3.2.1 O Ciclo Operacional
de Bombeiros como um Sistema de Gestão
Doutrinariamente
no Brasil, apesar de pouco estar escrito formalmente em literatura regular
e científica, é ensinado aos integrantes dos Corpos de Bombeiros Militares, e
difundido amplamente o denominado "Ciclo Operacional de Bombeiro", o
qual estabelece uma metodologia sequencial das atividades inerentes ao
desenvolvimento e implantação da segurança contra incêndio.
Segundo
Vidal (2007), o Ciclo Operacional de Bombeiros foi introduzido no Brasil na
década de 70 advindo de profissionais da Agência Japonesa de Cooperação
Internacional (JICA), que estiveram no país àquela época para transmitirem sua
doutrina para os bombeiros brasileiros.
É
tido como a aplicação análoga do denominado Método de Melhoria Contínua, ou
mais conhecido por ciclo PDCA, mostrado na Figura 6, e conceituado por Campos
(1996 apud NASCIMENTO, 2011) como um método de gerenciamento de processos ou
sistemas para se atingirem metas, ou ainda como Moura (1997 apud ANDRADE, 2003),
é uma ferramenta orientadora das tarefas baseada nos conceitos da administração,
apresentada de forma clara e simples de ser compreendida por qualquer
organização.
O
método PDCA foi desenvolvido pelo estatístico Shewhart nos anos 30, sendo
aprimorado e difundido por Deming na década de 1950 quando o aplicou de forma
sistemática nos conceitos de Qualidade Total em seus trabalhos realizados no
Japão.
Figura 6 –
Desenho esquemático do ciclo PDCA (ANDRADE, 2003)
Afirma
Nascimento (2011) que o modelo é dinâmico e cíclico, onde a última etapa
é finalizada para o aprimoramento da primeira, sendo assim o processo
constantemente reanalisado e melhorado. Este método pode ser utilizado para
cumprimento de metas da alta administração a nível estratégico, como no
gerenciamento da rotina para a resolução de problemas setoriais de desempenho e
consolidação de um processo padronizado de qualidade.
É constituído por 4 fases
que no idioma original formam a conhecida sigla, quais sejam:
a) PLAN (Planejar) - é a fase de planejamento, considerada a mais importante, onde se inicia o ciclo, esta fase deve ser bem elaborada e minuciosa, pois proverá todas as informações necessárias às demais e é subdividida em cinco etapas sendo elas:
- a identificação do problema;
- estabelecimento das metas;
- análise do fenômeno;
- análise do processo;
- plano de ação;
b) DO (Executar) - é a fase prática de execução de todo o planejamento formalizado no plano de ação, também subdividida em treinamento e execução da ação, enquanto o planejamento enfatiza a eficácia através de metas exequíveis, a execução busca a eficiência do processo;
c)
CHECK (Verificar) - fase de verificação da eficácia das ações de acordo como
planejamento realizado e os indicadores determinados, constatados mediante o
monitoramento e registro contínuo da execução;
d)
ACT (Agir) - é a adoção de medidas corretivas aos desvios detectados na etapa
anterior, objetivando a melhoria contínua e contempla o processo de padronização
das ações eficazes e eficientes para a correta repetitibilidade e consolidação
do nível de qualidade alcançado.
Para
estes procedimentos de padronização das ações corrigidas e eficientes, Melo
(2001 apud ANDRADE, 2003) propôs uma adaptação do ciclo definindo-o como SDCA,
onde o "S" significa Standard, alusivo à normatização e padronização
de procedimentos e resultados com qualidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário