Aplicação do Manual
Este manual de treinamento não se aplica para os
brigadistas de aeroportos, embarcações, áreas de tanques com líquidos
inflamáveis (com mais de 20m³) e gases inflamáveis (com mais de 6240 Kg ) e
vasos sob pressão, que demandam procedimento específico.
PRÉ–REQUISITOS PARA BOMBEIROS PÚBLICOS E BRIGADISTAS
Formação Teórica Básica
É aquela necessária para o trabalho integrado dos
bombeiros públicos e brigadistas, que deverão ter conhecimentos sobre os
assuntos:
a) métodos de extinção adequada a cada classe de incêndio;
b) conhecimento das classes de incêndios A, B, C e D;
c) extintores Portáteis;
d) material hidráulico e acessórios para combate a fogo
com água ou espuma;
e) acondicionamento de mangueiras e equipamentos;
f) formas de jato;
g) aplicação de espuma.
Os alunos devem comprovar que receberam treinamento
teórico proposto acima, antes de participarem de qualquer aula prática.
Formação Mínima em Pronto-Socorrismo
Os brigadistas devem ter uma formação curricular mínima de
atendimento em emergências médicas, conforme Currículo Básico do Curso de Formação
de Brigada de Incêndio o constante no Anexo B da Instrução Técnica nº 17 do
CBPMESP, utilizando-se para ministrar as aulas, os parâmetros do Manual Técnico
de Bombeiros 12, Manual de Fundamentos de Bombeiros do CBPMESP (Fascículo 15) e
Manual de Procedimentos Operacionais Padrão do Sistema de Resgate de
Acidentados do Estado de São Paulo, com ênfase em:
a) análise primária e secundária de uma vítima;
b) desobstrução de vias aéreas;
c) reanimação cárdio-pulmonar;
d) estado de choque;
e) hemorragias;
f) fraturas;
g) ferimentos;
h) queimaduras;
i) emergências clínicas;
j) transporte de vítimas.
PROCEDIMENTOS PARA TREINAMENTO
Os Procedimentos para Treinamento atentarão o previsto em
razão do local em que se realizem, assim considerados:
a) Treinamentos em Edificações;
b) Treinamentos Externos.
Treinamentos em Edificações
Qualquer edifício pode ser considerado como um local de
treinamento de fogo em estruturas, desde que corretamente preparado para o
exercício com fogo real. Eles podem ser construídos com esta finalidade
específica de uso com fogo real, o que o torna mais seguro, ou a instrução pode
ser em estruturas emprestadas, onde podem faltar condições de resistência
estrutural ao fogo e calor.
Edificações Emprestadas
Quando se utilizar edificações emprestadas ou cedidas é
importante constar uma declaração da inexistência de seguro contra danos e
incêndios, pelo cedente.
Na inspeção de segurança, a ser feita antes da aula
prática, deve-se determinar se o chão, paredes, degraus e outros componentes
estruturais são capazes de resistir ao peso adicional de pessoas, material e
água residual do exercício. Devem ser removidos todos os produtos perigosos
dentro da estrutura, bem como, recipientes fechados não identificados, vasos sob pressão e outros materiais com alta
combustibilidade. Os tanques ou invólucros que não podem ser removidos devem
ser inertizados.
Além das medidas adotadas, atentar para:
a) paredes e tetos estejam intactos;
b) escombros no local, que devem ser retirados do interior
para facilitar acesso;
c) equipamentos, que devem estar desligados;
d) telhado, estabelecendo se há possibilidade de ser feito
uma abertura;
e) plantas e ervas tóxicas quando queimadas, enxame de
insetos e toca de animais;
f) existência de amiantos internos, que devam ser
retirados para não serem expostos ao calor;
g) existência edificações próximas, bem como a vegetação
que pode facilitar a propagação horizontal por condução, retirá-los se
legalmente possível;
h) as ruas nas redondezas devem ser inspecionadas e
isoladas no horário de treino por equipes de apoio de trânsito;
i) previsão de água, que será baseada na extensão de
duração dos treinos, levar em conta uma linha de ataque e mais uma reserva para
proteção de pessoas, multiplicando o tempo de exercício. Acrescentar 50% deste
total para uma reserva de situações imprevistas e para controle de exposição
para outras edificações;
j) as linhas de ataque e de reserva devem ter recalque de
bombas independentes, para evitar que numa falha se perca todo o esquema de
treino montado;
k) área para estacionar viaturas e para manobras de
abastecimento;
l) área para imprensa e ambulância prevista no plano de
segurança.
Plano de Segurança
Antes de administrar o treinamento com fogo real deve ser
feito um plano de segurança da instrução, onde todos os participantes
visualizarão e discutirão os detalhes de cada evolução a ser feita, contendo os
assuntos abaixo:
a) plantas ou croqui do local do terreno para que os alunos
conheçam o “lay out”, onde serão destacados:
• dimensões da edificação a ser usada na instrução;
• obstáculos a serem utilizados na pista externa;
• o posto de comando e a torre de observação, se houver;
• posição das equipes que fazem exercício com fogo real ou
não;
• local de entrada e saída de edificações e pista externa;
• rotas ou alternativas de fuga em caso de problemas;
• posição de viaturas na ocorrência, se houver;
• posição dos hidrantes.
b) quantidade de água para o exercício;
c) tamanho do fogo ou quantidade de obstáculos a serem
usados;
d) bombas fixas de recalque;
e) previsão das condições do tempo;
f) local de estacionamento de outros veículos não
envolvidos na instrução Exigência das Comunicações;
g) regras de segurança;
h) tarefas de cada um na pista e fora delas;
i) números de alunos em cada exercício;
j) encarregado da segurança e suas missões;
k) ordem de abandono ou retirada da pista.
Apresentamos no Anexo A modelo para subsidiar o Plano de
Segurança, ou ainda, de Plano de Emergência Contra Incêndio, conforme
denominado em outros manuais e normas, sendo adotados os parâmetros e padrões
das Instruções Técnicas nº 16 – Plano de Intervenção de Incêndio e 17 – Brigada
de Incêndio do CBPMESP.
Plano de Evacuação
Entre as funções de uma brigada, encontra-se a de conduzir
pessoas de um local sinistrado para um local seguro.
Essa tarefa requer planejamento e treinamento, no sentido
de automatizar os hábitos essenciais para atender a procedimentos de
emergência, para evitar o pânico e conseqüências graves.
O pânico é causado, principalmente, pelo desconhecimento
técnico por parte das pessoas das rotas de fuga existentes e da possibilidade
de abandono rápido e seguro do local.
É fundamental na execução de um plano de evacuação a
liderança, a colaboração e a comunicação dos membros da brigada, que deverão
estar atentos ao comando do líder, para
que as atitudes se tornem sincronizadas e o resultado
eficiente. O plano de evacuação não deve interferir nos serviços de combate a
incêndio.
Os componentes da brigada não devem ser designados para
qualquer função no grupo de abandono de local. No entanto, devem conhecer o
esquema de abandono de cada área, de modo a não dificultar ou obstruir a saídas
e passagens.
O plano de evacuação requer que as áreas extensas sejam
divididas em setores, de modo a permitir a individualização dos exercícios
anuais. Portanto, os planos devem ser parciais ou totais, quando necessários,
devendo ainda, contemplar ações de abandono para portadores de deficiência
física permanente ou temporária, bem como às pessoas eu necessitem de auxílio,
p.ex., idosos, gestantes etc.
Os simulados e a evacuação propriamente dita, deverão
realizar-se em duas etapas, determinadas por sinais e alarmes convencionados:
- ao primeiro sinal “de alerta” as máquinas e equipamentos
devem ser desligados, e os caminhos desobstruídos. Os ocupantes do setor devem
se posicionar em fila, direcionadas às saídas, guardando distância aproximada
de 1 metro de uma pessoa para outra;
- ao segundo sinal as filas devem se movimentar.
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