Tipos de rapel de acordo com os materiais empregados
A técnica de descida denominada rapel, pode ser dividida
de acordo com os materiais utilizados nela. Dessa forma, temos os seguintes
tipos:
a) Rapel com o
emprego da peça oito:
Materiais básicos:
- um cabo para a sustentação vertical, de tamanho não
definido;
- um cabo da vida ou cadeira;
- um par de luvas;
- um mosquetão;
- um capacete;
- um aparelho oito.
b) Rapel com
utilização de mosquetão:
Materiais básicos:
- uma corda dobrada de tamanho não definido;
- um mosquetão;
- uma cadeira ou cabo da vida;
- um par de luvas e um capacete.
Observações:
a abertura da mola deverá ficar voltada para cima.
c) Rapel com a
utilização do Stop:
Materiais básicos:
- uma corda de 10,4 a 12,5 mm de diâmetro;
- uma cadeirinha ou cabo da vida;
- um mosquetão;
- um par de luvas;
- um capacete.
Procedimentos técnicos de evasão
Rapel com emprego de equipamentos
Rapel com o emprego da peça oito:
1º passo: uso da cadeirinha pronta ou da cadeirinha feita com o cabo da vida, sendo que a peça oito deve ser colocada na corda que serve de cabo de sustentação vertical e, em seguida, fixada à cadeirinha, por intermédio de um mosquetão.
2º passo: dê o aviso de “pronto a segurança”, se houver um bombeiro com a função de segurança da descida; ajuste a corda de forma que não exista mais folga entre o ponto de amarração e o aparelho oito; apoie-se na corda, tencionando-a com segurança; e saia para o lado externo da edificação e comece a descer.
3º passo: durante a descida, assuma a posição sentada, com os pés afastados (mantendo-os na largura dos ombros), com a planta dos pés tocando a parede e os joelhos semi-flexionados. Mantenha o tronco afastado da corda, com uma das mãos empunhando a corda, mais ou menos na altura da face (rosto) enquanto a outra deve ficar no freio, mantendo-se atrás da coxa, sem deslocar-se.
4º passo: observe o percurso de descida, durante toda a atividade, para evitar pancadas contra saliências ou obstáculos, que, por ventura, encontre durante o deslocamento.
5º passo: execute a descida de forma lenta e constante, aplicando impulsos suaves, quando esses forem necessários e apenas nas edificações que não dispuserem de vidraças, pois poderá ocorrer o risco de quebrá-las durante os impulsos.
Precauções:
1) nunca solte a corda deixando o freio livre a não ser quando tiver empregado as travas de segurança.
2) mantenha-se sempre próximo à parede e na posição correta.
3) livre a corda de tudo que possa correr para dentro do aparelho oito (gola de camisa, parte da roupa que fica na altura da região torácica, cabelo, luva, etc.), prejudicando o processo de descida.
4) use o freio constantemente e sempre curvando a corda para trás da coxa.
5) verifique se o chicote da corda se encontra livre (sem nós) e se há coças nele.
6) nunca se posicione na vertical (corpo em pé), procure manter sempre o corpo formando um ângulo de, aproximadamente, 20º em relação à parede de descida.
7) evite fazer movimentos excessivos (balanços, giros, impulsões violentos) e nem se afaste, desnecessariamente, da parede.
Técnica de evasão com o emprego de mosquetão (técnica japonesa e alpinista)
São manobras semelhantes às anteriores, porém o freio é exercido somente pelo mosquetão, empregado para a evasão.
O socorrista deve verificar a bitola da corda, a fim de definir o número de voltas que serão dadas, pois quanto menor o diâmetro, menor será a área de atrito, logo será preciso aumentar o número de voltas a serem feitas no mosquetão.
Quando se tratar de cordas simples, deverão ser executadas mais de 2 (duas) voltas, enquanto que nas duplas ou com diâmetro superior a 12,5 mm o ideal será realizar apenas duas voltas (figuras 153 e 154).
Precauções:
1) a abertura do mosquetão deverá estar sempre voltada para cima;
2) as voltas serão executadas sempre no sentido horário para destros, enquanto que para os canhotos serão no sentido anti-horário;
3) deverão ser executadas descidas lentas e constantes;
4) quando se tratar de trabalhos com vítimas, deverá ser feito o dobro de voltas em relação as que são feitas para o uso convencional.
Técnica de evasão com o stop, double stop e dresler
O stop, bem como o double stop e o dresler são materiais para a realização dos trabalhos de frenagem nas atividades de rapel, substituindo o aparelho oito. Possuem um sistema de freio automático, no qual não é preciso fazer travas para se realizar uma parada, exceção feita para o dresler.
Apesar de seu sistema de freio ser mais simples do que o usado para o aparelho oito, requer do operador um bom conhecimento de seu funcionamento, pois se for empregado por leigos, poderá acarretar danos aos materiais utilizados ou acidentes com o usuário.
Para utilizar esse sistema de freio, o bombeiro/escalador deverá sempre estar liberando a alavanca (abrindo a mão) enquanto que, para descer, deve mantê-la acionada (presa). Dessa forma, a corda permanece livre e acaba exigindo do bombeiro uma maior atenção para não incorrer em acidentes.
Precauções:
a) em caso de descidas sem freio (acidental), solte as mãos desses materiais e da corda (freio);
b) observe, sempre que possível, a alavanca de freio (no stop e/ou double stop), quando estiver descendo;
c) acione a alavanca de freio lentamente, mantendo uma velocidade lenta e constante durante a descida;
d) ao utilizar o dresler, o freio deve ser mantido e controlado pela mão do operador, pois ele atua de forma semelhante ao do aparelho oito (figuras 156 e 157).
Gri gri
É um material que pode ser empregado em situações diversas para ascender com segurança, bem como para descender ou bloquear, conforme a necessidade do momento. Também pode executar descidas livres, assim como intermitentes, dependendo da situação encontrada. É um material bastante empregado como backup (figuras 160 e 161).