05 agosto 2022

A de outrora

 

A de outrora

 

Terei sempre de cor

o vulto alegre e brando

da que eu amei melhor,

da que primeiro amei.

E entre rir e chorar hoje estou memorando

aquele tempo... aquela a quem como agnus dei

do amor - ofereci a hóstia branca desta alma,

assim: Tomai e comei.

Ah lembrar e lembrar...!

Essa que não mais vi me parece tão alma!

Vejo-a! (Quem sabe é um anjo que me vem buscar?)

Essa que não mais vi, surge-me perfumosa,

aalvorescer,

a florescer,

a iluminar...

e olha-me, e bate as asas, ciosa,

e silenciosa

foge, deixando um luar de tristezas pelo ar!

 

Murilo Araújo

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