14 julho 2024

A Boate Kiss antes do incêndio Publicado em 06/12/2021

  

A Kiss antes do incêndio

Publicado em 06/12/2021, 13h56. Atualizado 06/12/2021, 14h15

 

Dispositivo interativo digital resultante da reconstrução 3D da boate foi coordenado por professores da UFSM e é utilizado como ferramenta no julgamento da tragédia

 

 

AVISO DE GATILHO

 

Em percurso por um dispositivo virtual, é possível conhecer o interior da Boate Kiss antes do incêndio. Da rua, se vê a entrada – e também saída – do local que ficou marcado por ser uma das maiores tragédias no Brasil. Assistir ao vídeo* permite ampliar a compreensão da tragédia.

 

O percurso

 

 

Este vídeo mostra o caminho pelo interior da Kiss antes do incêndio e só foi possível por meio da reconstrução do ambiente em imagens 3D. A estrutura da boate é complexa, o que dificultou que pessoas encontrassem a saída na noite de 27 de janeiro de 2013. O local foi descrito como labirinto mais de uma vez.

 

O Dispositivo Interativo Digital resulta de um projeto da Universidade Federal de Santa Maria  (UFSM), em parceria com o Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul, a Fundação Escola Superior do Ministério Público e a Associação do Ministério Público do Rio Grande do Sul. Coordenado pela antropóloga e docente da UFSM, Virgínia Vecchioli, o dispositivo foi criado com o objetivo de ser utilizado durante o júri do caso, que iniciou dia 1º de dezembro em Porto Alegre e tem previsão de durar 15 dias. A ideia é que os sobreviventes possam identificar, a partir do percurso virtual, o local em que estavam quando perceberam o incêndio.

A tragédia - A Kiss antes do incêndio Publicado em 06/12/2021

 A tragédia

 

O incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria – RS, aconteceu na madrugada de 27 de janeiro de 2013 e matou 242 pessoas, em sua maioria jovens.

 

Além disso, outras 636 vítimas ficaram feridas e precisaram de atendimento e acompanhamento a longo prazo.

 

O fogo começou durante o show da banda Gurizada Fandangueira, que usava artefatos pirotécnicos. 

 

A casa noturna, que estava lotada e não tinha ventilação, saídas de emergência nem controle de incêndio, foi tomada pela fumaça tóxica proveniente da queima da espuma acústica.

 

Os extintores não funcionaram, não havia chuveiros automáticos – também chamados de sprinklers – nem indicação da rota de fuga.

 

Além disso, obstáculos como degraus, barras de ferro e muretas agravaram a dimensão da tragédia, uma vez que muitas pessoas tropeçaram, caíram ou ficaram presas ao tentar cruzar por elas.

 

Gabriel Rovadoschi Barros, 27 anos, é psicólogo e não foi chamado como testemunha do júri, mas com o dispositivo conseguiu mostrar para a família o local em que estava quando começou o incêndio.

 

Ele presenciou a coletiva de imprensa sobre o julgamento, em que a ferramenta foi entregue ao Ministério Público, no dia 17 de novembro.

 

Durante a apresentação na coletiva, o percurso virtual foi pausado para mostrar um exemplo de local em que havia sinalização, mas o extintor de incêndio estava ausente.

 

No salão menor, ao lado de uma cabine de madeira, Gabriel estava parado quando percebeu a movimentação de pessoas correndo. De lá, ele não viu o início do incêndio.

 

Cabine de madeira, local onde Gabriel Rovadoschi Barros estava quando começou o incêndio.

 

Primeiramente, ele achou que fosse uma briga, mas, quando percebeu a fumaça, colocou a camiseta na frente do nariz e correu... ...não gritou para poupar energias... ...e tropeçou nos degraus que separavam os ambientes.

 

Para Gabriel, elementos como barras de ferro, mesas e degraus que estavam no caminho dificultaram a saída de muitas pessoas.

 

"Não tinha outra saída. Não tinha uma porta nos fundos. Não tinha uma janela para quebrar. Não tinha nada”, relembra.

 

Gabriel não conhecia muito bem a boate, na época com 18 anos e estudante de Jornalismo na UFSM, era a segunda vez que ia até a Kiss.

 

A primeira foi na noite anterior, em que conheceu uma menina do curso de Zootecnia que o convidou a ir à festa Agromerados, segundo ele, a fila do dia 26 estava maior que a do dia anterior.

 

Gabriel não teve sequelas físicas e pulmonares: apenas um hematoma roxo na perna, em formato de dedos, marcou a pele.

 

Dos quatro amigos, dois faleceram e dois ficaram internados.

 

A culpa por ter saído sem sequelas o acompanhou durante muito tempo. “Uma das coisas que mais me afeta até hoje é que no início do tumulto eu senti que peguei o lugar de alguém”.

 

Entre silêncios, suspiros e voz afetada, ele afirma que hoje consegue reconhecer que essa não deve ser uma culpa dele. “Teve responsáveis por isso. Foi uma emboscada, um crime, acho que não tem outra palavra para definir”, diz.

 

Para Gabriel, o dispositivo é importante porque deu respostas de coisas que estavam só na lembrança. “Ao mesmo tempo que dói [rever], alivia, porque eu me dou conta de que não estava louco, que eu não aumentei a dificuldade da coisa, que ela foi mais difícil ainda do que eu imaginava”, desabafa.

 

Ele acredita que o recurso é potente, mas não só como ferramenta para ser usada no júri: “Vai ajudar, para servir como recurso, para entender, para dar lugar, para tirar esse peso que eu tenho em ser a memória da tragédia, acho que desloca e dá outras funções além de comprovar o absurdo que foi”.

 

Na busca por memória e justiça, a atuação de uma ONG quer conscientizar a população para que outras tragédias não aconteçam.

 

A “Kiss: Que não se repita” (KQNSR) é ativa nas redes sociais e luta para que a tragédia não caia no esquecimento.

 

Bel Bonotto, 33 anos, é do Rio de Janeiro e faz parte da equipe de comunicação da KQNSR, no incêndio, ela perdeu um amigo.

 

A publicitária afirma que o dispositivo é uma maneira didática de evidenciar, para quem nunca esteve na boate como ela era um labirinto e tinha vários pontos cegos.

 

 “Através do dispositivo, é possível mostrar com clareza como era difícil ter noção de onde era a saída, ainda mais com a fumaça tomando conta do espaço no escuro, e também das debilidades – como a ausência do extintor de incêndio e do quanto a espuma tóxica dominava a área onde o artefato pirotécnico foi aceso”.

 

No corredor que levava ao exterior, acima da porta deveria ter um aviso de “saída”; no entanto, a placa indicava o “caixa”.

 



O dispositivo - A Kiss antes do incêndio Publicado em 06/12/2021

  

O dispositivo

 

O projeto é fruto de uma pesquisa coordenada pela antropóloga argentina e professora na UFSM, Virgínia Vecchioli, a docente já esteve à frente de outros trabalhos de reconstrução virtual de ambientes destruídos, como é o caso do “El Campito”, de 2018, que retratou um campo de concentração na Argentina e também foi usado em júri.

 

A partir de 2016, ao assumir o cargo na UFSM, Virgínia entrou em contato com os familiares das vítimas e conheceu a luta pela justiça. A partir desse encontro, surgiu a ideia da criação de um dispositivo que auxiliasse no júri do caso Kiss, que acontece em Porto Alegre.

 

Com a mudança de cidade, inicialmente o julgamento estava previsto para ocorrer em Santa Maria, mas as dificuldades impostas pela pandemia da Covid-19 e as condições deterioradas da boate atualmente, que a tornam pouco segura, a visitação se tornaria inviável.

 

A partir do uso do dispositivo como ferramenta do júri, é possível conhecer as condições e o interior da boate antes do incêndio.

 

Fachada da Boate Kiss: imagem gerada pelo escaneamento do Instituto de Criminalística do Distrito Federal.


Fachada da Kiss: imagem gerada no Dispositivo Interativo Digital.


Fachada da Kiss: imagem real, após o incêndio.

 

 

O projeto foi elaborado em quatro meses e a equipe era composta por sete pessoas, o trabalho técnico de desenvolvimento foi feito por Lucas Kolton, arquiteto especializado em design gráfico. Ele usou duas ferramentas: Unreal Engine – plataforma de criação de jogos usada na arquitetura para geração de imagens em realidade virtual – e o SketchUp – software que possibilita aplicar volumetria 3D.

 

A construção da plataforma teve como base o escaneamento do local realizado pelo Instituto de Criminalística do Distrito Federal (DF) em fevereiro de 2013.

 

Depois, com a planta da boate obtida a partir do escaneamento, os ambientes foram categorizados por meio de códigos. Cada uma das peças tinha uma pasta em que eram reunidas as referências, formadas por cerca de 200 fotografias coletadas dos volumes do processo.

 

A pesquisa e a catalogação envolveram material fotográfico, audiovisual e escrito. Lucas explica que a simulação em realidade virtual foi um processo evolutivo, em que, a partir de reuniões semanais, havia discussão e acréscimo de elementos que faltavam. Virgínia conta que não foram necessárias visitas ao local, uma vez que os principais documentos utilizados já tinham detalhamento suficiente.

 

Hall: imagem gerada pelo escaneamento do Instituto de Criminalística do Distrito Federal.

 

Hall: imagem do Dispositivo Interativo Digital.

 

Hall: imagem real, após o incêndio.

 

A equipe se atentou aos detalhes da arquitetura da boate, inclusive para representar desníveis no chão.


No processo de construção do dispositivo virtual do projeto anterior, o El Campito, utilizaram-se relatos de testemunhas.

 

Na reconstrução da Kiss, no entanto, não foi possível. Como o dispositivo é ferramenta de júri, deve apresentar isenção.

 

Salão menor: imagem gerada pelo escaneamento do Instituto de Criminalística do Distrito Federal.

 

Salão menor: imagem gerada pelo Dispositivo Interativo Digital.

 

Salão menor: imagem real, após o incêndio.

 

Marcelo Mendes Arigony, hoje delegado na 2ª Delegacia de Polícia de Santa Maria, era delegado de Polícia Regional na época da tragédia, e aponta que o dispositivo é importante para auxiliar os jurados no entendimento do caso.

 

Arigony afirma que, por meio dele, é possível estabelecer rumos justos quanto à sentença que será proferida. 

 

“É um instrumento disponibilizado para que aquelas pessoas possam produzir um julgamento mais justo, que é o que se espera de justiça que possa vir nesse caso”, completa.

 

O delegado ainda salienta a validade jurídica do dispositivo virtual, uma vez que o juiz utiliza a prática de íntima convicção – em que tem o direito de apreciar o fato de maneira livre e de acordo com seu entendimento, por isso, pode usar de várias ferramentas a fim da maior compreensão possível.

 

Virgínia destaca a importância do dispositivo, que é pioneiro no Brasil. A distância entre o Foro Central de Porto Alegre (local da audiência) e a boate, em Santa Maria, torna mais difícil uma visita ao local do crime.

 

“[Os jurados] não têm que se deslocar para fora da sala de audiências.

 

A cena do crime entra na sala de audiências. E isso é uma grande inovação”, evidencia a pesquisadora.

 

Flávio Silva é presidente da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), e perdeu sua filha, Andrieli Righi da Silva, no incêndio.

 

Para ele, o dispositivo é fundamental no júri, uma vez que mostra como era a casa noturna. “Com todos aqueles obstáculos pela frente, mostra-se claramente que eles não tiveram praticamente nenhuma chance de escapar com vida lá de dentro”, afirma.

 

Salão maior, com a visão do palco: imagem gerada pelo escaneamento do Instituto de Criminalística do Distrito Federal.

 

Salão maior, com a visão do palco: imagem gerada pelo Dispositivo Interativo Digital.

 

Salão maior, com visão do palco: imagem real, após o incêndio.

  

Depois do júri, o dispositivo será disponibilizado ao público e o intuito é que se torne um memorial virtual. O projeto também terá continuidade.

 

Com o encerramento do processo, o objetivo é ouvir as vítimas e testemunhas para aprimorar o dispositivo.

 

A ideia é que ele ultrapasse a plataforma virtual, o plano da AVTSM é que a boate física seja demolida após o júri, e que no local seja construído um memorial, que vai ao encontro da luta das organizações na busca por memória e justiça, para que tragédias como a da Kiss não se repitam.

 

No projeto do dispositivo, o próximo passo idealizado pela pesquisadora e sua equipe é trabalhar com a realidade aumentada, a fim de oportunizar aos futuros visitantes conhecer a Kiss antes da tragédia e, dessa forma, permitir maior compreensão sobre sua dimensão.

 

Lucas menciona que é possível inserir pessoas no dispositivo, de forma simulada e virtual, dentro dessa proposta, está a ideia de usar relatos e depoimentos autorizados das vítimas e testemunhas para reconstruir o percurso de saída da Kiss após o início do incêndio.

 

 

Nota:

*O vídeo mencionado foi fornecido à Revista Arco pela equipe responsável pelo trajeto e simula o percurso dentro da Boate Kiss, desde a entrada até a saída.

 

 

Expediente: - A Kiss antes do incêndio Publicado em 06/12/2021

 Expediente:

 

Repórter:

Samara Wobeto - acadêmica de Jornalismo e bolsista;

Tayline Alves Manganeli - acadêmica de Jornalismo e voluntária

 

Créditos das imagens e vídeos:

Dispositivo Interativo Digital

 

Tratamento de imagem:

Noam Wurzel - acadêmico de Desenho Industrial e bolsista

 

Mídia Social:

Caroline de Souza - acadêmica de Jornalismo e voluntária

Eloíze Moraes - acadêmica de Jornalismo e bolsista

Martina Pozzebon - acadêmica de Jornalismo e estagiária

Samara Wobeto - acadêmica de Jornalismo e bolsista

 

Edição de Produção:

Esther Klein - acadêmica de Jornalismo e bolsista

 

Edição Geral, Jornalistas:

Luciane Treulieb

Maurício Dias

 

Divulgue este conteúdo:

https://ufsm.br/r-601-8788

Imagens do Incêndio da Boate Kiss - Bônus com 34 imagens

  



































04 julho 2024

Apresentação escolar com hino nacional em ritmo de funk gera polêmica na web - Hino Nacional do Brasil executado na versão FUNK em uma apresentação dos alunos da Escola Senador Humberto Lucena, em Cacimba de Dentro, no interior da Paraíba (cerca de 160 km da capital)




Apresentação escolar com hino nacional em ritmo de funk gera polêmica na web

Uma apresentação dos alunos da Escola Senador Humberto Lucena, em Cacimba de Dentro, interior da Paraíba, tem gerado polêmica nas redes sociais. Durante a abertura de um evento cultural da institução, a turma fez uma coreografia de funk. O detalhe é que a parte instrumental da música era composta pelo hino nacional. Ao compartilhar o vídeo no Facebook, o professor Alan Oliveira, de 25 anos, tornou-se alvo de críticas, agressões verbais e até mesmo ameaças.

 

— São mensagens de racismo, coisas absurdas. Acionei o Ministério Público por conta de um comentário que dizia que os paraibanos são analfabetos. Meu advogado está cuidando disso. Inclusive, quando ele tentou argumentar no Facebook, o chamaram de corno, usaram palavras de baixo calão. É um absurdo, está muito dificil.

 

Alan explica que a ideia de realizar uma apresentação com o hino partiu da coordenação da escola, inspirada em uma coreografia de 2013, com o forró. Na época, não houve nenhuma reclamação sobre o gênero musical associado à canção. Para ele, há preconceito relacionado ao funk.

 

— Tomou uma proporção absurda. Vi comentários dizendo que eu deveria ser metralhado. Pensei no funk porque os alunos amam o funk. Fiz para atrair os alunos, para que eles participassem. A coordenação da escola me deu carta branca porque conhece meu trabalho. Na cidade, só umas duas ou três pessoas foram contra. Críticas são normais, agora não pode acontecer o que estão fazendo comigo, fazer montagem do Bin Laden (terrorista) com a minha cara. Isso me entristece. Estou mais sereno porque tem muita gente do meu lado, estou vendo que não cometi um crime. Com certeza, é preconceito — lamentou Alan.

 

No Facebook, o vídeo já foi compartilhado mais de 15 mil vezes. Entre os comentários, há até quem defenda a volta da ditadura militar no Brasil.

 

“Façam isso na Rússia, Japão, Estados Unidos e Alemanha, que vocês verão o que é "liberdade de expressão" eles vão ser livres em "expressar" a vontade de fuzilar vocês em praça pública”, escreveu um homem no perfil de Alan. “Pra dançar e rebolar a bunda aprende rapidinho, agora estudar, que é bom, nada”, comentou outro.

 

Apesar das críticas, a apresentação dos alunos também tem recebido apoio nas redes sociais.

 

“Legal a iniciativa. Que a escola brasileira possa cada vez mais se sincronizar com o ambiente na qual ela está inserida, afinal de contas, é muito mais didático ensinar com meios pelos quais os alunos sintam-se mais à vontade e livres para se expressar. E cultura significa o estilo de vida que levamos, se associando o hino ao ritmo de funk tem mais relação com a cultura local (e assim com estilo de vida das pessoas), que assim eles sejam ensinados. (...) Não gosto de funk, mas vejo o funk como mais um estilo popular brasileiro, e se o hino fosse tocado em ritmo de forró? Ou talvez mpb? Seria isso diferente? Enfim, que se possa associar o hino ao axé, funk, sertanejo e assim por diante”, afirmou um jovem.

 

“Não há crime”

 

Muitas pessoas têm argumentado que a atitude de apresentar o hino nacional em ritmo de funk seria desrespeitosa e até mesmo ilegal. Uma campanha para denunciar o vídeo à Polícia Federal foi iniciada, acusando Alan de ferir a Lei 5.700, que dispõe sobre a forma e apresentação dos símbolos nacionais.

 

Mas de acordo com o presidente da Comissão de Direito Constitucional da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro (OAB-RJ), Leonardo Vizeu, a interpretação está equivocada e a apresentação dos alunos não pode ser caracterizada como desrespeito ao hino nacional.

 

— Os símbolos nacionais só podem ser utilizados em cerimônias oficiais. No caso de eventos não oficiais, precisam ser apresentados de forma respeitosa. Mas o que seria desrespeito ao hino? Eu mesmo não gosto de funk, mas vi o vídeo e não tem ato de desrespeito nenhum. Se fosse em ritmo de forró, não falariam nada. O que vi ali é que dentro do gosto deles, fizeram uma homenagem ao hino. É um exercício de liberdade, que evoca a liberdade cultural também.

 

Segundo advogado, a lei não pode ser aplicada a este caso e o advogado afirmou ainda que os comentários se baseiam no preconceito contra o gênero musical e as mensagens de ódio devem ser analisadas com cuidado.

 

— O professor pode ficar despreocupado. Você pode não gosta de funk, mas ouvir funk ainda não é crime no país. Tocar o hino em ritmo de funk não difere em nada do que já foi feito no passado em outros ritmos. Preocupante é ver as pessoas veiculando mensagens de ódio nas redes sociais. Intolerância e falta de respeito com a opinião alheia. Querem o monopólio da verdade e do bom gosto para si. O sentimento de patriotismo é seletivo. A polêmica é resultado da carga de marginalização que o ritmo carrega — finalizou.

 

FONTE:

Ana Carolina Pinto

https://extra.globo.com/noticias/brasil/apresentacao-escolar-com-hino-nacional-em-ritmo-de-funk-gera-polemica-na-web-13938733.html