Anexo B
(informativo)
Fatores relevantes de projeto
B.1 Informação
A informação deve ser clara e
precisa para ser facilmente entendida e não ambígua. Excesso de informação
dificulta sua memorização. Informações conflitantes podem contribuir para o
estresse dos usuários e dificultar a compreensão. Por esse motivo, a
consistência da informação é tão importante. A informação deve ser fornecida no
momento em que for necessária. Informações adequadas significam também que
devem estar atualizadas e que deficiências na informação diminuem a confiança
dos usuários no sistema informativo.
Para enfatizar as facilidades e
características de projeto, é importante considerar:
— para distinguir as bordas de
superfícies grandes, como pisos de andares, portas e tetos, diferenças de LRV
apropriadas devem ser utilizadas. O LRV das cores das paredes deve ser
diferente do utilizado nos pisos e nos tetos;
— para fornecer uma impressão
precisa da dimensão do espaço, o LRV de rodapés largos (barras de pintura) deve
ser o mesmo do LRV das paredes (menos importante para rodapés de contorno até
125 mm);
— reflexos de superfícies
brilhantes confundem pessoas com baixa visão, e o uso desses tipos de
acabamentos em grandes áreas deve ser evitado. Reflexos podem adicionalmente
afetar a habilidade de pessoas que têm baixa audição e que se comunicam por
leitura labial;
— contraste visual adequado deve
ser utilizado para identificar perigos em potencial. Se os batentes em volta
das portas tiverem contraste visual com as paredes, a oportunidade de
identificar a presença da porta está disponível mesmo quando a porta estiver
aberta;
— para enfatizar a presença de
uma porta, diversas medidas são recomendadas. Preferencialmente, a porta e seus
batentes devem contrastar com as paredes do entorno. Se a porta e a parede
tiverem LRV similares e apenas os batentes fornecerem o contraste, ainda é
possível identificar a presença da facilidade, mas é exigido mais tempo para
identificar uma porta aberta. Se os batentes e as paredes tiverem LRV
similares, apenas o LRV da porta fornece o contraste, e é muito difícil
identificar a presença de uma porta quando está aberta, pois quando a porta
está fechada é disponível o contraste visual suficiente. Nestes casos
recomenda-se a aplicação de demarcação do perímetro da porta, com largura
mínima de 50 mm;
— a lista acima é apenas uma
recomendação. Naturalmente há muitos outros fatores que afetam a seleção e
utilização de cores nos ambientes, porém devem-se preservar as condições de
contraste.
B.2 A importância do uso da sinalização tátil e visual no piso
Pessoas com deficiência visual
podem se deparar com situações de perigo ou obstáculos. Durante seus
deslocamentos, utilizam informações táteis, bengalas de rastreamento ou a sola
de seus sapatos. A sinalização tátil no piso é utilizada para auxiliar pessoas
com deficiência visual a trafegarem sozinhas. A sinalização deve ser
consistente e ter um leiaute simples, lógico e de fácil decodificação,
facilitando a movimentação de pessoas com deficiência visual em lugares
familiares e o reconhecimento de espaços onde trafegam pela
primeira vez. A sinalização tátil e visual no piso deve assegurar sua
identificação por pessoas de baixa visão tanto quanto por pessoas cegas. Para
esse propósito, os pisos devem ser facilmente detectáveis pela visão. Isto é
conseguido pela aplicação de um mínimo de contraste de luminância (.LRV) entre
os pisos e o pavimento adjacente.
B.3 Língua Brasileira de Sinais – Libras
Entende-se como Língua Brasileira
de Sinais (Libras) a forma de comunicação e expressão, em que o sistema
linguístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria,
constitui um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de
pessoas com deficiência auditiva (ver [17] da Bibliografia).
B.4 Localização da informação
A sinalização de identificação
deve estar localizada junto às portas de entrada da edificação. Planos ou mapas
acessíveis de orientação devem ser instalados, sempre que necessário,
imediatamente após a entrada principal das edificações. Sinalização adequada
deve ser prevista ao longo do percurso, considerando os pontos de tomada de
decisão.
B.5 Contraste visual
Luz é essencial para a percepção
da cor. Pessoas com deficiência visual podem não ser capazes de identificar as
cores, mas podem perceber tons claros e escuros, uma vez que esta
característica é intrínseca das superfícies coloridas. O contraste visual entre
superfícies adjacentes facilita a percepção e a legibilidade da informação
desejada pelas pessoas com deficiência visual. A aparência das superfícies pode
ser influenciada pela natureza das condições de iluminação. Para eliminar tais
diferenças, os medidores de LRV devem prover uma fonte de luz padronizada.
Durante as medições não pode ser permitida a influência de luzes advindas de
outras fontes naturais ou artificiais. O LRV da cor utilizada em um elemento,
produto ou acabamento pode ser obtido junto ao fabricante. É importante lembrar
que o valor medido é dependente da iluminância (ou nível de iluminação), quando
a medição é executada; entretanto, valores de LRV são apenas verdadeiramente
aplicáveis em situações onde as mesmas condições de iluminação são disponíveis.
B.6 Determinação das diferenças de luminância – LRV
As medições de contraste visual
com diferenças relativas de luminância (tonalidade) em superfícies adjacentes
são importantes e devem ser determinadas. Diferenças de matiz (natureza da cor)
ou croma (intensidade da cor) sozinhas não medem adequadamente o contraste
visual. Para determinar a diferença relativa de luminância, o LRV da superfície
deve ser conhecido. Os fabricantes fornecem os LRV das cores e acabamentos.
Quando o LRV não é conhecido, a luminância relativa das superfícies pode ser
medida sob as mesmas condições de iluminação nas duas superfícies, por aparelho
específico.
B.7 Diferença entre valores de LRV
O ponto recomendado entre dos
valores de LRV entre duas superfícies estão descritos na Tabela 34. Ela é
baseada na diferença de LRV de suas superfícies adjacentes ou entre um
componente e sua base de fixação. A escala de LRV começa em “zero”, definida
como uma superfície de absorção perfeita de luz a qual pode-se assumir como
totalmente preta, e “100” que pode-se assumir como uma superfície de branco
perfeito. Por causa das influências de ordem prática, “preto” é sempre maior
que “zero” e o branco não chega a “100”.
B.8 Medidor de LRV
A distribuição espectral
combinada da fonte de luz e do fotossensor deve coincidir com a distribuição
espectral combinada do iluminante D65 com a curva de sensibilidade luminosa
espectral V(.), padronizadas pela International Electrotechnical Commission
(IEC). O sistema de iluminação deve garantir a distribuição da intensidade luminosa
sobre a área em avaliação, com variação de uniformidade não superior a 10 % da
média de iluminação. O ângulo de abertura da fonte de luz, determinado do
centro da área de medição, não pode ser superior a um retângulo correspondendo
a 10 min de arco por 20 min de arco. A abertura do retângulo é dada com o
primeiro lado paralelo ao plano do observador. A abertura do fotossensor,
determinada do centro da área de medição, não pode ser maior que um quadrado
com 20 min de arco por 20 min de arco. A estabilidade da combinação da fonte de
luz e do fotossensor deve garantir que as leituras não variem mais que 1 %
entre medições espaçadas em 10 s. Deve possuir geometria óptica capaz de
reproduzir as especificações geométricas do cone visual estabelecido em 4.8. Deve
ser portátil, com possibilidade de ser posicionado sobre vários tipos de
material em diferentes localizações. Deve ser construído de modo a mitigar
contaminações da iluminação ambiente na área de medição.
Fonte:
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