2.2.3 – Vantagens sobre outros agentes extintores:
a) É o único agente extintor que flutua sobre os
combustíveis inflamados;
b) É o único agente extintor que, em ambiente aberto,
permanece isolando o combustível por períodos prolongados;
c) Pelas características anteriores, é o único agente extintor capaz de extinguir incêndios de Classe B em grandes áreas abertas.
2.2.4 – Tipos de espuma
Quanto ao processo de formação, as espumas podem ser
tipificadas em química emecânica.
a) Espuma Química - É aquela formada a partir da
reação química entre bicarbonato de sódio e sulfato de alumínio, obtendo-se uma
proteína hidrolisada que funciona como agente estabilizador da espuma, e dióxido
de carbono que permanece dentro das bolhas. Em extintores portáteis, a pressão
para a expulsão da espuma (gás propelente) é gerada pela própria reação
química. A partir de 1904 e durante muitos anos, utilizou-se a espuma química em
larga escala, para o combate a incêndios em inflamáveis líquidos, entretanto,
seu emprego hoje encontra-se em desuso, razão pela qual deixaremos de abordá-la
de forma mais significativa.
b) Espuma Mecânica - As espumas mecânicas se baseiam
em líquidos geradores de espuma (LGE), tensoativos deorigem proteínica ou
sintética, contendo, no interior de suas bolhas, ar atmosférico ao invés de
gás carbônico como na espuma química.
São aplicadas
como representado esquematicamente abaixo:
O proporcionador de espuma é constituído de um tubo do tipo
venturi que aspira o líquido gerador de espuma, misturando-o com o fluxo de
água. Pelo mesmo princípio, no esguicho, o ar é arrastado misturando-se com a
solução gerando a espuma mecânica.
→ Tipos de
Espuma Mecânica
Com relação à sua composição química a espuma mecânica divide-se em:
- proteínica;
- sintética.
▪ Espuma Proteínica - É obtida a
partir de líquidos geradores de espuma, compostos basicamente de
proteína hidrolizada (origem animal). A espuma proteínica divide-se em três
tipos segundo a sua formulação: sendo proteínica regular, proteínica resistente
a solventes polares (anti-álcool) e fluorproteínica. Estes tipos de espumas
encontram-se em desuso.
▪ Espuma Sintética
Espuma de Alta Expansão - A espuma de
alta expansão é aquela cujo LGE foi obtido a partir da sintetização de
álcoois graxos, estabilizados para altas temperaturas. Foram desenvolvidas em
1950, na Inglaterra, para extinção de incêndios em minas de carvão. A
dificuldade de levar os agentes extintores às profundas galerias, ensejou o
desenvolvimento do método de entupir as galerias com espuma de alta expansão,
bloqueando, desta maneira, o acesso do oxigênio à zona de combustão, abafando
o incêndio. Hoje é utilizada em áreas confinadas de difícil acesso, onde a
formação de gases venenosos impede o acesso do bombeiro, como incêndios em minas
de carvão, dentro de galerias, túneis, corredores longos, porões de navios,
etc. Este LGE pode ser aplicado também em baixa e média expansão.
Espuma AFFF (Aqueous Forming Film Foam) - Esta espuma
apresenta líquidos geradores baseados em tensoativos sintéticos,
semelhantes àqueles utilizados no LGE da espuma de alta expansão e aos quais são
adicionadas pequenas quantidades de “Fluortensid” (tensoativosfluoretados). A
espuma formada por este LGE tem a propriedade de formar um filme aquoso
que sobrenada o combustível, possuindo fluidez que proporciona grande velocidade
de extinção. O LGE desta espuma é, entretanto, específico para hidrocarbonetos
(derivados do petróleo) e a espuma formada pode ser aplicada pelo processo de
injeção subsuperficial.
Espuma AFFF Resistente a Solventes Polares - A espuma
sintética resistente a solventes polares (não derivados do petróleo) é formada a
partir de extratos AFFF, com adição de um tensoativo especial para a formação de
uma membrana polimérica que isola os vapores do líquido inflamável e dá
sustentação às bolhas de espuma. Esta camada polimérica é formada pela
destruição das bolhas de espuma em contato com o álcool. Sabendo-se disto, a
espuma deve ser aplicada com sua vidade, senão grande parte será destruída pelo
próprio álcool. Esta espuma é considerada polivalente, porque tanto pode ser
usada na extinção de solventes polares a uma concentração de 6%, como em
derivados de petróleo a 3%.
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