2.1 – Dióxido de Carbono
Os primeiros sistemas fixos de combate a incêndio à base de gás utilizavam o dióxido de carbono, um gás acessível e de baixo custo. Embora tradicionalmente usado com sucesso em extintores portáteis, o uso deste gás em sistemas fixos acarreta alguns inconvenientes. Seu uso em grande quantidade em espaços fechados pode levar facilmente a asfixia as pessoas presentes no local. Isso ocorre devido à alta concentração do gás que se faz necessária para extinguir o incêndio (EPA, 2000). O dióxido de carbono age no combate ao fogo por abafamento. Ou seja, sua ação é baseada na redução do teor de oxigênio presente no meio até valores abaixo dos quais não ocorra mais combustão. Deste modo é necessário que se reduza a concentração de oxigênio até cerca de 10% a 12% em volume no meio. Este valor, porém, é bastante inferior ao considerado seguro para a vida humana (18%). Por esta razão, seu emprego em ambientes com pessoas mostra-se de elevado risco.
A norma NFPA 12 - Standard onCarbonDioxideExtinguishing Systems foi elaborada no ano de 1928 nos Estados Unidos, apresentando os procedimentos técnicos mínimos para a elaboração de projetos, instalações e manutenção de sistemas fixos de combate a incêndio por dióxido de carbono. A norma NFPA 12 vem sendo atualizada frequentemente, e sua última edição data de 2011. Essa norma é considerada o principal documento técnico atualmente disponível para o desenvolvimento de projetos de sistemas fixos por dióxido de carbono (EPA, 2000; SEITO et al., 2008).
De acordo com a NFPA 12,
os tipos de ambientes onde sistemas fixos contendo gás carbônico são recomendados:
- locais com acúmulo de materiais líquidos inflamáveis;
- risco
elétrico (transformadores, circuitos elétricos e eletrônicos);
- máquinas
e motores que utilizam gasolina ou outros produtos inflamáveis;
- locais
de acúmulo de elevadas quantidades de material combustível sólido como papel,
madeira e tecido.
Há basicamente dois
modelos de sistemas fixos baseados em dióxido de carbono (NFPA 12, 2011):
1) Sistema de completa inundação, com acionamento manual e/ou automático;
2)
Sistema de atuação somente onde ocorre o incêndio, no qual o gás é descarregado
diretamente no foco do incêndio.
O sistema pode ser ainda
classificado quanto à pressão de armazenamento do gás:
- baixa;
- alta
pressão.
O
sistema de baixa pressão utiliza uma massa armazenada de 3.000 kg de CO2 ou
mais, mantido a 300 psi de pressão e a uma temperatura de 18 °C.
Esse modelo é empregado para proteger grandes áreas, onde o objetivo é a inundação do ambiente. Sistemas a alta pressão utilizam uma massa de até 45 kg de CO2, mantido a 850 psi de pressão e temperatura de 21 °C. Esse modelo é aplicado para áreas pequenas, onde o objetivo é a extinção do foco do incêndio em um local específico. (EPA, 2000; SEITO et al., 2008; NAFED, 2014)
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