1) Deslocamento ou saída: devemos levar
em conta a qualidade do terreno, se é vertical ou inclinado (desplumado) e
livre de obstáculos. Nesse caso, não é necessário jogar os quadris para trás, pois só conseguiremos
nos aproximar mais da rocha e termos uma chegada (um impacto) mais violenta
contra a parede. Devido ao movimento pendular teremos de ter o cuidado de não
deixar roçar a corda em uma aresta principalmente durante o vôo. Um caso
particular de desprendimento é quando, de baixo de nós, existe uma saliência
meio larga. Devemos desprender (sair) mais da parede para escapar dessa saliência
(figuras 491, 492, 493 e 494), dessa forma, podemos evitar uma boa pancada ou
costelada. Nos terrenos inclinados, uma queda poderá ser problemática. Se for
bastante acentuado o aclive, deverá escorregar com os pés, afastando-se da
parede com as mãos ou descer de costas abaixo se perdermos o controle da caída. As quedas inesperadas em posições não usuais, como em um teto, são as
mais perigosas, sobretudo quando se leva somente o arnês (cadeirinha) de
cintura. Nesse caso, procure encurtar a distância entre os pontos de segurança
em decorrência dessas situações. Outro desprendimento (saída) difícil de controlar é nas travessias, nas
quais trataremos de saltar ou de correr em direção ao último ponto de
segurança, saindo da parede o suficiente para não rodar (girar) sobre ela. A posição da corda com relação a nossas pernas e nosso corpo é muito
importante: existe um grave perigo de que, durante o vôo e a aterrizagem, as
pernas se enganchem na corda provocando um giro que poderá lançar-nos com força
total cabeça abaixo (figura 491 e 492). A corda deverá ser mantida entre as
pernas em escaladas verticais; e por sobre o pé ou sobre a coxa quando
escalamos em diagonal. Isso evitará que, ao cairmos, enganchemos uma perna ou
um pé. Devemos lembrar que o pé ou a perna precisa permanecer entre a corda e a
parede.
2) Durante um vôo: o escalador
deverá ir tomando uma postura encurvada, separando e flexionando as pernas e
braços como uma “postura felina” para o impacto. Os músculos se contraem
preparando para o choque; não deverá tentar se agarrar a pontos de segurança ou
a uma corda que vá sentido contrário, pois, em primeira estância, são queimadas
as mãos. (figuras 493 e 494) O companheiro que faz a segurança deve estar atento e preparado, deixando
mais ou menos folgada a segurança em função da velocidade da queda, para evitar
o choque do escalador contra qualquer obstáculo como rebarbas de pedras, blocos
ou bordas de tetos, além do segurança evitar que alguma coisa caia sobre si.
3) Durante a aterrizagem: durante o
impacto a maior responsabilidade é das pernas; as mãos podem ajudar para que o rosto
não vá de encontro à parede ou à rocha. Treinam-se quedas para se adquirir
reflexos de atuação. Esses procedimentos devem ocorrer em vias devidamente
equipadas e sem perigo de choque (quedas curtas, terrenos verticais ou
extra-prumados e com altura suficiente); os usuários de quedas devem atuar sob
supervisão, preferencialmente em cursos ou com pessoas experientes.