Reuniões (pontos de ancoragens)
A reunião (pontos para ancoragens) é um ponto chave de onde parte
todas as seguranças, portanto, deverão ser seguros por definição, já que, em
última instância, toda a cadeia de segurança falhar, será uma dessas reuniões
(ancoragens) a responsável por salvar toda situação.
A qualidade das ancoragens determina a quantidade de pontos a serem
convencionados, salvo em casos excepcionais, em que se emprega, no mínimo, duas
ancoragens, daí poderá ser definido o que é uma reunião.
Dependendo da disposição e qualidade das ancoragens, adaptaremos uma
outra forma de uni-las por meio de alças se for suficientemente resistente (por
meio de fita costurada), nunca com alças de diâmetros inferiores ao da corda de
escalada nem fitas velhas.
Os mosquetões empregados nas ancoragens terão de ser, preferencialmente,
os de segurança em função de sua carga de trabalho, e, em casos excepcionais,
poderão ser empregados os normais (N), e, em um dos pontos onde se reúnem as
linhas de ancoragem, um outro mosquetão de segurança. O ponto chamado de ponto
central de uma reunião é o mais importante, já que é onde se prende o escalador
que assegura, sendo também deste que é realizada a segurança do seu
companheiro. (figura 479, 480 e 481)
Trabalhos na rocha
Na rocha é precisamente onde as reuniões podem adotar maior variedade
de ancoragens, salvo os equipamentos fixos, nós teremos que nos adaptar a uma
morfologia (descrição da forma) e possibilidades de auto-segurança em uma
rocha.
Já vimos as montagens de reuniões recomendáveis segundo a situação
encontrada mediante um triângulo equalizável fixo e montagens em linha (figura
481)
Não há dúvidas de que as ancoragens empregadas são unidirecionais
(importadoras, distribuídas, alças em blocos, etc.), existindo a possibilidade
de que uma tração sobre uma reunião poderá deslocar-se ou até mesmo arrancar-se
(soltar-se), por isso é necessária uma ancoragem invertida por baixo de uma
outra reunião para auxiliar as ancoragens principais.
Os piolets (figura 483) podem reforçar uma reunião quando conectados no triângulo ou formando, por sua vez, outro ponto entre eles.
Uma boa idéia para não carregar uma reunião é colocar ancoragens extras e auto-seguras
no triângulo, do que permanecer atado por improvisação de uma ferramenta
implantada por cima de uma reunião. (figura 483)
Reunião: é a formação dos sistemas de ancoragens empregadas
dentro de uma operação.
Auto-segurança
Atar-se (prender-se, conectar-se, clipar-se) de forma adequada a uma
ancoragem que montamos é a primeira norma de segurança, caso o nosso
companheiro deixe de nos assegurar diante de uma eventualidade. A forma mais
conveniente de atar-se é empregando o nó oito no ponto central, observando que,
em caso de necessidade, será difícil regulá-lo a uma distância mais adequada.
Nesse caso, podemos usar o nó volta do fiel (balestrinque).
O escalador que permanece na ancoragem inferior não poderá soltar sua
auto-segurança enquanto o seu companheiro de cima não tenha confirmado a sua
chegada na ancoragem seguinte (reunião), enquanto o auto-segurado se encontre
segurando, por sua vez, a corda já recuperada.
Quando tivermos de soltar uma corda para fazer uma descida ou por
qualquer outra circunstância, devemos auto-assegurarmos com as cordas de
ancoragem (longes) e permanecermos sempre acoplados a uma ancoragem principal,
e, quando não existir essa possibilidade, deve-se utilizar, pelo menos, dois pontos
reservas.
Auto-segurança na rocha: normalmente bastará atar-se com o nó oito com
um mosquetão de segurança em um ponto central da ancoragem, portanto, se
necessitarmos regular nossa distância de auto-segurança, uma solução prática
pode ser atar-nos logo com um nó oito entre os meios com um nó volta do fiel
(balestrinque) para regulá-lo em uma posição mais cômoda. Se levarmos duas
cordas, podemos assegurar-nos com o nó oito em uma e com o nó volta do fiel em
outra (figura 482).
Cabos de ancoragem (longe)
Quando precisamos de uma corda, para auto assegurar-nos, necessitamos
estar atados (ancorados) por outros meios auxiliares, (cabos de ancoragem).
Esses elementos podem variar em função da nossa atividade, desde uma
simples fita expressa até o emprego de um cabo especial com dissipadores (empates ou alças).
Um caso freqüente, em vias curtas e equipadas, é dispormos apenas de
algumas fitas expressas pequenas; asseguramo-nos com duas alças e com
mosquetões grampeados, esse procedimento torna mais seguro que empregar
simplesmente a fita. (figura 484)
Se formos precavidos vamos dispor de fitas equipadas com um mosquetão
de segurança em cada extremo (figura 485). Nunca deveremos dispor apenas de uma
fita expressa normal, já que um mosquetão ligeiro (sem trava) poderá se romper
com mais facilidade do que possamos imaginar; confiarmos a vida em um só
mosquetão ligeiro é uma absurda e triste ignorância.
Em escaladas de paredes e alpinismo é normal transportar fitas maiores
para que sejam colocadas atadas na cadeirinha mediante o nó de pata de gato
(alondra) para eliminarmos mosquetões. (figura 486)
Para maior comodidade, pode-se adquirir ou confeccionar um cabo de
ancoragem regulável em distância, algo bastante prático para qualquer tipo de
atividade.
Observação: devido a sua curta distância, qualquer fita ou cordelete
deve ser considerada estática, pois a capacidade de absorção de energia por
esses materiais é mínima. A forma de utilização da corda em uma cadeirinha como
sistema de auto-segurança representa um grande problema, pois uma queda, em
nível de fator 2, seria crítica a resistência de qualquer elemento utilizado na
auto-segurança.
Por esse motivo, as cordas de ancoragem devem ser dinâmicas e, quando
não forem, temos de estar conscientes desses problemas e não subir, jamais, a
cima de um outro ponto de auto-segurança, para não provocar uma situação
constrangedora.
Existem dois sistemas de cordas de ancoragens dinâmicas, uma a base de
costuras que se soltam ao receber um forte choque; e a outra com dissipadores (placas de absorção).
Segurança em “vias ferratas”
Itinerários equipados com passamão, escaladas, etc.
Nesses tipos de itinerários (pouco habitual em nosso País) existe a
possibilidade de que uma queda supere inclusive o nível de fator 2, já que se
pode cair ao longo de vários metros, em um passa mão, por exemplo (figura 487),
sabendo, portanto, que a distância do cabo de ancoragem sempre será a mesma.
Os cabos de ancoragem que amortecem os choques com boas costuras (como
a “energia”) tornam-se excelentes para quedas de fator 2, deixam de ser
eficientes diante de um fator mais alto.
Nesse caso, é imprescindível a utilização de cabos de ancoragem
especial com plaquetas dissipadoras placas de absorção (figura 488); se não
empregá-lo a possibilidade de ruptura dos pontos ou graves danos aos usuários
(inclusive a morte) serão evidentes. Esses cabos para ancoragens são fabricados
especialmente para esse tipo de atividade. Existem cordeletes especiais, placas
de absorção (dissipadoras) e mosquetões muito resistentes para fazê-las mais
seguras em situações críticas; é aconselhável adquirir esses cabos já
confeccionados pelo fabricante, e não adquirir as peças soltas para montá-las,
pois o seu rendimento poderá diminuir.