02 abril 2022

RELAÇÃO ENTRE O DESENVOLVIMENTO DO INCÊNDIO E AS MEDIDAS DE SCIE - Sistema de Gestão da Segurança contra Incêndio e Pânico nas Edificações

 

2.2 RELAÇÃO ENTRE O DESENVOLVIMENTO DO INCÊNDIO E AS MEDIDAS DE SCIE

 

O incêndio como um fenômeno físico-químico de combustão contínua, possui fatores que são necessários para sua existência, a fonte de ignição (energia de ativação), o combustível e o oxigênio (comburente) disponível para a queima. É um fenômeno que interage fortemente com a natureza, é extremamente não-linear com processos complexos envolvidos de fluxos de massa e de calor entre os combustíveis e o ambiente (QUINTIERE; CARLSSON, 2000).

 

Ainda, para Mitidieri (2008), o risco de ocorrência de um incêndio também é determinado por fatores inerentes a cada edifício. E a segurança desejável para cada um deles está diretamente relacionada ao risco de incêndio e sua condição de desenvolvimento.

 

Dentro de um compartimento, inserido em uma edificação qualquer, o incêndio tem sua influência regida por fatores preponderantes para a existência do fogo, sua dinâmica de propagação e a severidade dos danos que serão causados.

 

Ainda, Quintiere e Carlsson (2000) apresentam passo-a-passo o desenvolvimento do incêndioem edificações de acordo com os fenômenos que provocam a propagação do fogo, calor dos gases e resíduos aquecidos, quais sejam:

- ignição;

- pluma ascendente dos gases aquecidos;

- difusão pelo teto (ceilingjet);

- aquecimento da camada superior do compartimento;

- transferência de calor para adjacências;

- propagação de fumaça pelas aberturas;

- inflamação generalizada;

- incêndio totalmente desenvolvido;

- decaimento.

 

 

Mesmo que sua propagação seja de forma não-linear, o incêndio apresenta fases de desenvolvimento comuns:

- inicial (ignição);

- crescente ou de aquecimento;

- incêndio totalmente desenvolvido;

- final ou decaimento.

 

A Figura 5 ilustra a curva de incêndio natural, a qual apresenta a relação das fases do incêndio com o tempo de desenvolvimento e as respectivas temperaturas alcançadas.

  

Figura 5 – Curva de incêndio real apresentando as fases dedesenvolvimento (CBMDF, 2012).


 


O desenvolvimento destas fases depende de diversos fatores que definirão a sua severidade e rapidez de propagação em uma edificação. Temos como principais condicionantes o seu uso que determina o respectivo conteúdo, manifestado comumente pela carga de incêndio (mobiliário, revestimentos e acabamentos, entre outros), as características da ventilação disponível e o comportamento do vento no seu exterior, a forma do edifício (características geométricas e construtivas) e a presença de elementos de compartimentação (BRENTANO, 2007; COELHO, 2010; SILVA, 2014).

 

No transcorrer do incêndio, geralmente entre as fases de aquecimento e o incêndio totalmente desenvolvido, podem acontecer comportamentos extremos do fogo que modificam de forma rápida a condição de severidade das chamas e sua propagação. Os comportamentos extremos do fogo são a ignição súbita generalizada ou generalização do incêndio (flashover), explosão de fumaça (backdraft), e a ignição da fumaça (CBMDF, 2012). A fase de incêndio totalmente desenvolvido e os fenômenos de comportamento extremo do fogo modificam abruptamente as necessidades de proteção da edificação sinistrada, sendo um marco para a definição das medidas a serem adotadas.




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