FUMAÇA E GASES DE INCÊNDIOS
Gases de incêndio
são substâncias em estado vaporoso, resultantes da combustão. Os produtos mais
comuns da combustão contêm carbono que, quando queimado forma o bióxido de
carbono e o monóxido de carbono. Os principais fatores que determinam os gases
de incêndio formados pela combustão, são as composições químicas do comburente,
o percentual de oxigênio presente para a combustão, e a temperatura da
combustão (incêndio).
EFEITOS DA FUMAÇA E GASES DE INCÊNDIOS
A fumaça e os gases
confinados no interior do prédio durante um incêndio interferem no acesso e
visibilidade para fins de resgate e operações de combate ao incêndio. Essa
mesma fumaça e gases superaquecidos, em um ambiente confinado, em que o nível
de oxigênio apresenta-se muito baixo para alimentar a combustão adequadamente,
podem entrar em ignição ou também explodir quando ocorrer suprimento de
oxigênio de forma repentina, quando, por exemplo, uma porta é aberta,
possibilitando a entrada de ar naquele ambiente confinado.
FALTA DE VISIBILIDADE
Durante os
primeiros estágios do incêndio, a fumaça e os gases não apresentam problemas
sérios. Mesmo em edifícios lacrados, há várias áreas disponíveis, através das
quais a fumaça pode ser dissipada. Deste modo, a visibilidade fica num nível
mais tolerante para a operação de combate. A medida que o foco ganha vulto, as
áreas nas quais a fumaça se expandiu se tornarão mais densas. Assim, a
visibilidade é gradualmente reduzida até que a ventilação seja efetuada. A
falta de visibilidade pode encurralar pessoas e Bombeiros em edifícios tomados
pelo fumo.
TOXIDEZ DOS GASES
Os edifícios
lacrados podem ser capazes de reter toda a fumaça e gases do incêndio, até que
sejam ventilados. Outros tipos de edifícios geralmente retêm produtos da
combustão que podem ser taxadas de altamente perigosas.
O fogo produz
inúmeros gases tóxicos, sendo o mais comum deles o monóxido de carbono – CO. Um
indivíduo exposto à concentrações de monóxido de carbono em doses mínimas de 1%
a 3 % no ar ambiente, se tornará inconsciente após duas ou três inalações e
provavelmente morrerá dentro de 1
a 3 minutos. Além do mais, a fumaça e os gases tóxicos
deslocam o oxigênio no interior de uma estrutura. O efeito nocivo da falta de
oxigênio não é geralmente entendida com facilidade. Breves exposições à
atmosferas onde o conteúdo de oxigênio foi reduzido dos 21% normais para
aproximadamente 15%, irá prejudicar o rendimento físico do indivíduo que
combate o incêndio; e afetar de modo enfático o seu poder de discernimento. A
perda do discernimento sob tais condições raramente se faz auto-analisável ao
Bombeiro que é seu paciente. Há casos registrados em que Bombeiros realmente
colocaram em risco suas vidas, sem consciência deste fato, após breves
exposições à atmosferas carente de oxigênio. Em cada um dos casos o Bombeiro
acreditava estar fazendo o trabalho de forma normal sem excessivo risco, porém
seu poder de discernimento estava totalmente falho.
As máscaras de
penetração para homens expostos à fumaça e a gases de incêndios são
absolutamente necessárias para proteger sua saúde e prover um desempenho
adequado de suas funções. O tempo do “coração devorador de fumaça”, já era.
Hoje em dia, no caso do CB, não pode haver vaga para indivíduos que recusem
usar uma máscara de proteção.
GASES AQUECIDOS
O calor é
transportado para outras partes do edifício através da fumaça e dos gases da
combustão. A quantidade de calor transportado por tal meio de condução esta em
relação imediata com o espaço de tempo que o calor tem gerado e a distância que
este deve percorrer antes de ficar preso num dos pavimentos superiores. O calor
transportado por vapores é absorvido pelo ar do edifício e transportado pelas
partículas e vapores advindos deste. Os
dispositivos de proteção acionados através do princípio de elevação de
temperatura não respondem a gases de incêndio e propagação da fumaça, visto que
tais aparelhos geralmente não funcionam com a rapidez necessária para fechar
portas e vãos de ventilação a fim de bloquear a passagem para gases e fumaça.
Tal desvantagem é particularmente real em prédios elevados, nos quais a fumaça
e o fogo podem viajar grandes distâncias e transferir calor necessário para
atingir outros dispositivos.
RISCOS DE MORTE
Conforme foi
mencionado anteriormente, é fato bem sabido que as mortes causadas pela
inalação de gases quentes são bem mais comuns do que mortes através do fogo, e
de todas as outras causas combinadas. Geralmente, pouca atenção se dá à
toxidade da fumaça fria e gases. A fumaça estratificada e os gases perdem
apenas o seu efeito calorífico; o monóxido de carbono, fatal à vida e os gases
tóxicos, ainda nela estão presentes. Visto que o fator temperatura não afeta a
toxidade, os gases frios ainda são tão perigosos como aqueles que estão
quentes. Os ocupantes das áreas do edifício onde a fumaça é estratificada,
devem ser removidas de vez.
RISCOS ADVINDOS DO PÂNICO
Ocorrem mortes
causadas pelo pânico quando os ocupantes de um edifício são levados a crer que
existe um incêndio quando na realidade não há incêndio algum. A fumaça num
prédio alto pode gerar tal crença e causar pânico. Porém o medo é a maior causa
de pânico. O pânico é contagioso, e quanto maior o número de pessoas num
prédio, maior será o potencial de pânico. Visto que nos edifícios modernos
geralmente contém uma lotação diária de 100 ou mais pessoas por pavimento, o
risco de pânico sob tais circunstâncias e condições de fumaça é realmente
verídico, a maioria das pessoas só conhece uma via de entrada e saída do prédio
onde moram ou trabalham. O acesso geralmente se dá através de um salão frontal
de acesso ao elevador, através de um hall, e para o interior de seus
apartamentos ou escritórios. A evasão geralmente também se processa pela rota.
Sob condições de incêndio, os outros meios de fuga são geralmente ignorados ou
ainda, menosprezados se desconhecidos. Até o ponto que uma pessoa possa lograr
acesso a uma área reconhecível, de segurança, há pouco perigo de ocorrer
pânico. Quando a rotina é desviada por qualquer interferência pode
desenvolver-se o pânico. Tal interferência pode advir da fumaça densa, calor,
visibilidade reduzida, filas excessivas ao elevador, demora em abrir as portas
e assim por diante. Quando rompe o pânico, o indivíduo não raciocina ou se
comporta de modo lógico. O fluxo resultante de pessoas para as vias de fuga
conhecidas pode então rapidamente bloquear tais saídas e aprisionar todas as
pessoas dentro daquela área particular. Portanto, o pré-planejamento para o
combate deve incluir métodos de movimentação de ocupantes do edifício a fim de
alternar as vias de fuga.
Pode-se realizar
exercícios de saída de emergência através de gráficos montados em local de
destaque de cada pavimento, que demonstrem as saídas alternativas, para uso em
edifícios altos. Os edifícios do Poder Judiciário de Nova York não só prevêem
tais exercícios de evasão como também estabelecem guardas em cada pavimento que
orientam a evasão em caso de emergência. A diretoria atribuiu responsabilidades
bem definidas com respeito à segurança contra o risco de vida dos ocupantes de
seus prédios.
PERIGO PARA A VIDA
Incêndios em
arranha-céus apresentam numerosos riscos para a vida de seus ocupantes
(moradores). O tópico Perigo para a Vida da resposta as seguintes perguntas:
- Quais são os problemas encontrados
para a evacuação dos ocupantes dos edifícios altos?
- Quais são os sérios problemas para a
vida nas ocorrências de incêndios nos altos edifícios?
- Quais os meios de fuga nos altos
edifícios?
- Quais as saídas que devem ser usadas
para o êxito das operações de salvamento?
OCUPAÇÃO DO EDIFÍCIO
A ocupação dos
edifícios, determina graves riscos de vida para os ocupantes no caso de um
incêndio. Os edifícios comerciais tem a mais variada ocupação. Geralmente os
altos edifícios são planejados antes de serem construídos, da colocação de
letreiros e de serem alugados. Somente após a construção é que ele é alugado, o
que faz com que o tipo de ocupação seja desvirtuada em função do interesse
econômico do proprietário. Internamente encontra-se móveis e acessórios para o
uso dos vários tipos de ocupantes e instalações. O Projeto de Prevenção contra
Incêndios deve determinar o layout ocupacional, de forma a dar a maior
resistência ao fogo em cada andar. O estado e a condição física dos ocupantes,
para dar ao Corpo de Bombeiros, em caso de socorro, a direção e ajuda
necessária para a evacuação dos moradores a local seguro. Em alguns edifícios
os mais sérios problemas são durante o dia, em outras durante a noite. Em
qualquer dos casos, precisa ser presumido que muitos são os problemas que põe
em risco a vida dos ocupantes de altos edifícios. Quando ocupados, os edifícios
com andares fora do alcance normal das escadas dos Bombeiros trazem sérios
riscos para a vida. Os riscos de vida estão normalmente relacionados com a
altura do edifício, resistência ao fogo, e número de ocupantes. O ocupante
normalmente não encara estes problemas seriamente. Não é incomum haver mais de
100 pessoas em cada pavimento de uma estrutura comercial. Se o edifício excede
a 25 andares, os ocupantes podem ser superiores aos de muitas comunidades. Um
incêndio em uma alta estrutura deve ser considerado como um incêndio numa
cidade vertical onde toda população é envolvida.
PROBLEMAS DE SALVAMENTO
Para o sucesso das
ações de salvamento, o Bombeiro deverá antecipadamente conhecer a situação das
vítimas e poder subir. Antes de preocupar-se com o incêndio, o Bombeiro deve
preocupar-se com o salvamento das vidas humanas em perigo.
Comumente, para o
Bombeiro, as fases de uma operação de salvamento são:
a) Controle dos ocupantes;
b) Evacuação dos ocupantes;
c) Estabelecimento de áreas de refúgio.
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