Prognóstico
Devemos considerar que o afogamento grave - Grau 3 a 6 – tem potencial para provocar
lesão sistêmica multi-orgânica. Com o advento dos novos avanços utilizados em terapia
intensiva não há como negar todavia que a importância do sistema nervoso
central no prognóstico predomina sobre os outros órgãos. Através da observação
de diversos casos de afogamento, concluímos que os pacientes grau 1, 2, 3, 4, e
5 quando sobrevivem, raramente apresentam seqüelas, evoluindo para a cura em
quase 95% dos casos . A determinação do prognóstico nos casos de afogamento
grau 6 é dependente principalmente da existência ou não de lesão neurológica
relacionada diretamente ao tempo e ao grau de hipóxia, embora diversos autores
tenham tentado estabelecer parâmetros radiológicos e respiratórios para sua
avaliação inicial. As crianças em grau 6, apresentam lesão neurológica com
maior freqüência por possuírem boa condição cardiovascular prévia e maior
facilidade no sucesso da RCP. Elas costumam evoluir rapidamente para a cura ou
permanecem em estado de coma prolongado, onde a mortalidade e o índice de
seqüelas são altos.
Considerando todas as faixas etárias no pós-PCR
(para os casos de RCP realizada dentro do hospital) 30% evoluem para
encefalopatia anóxica (estado vegetativo persistente (PVS)), 36% morrem em
alguns dias, e 34% tem alta sem seqüelas neurológicas. A necessidade de RCP em
pacientes à chegada no serviço de emergência, em que não houve hipotermia
resulta em morte ou em aumento do número de estados vegetativos persistentes.
O uso de medidas agressivas (coma barbitúrico,
hipotermia provocada) na proteção cerebral só parece aumentar esta estatística.
Nenhum índice no local ou no hospital em relação ao grau 6 em prever o
prognóstico é absolutamente confiável em relação ao óbito ou à sobrevida com ou
sem seqüelas.
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