A hostilidade do Governo dos Estados
Unidos contra Cuba, que tem no bloqueio uma de suas manifestações mais
criminosas, começou antes das primeiras medidas revolucionárias do governo
cubano; a rigor, começaram quando o movimento popular dirigido por Fidel Castro
ainda lutava para derrubar o governo tirânico de Fulgencio Batista e para dar
ao país um futuro melhor. Em 23 de dezembro de 1958, no curso de uma reunião do
Conselho de Segurança Nacional, com a presença do Presidente Eisenhower, na qual
se discutiu a situação de Cuba, o diretor da CIA, Allen Dulles, manifestou em
termos categóricos:...”Devemos impedir a vitória de Castro”.
Um mês após a promulgação da Lei de
Reforma Agrária, em 24 de julho de 1960, os Estados Unidos começam a considerar
a utilização de medidas mais radicais e mortíferas contra a economia cubana. Em
uma reunião convocada pelo Departamento de Estado para considerar as opções de
ações contra Cuba, utilizou-se o critério de que “compete ao governo dos
Estados Unidos assumir de imediato uma posição firme contra a lei e sua
implementação’, e que “a melhor maneira de atingir o resultado necessário era a
pressão econômica”. Considerou-se a supressão da quota açucareira cubana no
mercado norte-americano, a qual provocaria que a “indústria açucareira sofresse
uma abrupta e imediata queda, gerando um maior desemprego. Grandes quantidades
de pessoas ficariam sem trabalho e começariam a passar fome”.
Nessa reunião, conforme o memorando
redigido e agora divulgado, o Secretário de Estado Herter qualificou
explicitamente as propostas como “medidas de guerra econômica”.
Em 6 de julho de 1960 é aplicada a medida
concebida um ano antes: foi suprimida a quota açucareira cubana.
Por isso a guerra econômica e o bloqueio,
que não cessou de endurecer durante mais de quatro décadas, começaram muito
antes que o bloqueio fosse formalmente estabelecido por ordem executiva do
Presidente dos Estados Unidos em 1962.
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