2.2 – Gases Halogênios
Os Halons empregados no
combate a incêndio são hidrocarbonetos halogenados cuja estrutura contém:
- flúor;
-
cloro;
-
bromo;
-iodo.
Os
Halons tiveram uma grande inserção no mercado de agentes extintores na década
de 60, quando foram amplamente utilizados devido a sua elevada eficiência
(REGO, 2010). Nessa época eram considerados os substitutos ideais do dióxido de
carbono.
O Halon era utilizado por ser um excelente agente de extinção para ambientes especiais, como salas com equipamentos eletrônicos e banco de dados. Enquanto o dióxido de carbono age apenas por abafamento, o Halon age por interrupção da cadeia de reações químicas que compõe o fogo, reagindo com os intermediários da combustão e fazendo cessar o processo. Por não se basear no abafamento, o Halon pode ser utilizado em baixas concentrações no ambiente, bastante diferente do que ocorre com o dióxido de carbono, pois não é necessário reduzir a concentração de oxigênio no meio (ALLIANZ, 2004). Deste modo o gás Halon, usado em baixas concentrações, não se mostra tão perigoso quanto o dióxido de carbono para eventuais vítimas localizadas no ambiente (NFPA 12A, 1997; EPA, 2000).
Embora eficiente no combate a incêndios, o Halon revelou-se um problema para o meio-ambiente. A partir do Protocolo de Montreal, em 16 de Setembro de 1987, o uso do Halon 1301, 1211 e 2402 passou a ser autorizado somente para alguns casos especiais. Tal condição foi imposta porque pesquisas mostraram que estes gases são nocivos a camada de ozônio (PROTOCOLO DE MONTREAL; NFPA 12A, 1997; EPA, 2000).
Devido a essa restrição de uso, iniciou-se a busca por outros agentes extintores igualmente eficazes que pudessem substituí–los.
Atualmente a aplicação do
Halon 1301 é permitida, de acordo com o regulamento (CE) N.°1005 do ano de
2009, para:
. Aeronaves: na proteção dos compartimentos da tripulação e dos motores, dos porões de carga e dos porões secos;
. Veículos militares terrestres e marítimos: na proteção dos espaços ocupados pelo pessoal e pelos motores;
. Tornar inertes os espaços ocupados em que possam ocorrer liberações de líquidos ou gases inflamáveis nos setores militar, de petróleo, gás e petroquímico;
. Tornar inertes os centros de comunicações e de comando das Forças Armadas ou outros, existentes e essenciais para a segurança nacional;
. Tornar inertes os espaços ocupados em que possa ocorrer a dispersão de materiais radioativos.
O uso do Halon 1211 é permitido, de acordo com regulamento (CE) N.°1005 do ano de 2009, para:
. Extintores portáteis de aeronaves e no sistema fixo de extinção de incêndios em seus motores;
. Nos veículos militares terrestres e marítimos, para proteção dos espaços ocupados pelo pessoal e pelos compartimentos dos motores;
. Aeronaves com objetivo de proteger os compartimentos da tripulação, motores, e porões para carga;
. Extintores essenciais à segurança pessoal voltados para utilização por bombeiros;
. Extintores utilizados pelas forças militares e policiais.
Finalmente,
o Protocolo de Montreal determinou que novas instalações de gases halogênicos
não poderão mais ser implementadas a partir de 2015, e seu uso deve ser
totalmente eliminado até 2040.
Atualmente, as alternativas mais comuns ao Halon são o dióxido de carbono e os denominados agentes limpos, compostos pelos gases ativos tais como FM-200 e o NOVEC 1230, e pelos gases inertes como Inergen e Argon.
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