Controle de
Materiais de Acabamento e Revestimento
A falta de controle adequado do potencial de
inflamabilidade e emissão de gases dos materiais de acabamento (todo material
ou conjunto de materiais utilizados como arremates entre elementos construtivos
(CBPMESP, 2011), e revestimento (todo material ou conjunto de materiais
empregados nas superfícies dos elementos construtivos das edificações, tanto
nos ambientes internos como nos externos, com finalidades de atribuir
características estéticas, de conforto, de durabilidade etc. Incluem-se como
materiais de revestimento os pisos, forros e as proteções térmicas dos elementos
estruturais (CBPMESP, 2011), empregados na construção de edificações e
especialmente os aplicados na decoração de interiores dessas pode contribuir em
muito para majorar de forma catastrófica as consequências de um princípio de
incêndio.
Quando os materiais possuem altos índices de propagação
superficial de chama (portanto, menor “valor médio de densidade crítica de
fluxo de energia térmica”), contribuem diretamente para o crescimento do
incêndio em seu local de origem, bem como determinam a rápida propagação para
ambientes adjacentes, dificultando o controle e a contenção do sinistro,
majorando todo tipo de prejuízos.
Já quando esses materiais possuem altos índices de
densidade óptica de fumaça, liberam maiores quantidades de gases tóxicos e/ou combustíveis,
contribuindo diretamente para minimizar a visibilidade dos ambientes afetados
pelo incêndio, gerando pânico e dificultando as ações de evasão e/ou resgate,
aumentando o número de vítimas.
A crescente utilização de materiais sintéticos na construção
das edificações, no mobiliário, na decoração ou acabamento interno dessas vem
fazendo que a toxidade da fumaça produzida em caso de incêndio seja cada vez
maior, verificando-se nos últimos anos, significativo aumento de vítimas fatais
em decorrência da inalação de fumaça.
Os materiais sintéticos apresentam também uma maior
liberação de energia, fazendo com que a velocidade de propagação dos incêndios
modernos seja mais elevada e a probabilidade de ocorrência da inflamação
generalizada (flashover).
Assim, propõe-se que seja realizado rígido controle de
materiais de acabamento e revestimento (CMAR) a serem empregados nos
Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, objetivando estabelecer um nível
aceitável de segurança contra incêndio que dificulte o crescimento e a
propagação das chamas e, ao mesmo tempo, limite o desenvolvimento de fumaça,
maximizando as condições de sobrevivência em caso de sinistro.
Dentre os diversos critérios adotados na escolha dos
materiais de acabamento, materiais de revestimento e materiais termoacústicos,
tanto na fase de projeto quanto na fase de construção do Estabelecimento
Assistencial de Saúde, deve-se considerar as características e comportamentos
dos materiais em situação de incêndio.
Sugere-se que desde o início da fase de especificação e
compra seja providenciada a documentação técnica comprobatória das
características de reação ao fogo de todos os materiais a serem utilizados na
edificação, especialmente os materiais de piso, paredes ou divisórias, tetos ou
forros e ainda os revestimentos dos espaços construtivos e das infraestruturas
de instalações.
Conforme a finalidade a que se destina o material de
acabamento ou revestimento, recomenda-se que seja adotado um produto que atenda
à classificação apresentada no Quadro 1, conforme enquadramento desse material
no Quadro 2, Quadro 3 ou Quadro 4, em função de suas características de reação
ao fogo conforme os resultados dos ensaios específicos.
Notas gerais sobre os quadros anteriores:
• Componentes construtivos onde não são aplicados
revestimentos ou acabamentos em razão de já se constituírem em produtos
acabados, incluindo divisórias, forros, telhas, painéis em geral, faces
inferior e superior de coberturas, entre outros, também estão submetidos aos
critérios apresentados nos Quadros.
• Materiais isolantes termoacústicos não aparentes, que
podem contribuir para o desenvolvimento do incêndio, como por exemplo: espumas
plásticas protegidas por materiais incombustíveis, lajes mistas com enchimento
de espumas plásticas protegidas por forro ou revestimentos aplicados
diretamente, forros em grelha com isolamento termoacústico envoltos em filmes
plásticos e assemelhados, devem se enquadrar nas Classes I ou II-A quando aplicados
no teto/forro ou paredes.
• Materiais isolantes termoacústicos aplicados nas
instalações de serviço e em redes de dutos de ventilação e ar-condicionado, bem
como em cabines ou salas de equipamentos, aparentes ou não, devem se enquadrar
entre as Classes I a II–A.
• Materiais empregados nas circulações (corredores) que
dão acesso às saídas de emergência enclausuradas devem enquadrar-se nas Classes
I ou IIA, e os materiais empregados no interior das escadas, rampas e descargas
integrantes das saídas de emergência devem se enquadrar nas Classes I ou II-A,
apresentando Dm = 100.
• Os materiais utilizados como revestimento, acabamento e
isolamento termoacústico no interior de poços de elevadores, monta-cargas e
shafts devem ser enquadrados na Classe I ou Classe II-A, apresentando Dm = 100.
Os ensaios de reação ao fogo para classificação dos
diversos materiais, conforme as Normas Técnicas referenciadas em cada quadro,
devem levar em conta e reproduzir a maneira como efetivamente serão aplicados
na edificação.
Caso o material seja aplicado sobre um substrato
combustível, esse deverá ser incluído na realização do ensaio.
Para classificação e enquadramento dos materiais nos
quadros apresentados, recomenda-se que somente sejam aceitos laudos técnicos ou
relatórios de ensaios emitidos por laboratórios isentos e idôneos, com
comprovada acreditação nacional ou internacional.
Destaca-se ainda que os materiais empregados nos
consultórios, enfermarias e quartos de internação (“hotelaria”) dos
Estabelecimentos Assistenciais de Saúde requerem especial atenção. Recomenda-se
a aplicação de retardantes de chama em colchões, cortinas, tecidos fibrosos de
algodão e poliéster de divisórias, cadeiras, sofás e outros. Os produtos
retardantes têm por objetivo inibir o crescimento e a propagação de chamas,
evitando que o fogo se alastre, contribuindo para o controle do risco. Em
contato com o fogo, a solução que penetrou no material protegido se carboniza
formando uma espécie de barreira, dificultando a progressão do incêndio,
garantindo um maior tempo de reação para o eventual combate.
Boa Tarde, sou arquiteta, meu nome é Solange Favaron tenho que entregar ao cliente um RRT sobre os materiais de acabamento de uma clinica de oncologia. Devo escrever nela somente os materiais utilizados (porcelanato, piso vinílico, divisórias de madeira, forro de gesso) ou tb tenho que especificar se são Classe I, II , etc? Já estive no Corpo de Bombeiros e eles disseram pra consultar as normas 08 e 10. Mas confesso que fiquei na mesma, pois lá não tem a descrição dos materiais que usamos normalmente.To bem perdida e não sei o que dizer ao prop. Agradeço se puder me ajudar.
ResponderExcluirBom dia Solange, construa seu Projeto (inclua o PPCI) e anexe a ele a requisição dos materiais a serem utilizados na Obra ou Reforma e o Custo do seu Trabalho prestado ou o custo final da obra já com material incluso. Desencana sobre a RRT, pois já és Arquiteta e responsável direta pela obra. Informações importante sobre o RRT no site: http://www.caubr.gov.br/?p=27081
ResponderExcluirAbração e obrigado pela visita, se precisar voltar a falar, utilize "Esclareça suas dúvidas", pois ele acessa direto o meu e-mail. Até...
A grande dificuldade em montar um processo de combate a incêndio e pânico, é porque as it's são vagas. A IT 38 que trata de material de acabamento, para Minas Gerais, explica muito bem como se procede os ensaios, classifica os materiais, não há como identificar um material na prática, exemplo uma cerâmica e piso em concreto puro se enquadram em qual classe. Nem todos os projetistas, ou nenhum projetista pode fazer os testes propostos nesta IT. Assim é interessante que se tenha uma lista com os materiais e suas classificações afim de que o arquiteto, engenheiro ou engenheiro de segurança possa classificar sua edificação. Se alguém tiver algo parecido e poder indicar-me um caminho, ficarei muito grato.
ResponderExcluirBom dia Júlio...
ExcluirEm relação ao piso, isso diz respeito a sua utilização e durabilidade, no demais é só se preocupar em instalar antiderrapantes em escadas e rampas de acessos. Nunca soube de Projetos serem reprovados por instalação de piso A ou B.
Abração à Você e aos seus Familiares. Obrigado pela visita...
Boa tarde! Sou Arquiteta em Minas Gerais e estou com a mesma dificuldade que o Julio em montar o Anexo B ta IT 38, minha edificação de trata de F6- Boates e não consigo como proceder com o preenchimento adequado.
ExcluirBom dia Anônima...
ExcluirPiso - Classe e Normas (são especificadas na caixa do produto, Material (borracha, porcelanato, suspenso, vidro, etc);
Paredes e divisórias - (Classe e Normas (são especificadas junto ao fabricante, isso se for alvenaria, já as divisórias, essas vem especificadas no rótulo fixado no produto);
Teto e Forro - Siga a mesma linha de pensamento mostrado acima, e opte por materiais anti chama;
Cobertura - Siga a mesma linha de pensamento mostrado acima, e opte por materiais anti chama;
Isolamento Termo acústico - Siga a mesma linha de pensamento mostrado acima, e opte por materiais anti chama.
Abração e obrigado pela visita e vê se abandona o Anonimato...
Boa tarde.
ResponderExcluirSou engenheiro civil e encontrei dificuldade em descobrir as classes dos materiais que empregamos em projetos novos, bem como em edificações existentes, quando vamos fazer os PPCIs.
Recentemente encontre uma publicação da Arquiteta Alvarenga Coutinho e do Engenheiro Civil Antônio Ramos Corrêa, com título:A Interpretação do Controle de Materiais de Acabamentos e de Revestimento no Processo de Segurança Contra Incêndio e Pânico, no jornal Engineering and Science.
Muito bom o trabalho deles.
Tem vários exemplos e definições úteis para determinar as classes dos materiais de acabamento e de revestimentos.
Luiz Carlos Lautert.
Bom dia Luiz...
ExcluirDei uma olhada e colada, pois em breve vou trabalhar o assunto em futura postagem ainda nesse semestre. No Brasil há diversas ITs (instruções Técnicas) sempre calcadas em NRs, NBR, ABNT, etc., mas quando o produtos à serem utilizados, importados, esses vem com normas oriundas do Páis de fabricação, e esses sim, para que a garantia do produto seja plena, esses obrigam os consumidores a se adequarem sim, as sua Normas como: NFPA e ASTM, quando usarem ou instalarem os produtos. Mas valeu pelo toque.
Abração e obrigado pela visita...
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ResponderExcluirBom dia Oswaldo!
ResponderExcluirEstou com dificuldades para montar CMAR, o anexo B da IT 38 de MG de uma edificação já construída (H2) na década de 80, neste como deveria proceder?
Agradeço