04 maio 2020

CAPÍTULO XX - PONTOS DE SEGURANÇA - Deslocamento ou saída - Durante um vôo - Durante a aterrizagem - Figuras: Quedas em parede durante a aterrizagem - Quedas em parede durante a aterrizagem.


1) Deslocamento ou saída: devemos levar em conta a qualidade do terreno, se é vertical ou inclinado (desplumado) e livre de obstáculos. Nesse caso, não é necessário jogar os quadris para trás, pois só conseguiremos nos aproximar mais da rocha e termos uma chegada (um impacto) mais violenta contra a parede. Devido ao movimento pendular teremos de ter o cuidado de não deixar roçar a corda em uma aresta principalmente durante o vôo. Um caso particular de desprendimento é quando, de baixo de nós, existe uma saliência meio larga. Devemos desprender (sair) mais da parede para escapar dessa saliência (figuras 491, 492, 493 e 494), dessa forma, podemos evitar uma boa pancada ou costelada. Nos terrenos inclinados, uma queda poderá ser problemática. Se for bastante acentuado o aclive, deverá escorregar com os pés, afastando-se da parede com as mãos ou descer de costas abaixo se perdermos o controle da caída. As quedas inesperadas em posições não usuais, como em um teto, são as mais perigosas, sobretudo quando se leva somente o arnês (cadeirinha) de cintura. Nesse caso, procure encurtar a distância entre os pontos de segurança em decorrência dessas situações. Outro desprendimento (saída) difícil de controlar é nas travessias, nas quais trataremos de saltar ou de correr em direção ao último ponto de segurança, saindo da parede o suficiente para não rodar (girar) sobre ela. A posição da corda com relação a nossas pernas e nosso corpo é muito importante: existe um grave perigo de que, durante o vôo e a aterrizagem, as pernas se enganchem na corda provocando um giro que poderá lançar-nos com força total cabeça abaixo (figura 491 e 492). A corda deverá ser mantida entre as pernas em escaladas verticais; e por sobre o pé ou sobre a coxa quando escalamos em diagonal. Isso evitará que, ao cairmos, enganchemos uma perna ou um pé. Devemos lembrar que o pé ou a perna precisa permanecer entre a corda e a parede.


2) Durante um vôo: o escalador deverá ir tomando uma postura encurvada, separando e flexionando as pernas e braços como uma “postura felina” para o impacto. Os músculos se contraem preparando para o choque; não deverá tentar se agarrar a pontos de segurança ou a uma corda que vá sentido contrário, pois, em primeira estância, são queimadas as mãos. (figuras 493 e 494) O companheiro que faz a segurança deve estar atento e preparado, deixando mais ou menos folgada a segurança em função da velocidade da queda, para evitar o choque do escalador contra qualquer obstáculo como rebarbas de pedras, blocos ou bordas de tetos, além do segurança evitar que alguma coisa caia sobre si.


3) Durante a aterrizagem: durante o impacto a maior responsabilidade é das pernas; as mãos podem ajudar para que o rosto não vá de encontro à parede ou à rocha. Treinam-se quedas para se adquirir reflexos de atuação. Esses procedimentos devem ocorrer em vias devidamente equipadas e sem perigo de choque (quedas curtas, terrenos verticais ou extra-prumados e com altura suficiente); os usuários de quedas devem atuar sob supervisão, preferencialmente em cursos ou com pessoas experientes.