As grandes epidemias
ao longo da história
Bactérias, virus e outros microorganismos já
causaram estragos tão grandes à humanidade quanto as mais terriveis guerras,
terremotos e erupções de vulcões
PESTE NEGRA
50 milhões de mortos (Europa e Ásia) – 1333 a 1351
História - A peste bubônica ganhou o nome de
peste negra por causa da pior epidemia que atingiu a Europa, no século 14. Ela
foi sendo combatida à medida que se melhorou a higiene e o saneamento das
cidades, diminuindo a população de ratos urbanos
Contaminação - Causada pela bactéria Yersinia
pestis, comum em roedores como o rato. É transmitida para o homem pela pulga
desses animais contaminados
Sintomas - Inflamação dos gânglios linfáticos,
seguida de tremedeiras, dores localizadas, apatia, vertigem e febre alta
Tratamento - À base de antibióticos. Sem
tratamento, mata em 60% dos casos
CÓLERA
Centenas de milhares de mortos – 1817 a 1824
História – Conhecida desde a Antiguidade, teve
sua primeira epidemia global em 1817. Desde então, o vibrião colérico (Vibrio
cholerae) sofreu diversas mutações, causando novos ciclos epidêmicos de tempos
em tempos
Contaminação – Por meio de água ou alimentos
contaminados
Sintomas – A bactéria se multiplica no
intestino e elimina uma toxina que provoca diarréia intensa
Tratamento – À base de antibióticos. A vacina
disponível é de baixa eficácia (50% de imunização)
TUBERCULOSE
1 bilhão de mortos – 1850 a 1950
História – Sinais da doença foram encontrados
em esqueletos de 7 000 anos atrás. O combate foi acelerado em 1882, depois da
identificação do bacilo de Koch, causador da tuberculose. Nas últimas décadas,
ressurgiu com força nos países pobres, incluindo o Brasil, e como doença
oportunista nos pacientes de Aids
Contaminação – Altamente contagiosa, transmite-se
de pessoa para pessoa, através das vias respiratórias
Sintomas – Ataca principalmente os pulmões
Tratamento – À base de antibióticos, o paciente
é curado em até seis meses
VARÍOLA
300 milhões de mortos – 1896 a 1980
História – A doença atormentou a humanidade
por mais de 3 000 anos. Até figurões como o faraó egípcio Ramsés II, a rainha
Maria II da Inglaterra e o rei Luís XV da França tiveram a temida “bixiga”. A
vacina foi descoberta em 1796
Contaminação – O Orthopoxvírus variolae era
transmitido de pessoa para pessoa, geralmente por meio das vias respiratórias
Sintomas – Febre, seguida de erupções na
garganta, na boca e no rosto. Posteriormente, pústulas que podiam deixar
cicatrizes no corpo
Tratamento – Erradicada do planeta desde 1980,
após campanha de vacinação em massa
GRIPE ESPANHOLA
20 milhões de mortos – 1918 a 1919
História – O vírus Influenza é um dos maiores
carrascos da humanidade. A mais grave epidemia foi batizada de gripe espanhola,
embora tenha feito vítimas no mundo todo. No Brasil, matou o presidente
Rodrigues Alves
Contaminação – Propaga-se pelo ar, por meio de
gotículas de saliva e espirros
Sintomas – Fortes dores de cabeça e no corpo,
calafrios e inchaço dos pulmões
Tratamento – O vírus está em permanente mutação,
por isso o homem nunca está imune. As vacinas antigripais previnem a
contaminação com formas já conhecidas do vírus
TIFO
3 milhões de mortos (Europa Oriental e Rússia)
– 1918 a 1922
História – A doença é causada pelas bactérias
do gênero Rickettsia. Como a miséria apresenta as condições ideais para a
proliferação, o tifo está ligado a países do Terceiro Mundo, campos de
refugiados e concentração, ou guerras
Contaminação – O tifo exantemático (ou epidêmico)
aparece quando a pessoa coça a picada da pulga e mistura as fezes contaminadas
do inseto na própria corrente sangüínea. O tifo murino (ou endêmico) é
transmitido pela pulga do rato
Sintomas – Dor de cabeça e nas articulações,
febre alta, delírios e erupções cutâneas hemorrágicas
Tratamento – À base de antibióticos
FEBRE AMARELA
30 000 mortos (Etiópia) – 1960 a 1962
História – O Flavivírus, que tem uma versão
urbana e outra silvestre, já causou grandes epidemias na África e nas Américas
Contaminação – A vítima é picada pelo mosquito
transmissor, que picou antes uma pessoa infectada com o vírus
Sintomas – Febre alta, mal-estar, cansaço,
calafrios, náuseas, vômitos e diarréia. 85% dos pacientes recupera-se em três
ou quatro dias. Os outros podem ter sintomas mais graves, que podem levá-los à
morte
Tratamento – Existe vacina, que pode ser
aplicada a partir dos 12 meses de idade e renovada a cada dez anos
SARAMPO
6 milhões de mortos por ano – Até 1963
História – Era uma das causas principais de
mortalidade infantil até a descoberta da primeira vacina, em 1963. Com o passar
dos anos, a vacina foi aperfeiçoada, e a doença foi erradicada em vários países
Contaminação – Altamente contagioso, o sarampo é
causado pelo vírus Morbillivirus, propagado por meio das secreções mucosas
(como a saliva, por exemplo) de indivíduos doentes
Sintomas – Pequenas erupções avermelhadas na
pele, febre alta, dor de cabeça, mal-estar e inflamação das vias respiratórias
Tratamento – Existe vacina, aplicada aos nove
meses de idade e reaplicada aos 15 meses
MALÁRIA
3 milhões de mortos por ano – Desde 1980
História – Em 1880, foi descoberto o
protozoário Plasmodium, que causa a doença. A OMS considera a malária a pior
doença tropical e parasitária da atualidade, perdendo em gravidade apenas para
a Aids
Contaminação – Pelo sangue, quando a vítima é
picada pelo mosquito Anopheles contaminado com o protozoário da malária
Sintomas – O protozoário destrói as células do
fígado e os glóbulos vermelhos e, em alguns casos, as artérias que levam o
sangue até o cérebro
Tratamento
– Não existe uma vacina eficiente, apenas drogas para tratar e curar os
sintomas
AIDS
22 milhões de mortos – Desde 1981
História – A doença foi identificada em 1981,
nos Estados Unidos, e desde então foi considerada uma epidemia pela Organização
Mundial de Saúde
Contaminação – O vírus HIV é transmitido através
do sangue, do esperma, da secreção vaginal e do leite materno
Sintomas – Destrói o sistema imunológico,
deixando o organismo frágil a doenças causadas por outros vírus, bactérias,
parasitas e células cancerígenas
Tratamento
– Não existe cura. Os soropositivos são tratados com coquetéis de drogas
que inibem a multiplicação do vírus, mas não o eliminam do organismo
Fontes: Organização Mundial de Saúde (OMS)
e Fundação Oswaldo Cruz