Segurança partindo da ancoragem
Para garantir, de início, a primeira ancoragem, o mais adequado é que
o homem que faz a segurança coloque o sistema de freio (nó dinâmico, placas,
tubos, oito, etc.) atrelado à cadeirinha mediante um mosquetão de segurança.
Sua posição deverá formar uma base adequada ao solo para não ser projetado de
forma indesejada para frente. Nas travessias ou distâncias diagonais, terá de
se prever as tensões que poderá tirar o segurança do solo; deve-se também observar
o ponto de ancoragem mais próximo e manter a auto-segurança sob tensão.
O momento mais crítico à frente da segurança é a saída da primeira ancoragem realizada pelo primeiro escalador em razão da passagem
da corda, no qual o segurança se coloca a uma nova distância (se possível)
passando a corda por ele, principalmente quando não existe um desvio para a
corda principal, portanto o impacto sobre o segurança e seu freio faz com que
leve o escalador sentido abaixo.
A partir da primeira troca de segurança mudando o sentido de direção,
diminui a tensão sobre o segurança em função do elevado fator de queda em
potencial que, por sua vez, diminuirá bastante em função do desvio: é a
conseqüência da tensão recebida por todo o sistema em cadeia. Em função da
qualidade das ancoragens nos sistemas reunidos abre, conseqüentemente, várias
formas de encontrar uma saída lógica das ancoragens.
Ancoragens duvidosas (procedimentos)
Quando as ancoragens apresentam características de riscos, deve ser
tomada toda a precaução possível para não sobrecarregá-las, aproveitando todo o
conhecimento de reações físicas em cadeia dinâmica de segurança. Se as
ancoragens não são de confiança, obviamente está descartado o emprego dos
sistemas automáticos ou semi-automáticos (ex. Gri-Gri, logic. Etc.).
1ª
Opção:
Se a segurança do primeiro escalador, com o nó dinâmico parte diretamente
da cadeirinha, o melhor é que seja fixado ao ponto central da ancoragem, onde
geralmente temos uma auto-segurança mais tensa. Não é recomendável utilizar
outro tipo de dispositivo, como oito ou placas de freio, já que é difícil frear
com esses aparelhos. Quando há o impacto da queda, se procede sentido abaixo,
devido à reação de levantar a mão que freia não é lá habitual. (figura 497 e
498)
É difícil frear, dessa forma, com dispositivos dinâmicos, como placas
ou o oito.
Fazer a segurança, em primeiro lugar, sem desvio nas ancoragens.
Utilizar, nesse caso, com nó dinâmico, como é demonstrado na figura
497.
Se o escalador cai, sem segurança intermediária, a força que exerce
indiretamente sobre a ancoragem é originada pelo posicionamento do segurança
que contra balanceia com seu peso. Levando em conta que uma queda de fator 2, gera na prática, entre 725
a 900 da N em média. A ancoragem não suportará e esses valores diminuem devido
à segurança dinâmica, porém suponhamos que nessa situação, com a segurança
dinâmica possa oferecer menos impacto sobre as ancoragens, como também poderá
provocar demasiado deslizamento da corda. Quando se prevê uma saída sem segurança de uma ancoragem, deverá ser
providenciada uma segurança com o emprego do nó dinâmico (mais ajustado).
2ª
Opção:
Em casos extremos (ancoragens muito precárias) devemos fazer a
segurança com sistemas mais dinâmicos (com polias) ou, se possível, montarmos
algum outro sistema extra para absorver os choques nas ancoragens ou empregar
um dissipador no mosquetão principal da ancoragem. Se a primeira segurança é
longa e não nos convence, podemos empregar uma outra fita expressa absorvedora.
(figura 499)
3ª
Opção:
Outra solução extrema para instalações (ancoragens) muito precárias é o homem que vai à frente para montar a ancoragem e passar
a corda de segurança por ela, isso aumenta a auto-segurança por vários metros
(dependendo da corda disponível) e vai descendo para fazer a segurança do seu
companheiro por meio de sua cadeirinha por baixo da ancoragem onde também lhe
permite a sua auto-segurança. Essa situação nos dá a vantagem de que quando o escalador
cairá, ele venha sobre a ancoragem o que normalmente pode ser evitado (quedas
de fator 2). Ao ter a primeira ancoragem, como a primeira segurança, com
relação ao segurança, definitivamente o comprimento da corda absorverá mais um
possível choque que dinamiza por todo o sistema. Essa solução nos faz perder
alguns metros de corda, porém poderá ser suficiente para chegar ao primeiro ponto
de ancoragem que se encontra logo abaixo.
Para otimizar da segurança na queda, é necessário manter sob nós e
assegurar-lhe diretamente, sem utilizar um desvio, que podemos ter nos pontos
de ancoragens para evitar o efeito polia sobre eles, uma vez que, superada
nossa posição, o sistema de segurança deve ser trocado para assegurar-lhe com a
corda passada em uma polia, montada nas reuniões empregadas nos pontos de
ancoragens (figura 500 e 501).
No caso extremo de uso de instalações precárias, descer aumentando,
por vários metros, a segurança para evitar queda de fator 2.
Atividades realizadas com boas ancoragens
Se a segurança está ligada diretamente à cadeirinha ou ao ponto central
da ancoragem onde também temos ancorado nossa auto-segurança sob tensão,
podemos passar a corda por um dos pontos da ancoragem de modo que a primeira
passagem da segurança fique mais distante e que o próprio ponto central da
ancoragem sirva de desvio e passe a funcionar como a primeira segurança.
(figura 502)
Com essa disposição, diante de uma queda, o fator de queda se reduz em
razão do desvio na ancoragem que suportará em função do efeito polia, tornando
essa queda dinâmica, o que ameniza a força gerada em função do segurança base,
pois o esforço exercido por ele é reduzido praticamente à metade.
Por isso, essa é uma forma mais cômoda, pois a tensão recebida pelo
segurança vai de sentido acima e tornando as ancoragens mais seguras.
Segunda segurança de corda (cabos)
A segurança empregada com uma segunda corda não impõe nenhum problema
(quando é utilizado um dispositivo de freio adequado), pois é realizada de
forma estática em qualquer terreno e deve recuperar a corda à medida que se
ascende (sobe).
Poderá utilizar qualquer sistema de freio, porém o mais recomendável é
o nó dinâmico e as placas de auto-bloqueio, uma vez que poderão ser colocadas
no ponto central da reunião da ancoragem, no qual torna mais cômodo recuperar a
corda, além do mais, apresenta (tem) grande capacidade de bloqueio dinâmico.
Com outros sistemas (placas e oito), necessitamos fazer um desvio
sobre a reunião (ancoragem) para recuperar, de maneira mais cômoda e segura, a
corda, da mesma maneira como já vimos na segurança, empregando uma só corda em
boas ancoragens.
Em terrenos muito frágeis, a confiança está centralizada na Segurança-base, em razão da sólida postura do segurança nesses casos,
a segurança com qualquer mecanismo de freio deve se encontrar na cadeirinha
ligada à cintura do segurança.