TÍTULO V
SARAMPO
CODAR
– HB.ISA/CODAR 23.305
1.
Caracterização
O sarampo é uma virose
aguda extremamente contagiosa, que ocorre mais freqüentemente na infância e
cujos sinais preliminares são febre, conjuntivite, catarros nasais (coriza),
tosse persistente, com o aparecimento das típicas manchas de koplik na face
interna das bochechas e gengivas, seguidas de um exantema muito característico,
que se inicia na face e depois se generaliza.
O
quadro clínico do sarampo manifesta-se em duas fases muito típicas:
· Invasiva;
· Eruptiva.
Estudo
da Fase Invasiva
Esta fase se inicia com
febre alta, irritação, sonolência, dor de cabeça e dor lombar, sinais e
sintomas comuns a muitas infecções virais.
Normalmente, após 24
horas, inicia-se a subfase catarral, com o comprometimento das vias aéreas
superiores e que se caracteriza por espirros freqüentes, tosse rouca e
persistente, inicialmente não seguida de expectoração, acompanhados de
lacrimejamento e conjuntivite.
A inspeção permite
confirmar reação inflamatória da faringe e o surgimento de um exantema, causado
pela vasodilatação das arteríolas que irrigam as mucosas da boca (palato) e da
faringe. O aparecimento de manchas de Koplik, no interior das bochechas, define
e carimba o quadro de sarampo.
As manchas de Koplik são
mais fáceis de distinguir, quando examinadas à luz do dia, e se apresentam como
pequenas áreas de tonalidade clara e azulada, rodeadas de uma auréola
inflamatória vermelho intenso.
Inicialmente, aparecem
umas poucas manchas de Klopik no interior das bochechas, nas proximidades do
primeiro molar.
Após 24 horas, elas tornam-se numerosas, aparecendo nas
gengivas e na face interna dos lábios. Com o surgimento do exantema, as manchas
empalidecem e desaparecem gradualmente.
Normalmente, as crianças
se sentem enfermas e espontaneamente procuram permanecer deitadas em ambiente
tranqüilo.
O comprometimento do
estado geral, nesta fase, é bastante variável e o quadro pode evoluir de forma
branda ou grave e, às vezes, de forma mortal.
Estudo
da Fase Eruptiva
Iniciada a erupção
cutânea, a febre retorna em níveis mais elevados do que no período invasivo e
ocorre uma reativação e intensificação dos sintomas catarrais.
O quadro eruptivo aparece
entre o segundo e o quarto dia de iniciada a doença.
Inicialmente, o Shunt
eruptivo surge no rosto, no pescoço e atrás das orelhas, propaga-se para o
peito e se generaliza em 36 horas.
É normal que a criança se
queixe de coceira (prurido) e tente se coçar.
O exantema inicia-se com o
surgimento de pequenas manchas avermelhadas e elevadas (pápulas), que crescem e
confluem formando máculas de forma e tamanho irregulares, separadas por espaços
de pele íntegra.
Quando o exantema está
plenamente desenvolvido, as máculas confluem e recobrem toda a face e todo o
peito.
Normalmente, o exantema
exterioriza um estado de congestão da circulação superficial, sem extravasamentos
de sangue. No entanto, nos casos muito graves, o exantema é francamente
hemorrágico.
O estudo do exantema é
feito pressionando a superfície da pele com uma placa de vidro transparente. Se
a pele subjacente empalidecer, sob o efeito da vitropressão, existe congestão,
sem extravasamento de sangue.
Nesta
fase, ocorre um grande comprometimento do estado geral:
· o pequeno paciente se sente muito enfermo;
· a tosse e os sintomas catarrais se agravam,
caracterizando um quadro de tráqueobronquite, com abundantes roncos e sibilos
(estertores respiratórios);
· o rosto apresenta-se inchado, a conjuntivite
e o lacrimejamento agravam-se.
Após
dois a três dias de iniciado o exantema, o quadro clínico começa a melhorar:
· a temperatura cai e normaliza;
· melhoram os sintomas catarrais;
· inicia-se a descamação das crostas, e os
lençóis parecem “cheios de farinha”.
Normalmente,
o diagnóstico é confirmado laboratorialmente mediante técnicas de
imunofluorescência, do antígeno vírico, obtido por aspiração das secreções
nasofaríngeas.
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