03 junho 2021

Dióxido de Carbono - Concentração de dióxido carbono para extinção - Queimadura por exposição a dióxido de carbono – Riscos e Limitações de Uso dos Agentes Gasosos - Estudo de Sistema Fixo de Combate a Incêndio por Agente Gasoso

3.2 – Dióxido de Carbono

O principal risco na utilização do dióxido de carbono como agente de extinção é a asfixia.

O poder de extinção do CO2 é baixo, exigindo assim uma alta concentração do gás no ambiente para que ocorra a extinção do incêndio.

A Tabela 3.3 apresenta faixas típicas de concentração de dióxido de carbono para extinguir o fogo em diversos combustíveis.

Devido a essa alta concentração, o projeto do sistema fixo de combate a incêndio que emprega dióxido de carbono deve prever não apenas um sistema de alarme, mas também um tempo de espera, antes da descarga, adequando para que ocorra a evacuação do local. Treinamento daqueles que trabalham no local e placas de sinalização também são exigidos (NFPA 12, 2011).


Tabela 3.3 – Concentração de dióxido carbono para extinção (NFPA 12, 2011)

 

Na publicação (EPA, 2010), há uma lista de acidentes fatais durante a utilização do dióxido de carbono como agente de combate a incêndio.

Muitas desses acidentes ocorreram em embarcações durante manutenção e inspeção do sistema.

Há também acidentes devido à falha na descarga, falha humana e falha no alarme.

A exposição a dióxido de carbono gera efeitos adversos que variam em função da concentração e tempo de exposição.

A exposição acima de 17% de dióxido de carbono leva à perda de controle e consciência, convulsões e coma.

A morte ocorre após 1 minuto (OSHA, 1989; CCOHS, 1990; DALGAARD et al. 1972; CATAMA, 1953; LAMBERTSEN, 1971).

A exposição a concentrações entre 10% a 15% leva a inconsciência, sonolência, espasmos musculares e tonturas em poucos minutos (WONG, 1992; CATAMA, 1953; SECHZER et al., 1960).

Minutos ou horas de exposição a concentrações entre 7% a 10% levam a inconsciência, tontura, dor de cabeça, disfunção visual e auditiva, depressão mental e falta de ar (Schulte, 1964; CATAMA, 1953; Dripps, 1947; Wong, 1992; Sechzer et al. 1960; OSHA 1989).

A exposição a concentrações na faixa de 4% a 7% resulta em dor de cabeça, distúrbios na audição e visão, aumento da pressão arterial, dificuldade de respirar, depressão mental e tremores (SCHULTE, 1964; CONSOLAZIO et al. 1947; WHITE et al. 1952; WONG, 1992; KETY, 1948; GELLHORN 1936; GELLHORN, 1934; SPIESMAN, 1935; SCHULT, 1964). 

Finalmente, a exposição a concentrações abaixo de 4% por tempo superior a 30 minutos leva à dilatação dos vasos sanguíneos cerebrais, ao aumento da ventilação pulmonar e à queda da oxigenação dos tecidos (GIBBS et al. 1943, PATTERSON et al. 1955).

Além da toxicologia, a saída do gás dos difusores do sistema fixo de combate a incêndio pode causar queimaduras por frio. Segundo (FIKE, 2008) a descarga do agente de extinção a pressão ambiente apresenta saída de fluido a temperatura de -79°C. O contato direto com o difusor levará a queimadura por frostbite, conforme mostra à Figura 3.1 (FIKE MANUAL CO2, 2008).


Figura 3.1 – Queimadura por exposição a dióxido de carbono (SAHIN, et al., 2013)

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