veículo de
resgate. Possuem uma série de restrições construtivas e de plataforma que não
podem ser modificadas, e não conseguem ter a versatilidade e
multifuncionalidade que a tripulação demanda. O resultado é um veículo que
embora consiga cumprir as funções, não foi pensado em quem utilizará o veículo,
nem em quais as reais necessidades dos mesmos. Tal fato é visível em muitas
soluções improvisadas que os profissionais atuantes criam para driblar algumas
destas restrições: Equipamentos de Proteção Individuais, ou “EPI’s” são
colocados em lugares inusitados e até mesmo perigosos para os ocupantes da
viatura, dentre outras “gambiarras” presentes que agilizam o acesso à
equipamentos e facilitam o embarque e desembarque.
O
presente projeto de conclusão de curso de Design de Produtos foi embasado pelo
mapeamento dos pontos chave que a viatura precisa atender. Tais aspectos foram
identificados através de pesquisas de campo, as quais serão apresentadas no
decorrer deste trabalho, relatos de profissionais do GRAU, Corpo de Bombeiros,
SAMU e referências bibliográficas nacionais e internacionais.
Dos
dados coletados, foram estipulados cinco questões acerca do veículo a serem
consideradas.
Primeiramente, a ergonomia
do condutor: como é a rotina, os desafios e
principalmente, durante os deslocamentos, quais as funções extras que
sobrecarregam a tarefa de conduzir a viatura, e de que forma isso pode ser
amenizado?
Em seguida, o
armazenamento de equipamento: como o equipamento é
organizado atualmente? existe uma lógica na disposição dos mesmos? Qual a
melhor maneira de acomoda-los? Por que determinados itens são instintivamente
alocados em partes específicas da viatura? Prosseguindo para os sinalizadores
sonoros e luminosos: existem maneiras de minimizar a exposição prolongada á
ruídos provenientes da sirene? As sirenes atuais suprem todas as necessidades
propostas? Quais suas funções atuais?
Padronagem visual: o
padrão de identificação atual consegue comunicar com rapidez a função do
veículo? A padronagem de pintura pode além de sinalizar tornar o visual da
viatura mais dinâmico? Mecânica: a viatura está devidamente preparada para
enfrentar as condições extremas de seu uso? Quais ítens poderiam ser
aprimorados de forma a aumentar a segurança e confiabilidade do veículo?
O
projeto busca responder essas perguntas, e dentro de um panorama realista,
apresentar quais são as soluções mais cabíveis para a viatura de Suporte
Avançado.
O
conteúdo será apresentado começando por uma introdução ao que é este universo
do atendimento de urgência, chamado de Atendimento Pré-Hospitalar, desde suas
origens, até sua implementação no país e como é o cenário atual. Depois, é
explicado o que é o GRAU e quais os principais desafios enfrentados pelos
profisisonaisdirariamente. Posteriormente, é abrangido quais os tipos de
viaturas de emergência existentes hoje no Brasil, e as principais vantagens e
desvantagens de cada. Uma vez compreendido os temas citados, será feito uma
análise de como são os deslocamentos para ocorrências na cidade de São Paulo.
Estudos de casos reais que foram atendidos pelas equipes do GRAU e Bombeiros.
Com
Apresentação do projeto, quais as soluções propostas, e como cada uma destas
contribui para atingir o objetivo que foi inicialmente estabelecido. Por fim,
apêndices e bibliografia utilizada para que este projeto pudesse ser embasado e
executado.
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