03 junho 2021

Agentes Extintores Gasosos - Sistema fixo de combate a incêndio por agente gasoso - Agentes Extintores Gasosos - Estudo de Sistema Fixo de Combate a Incêndio por Agente Gasoso

Capitulo 2 – Agentes Extintores Gasosos

Inúmeros agentes extintores tem a sua tecnologia bem conhecida e encontram-se disponíveis para serem empregados em sistemas fixos de combate a incêndios. Desde o tradicional e amplamente usado sistema de chuveiros automáticos (sprinklers) para aspersão de água, até sofisticados dispersores de gases, diferentes soluções podem ser adotadas. A escolha do agente deve considerar, entre outros fatores, o ambiente no qual será instalado o sistema. Deve ser avaliada a viabilidade técnica, o custo do projeto, a presença de pessoas no ambiente, e os danos esperados em caso de incêndio.

Enquanto sistemas de aspersão de água são eficazes na proteção de ambientes residenciais ou shoppings, estes sistemas podem ser inadequados para proteger uma grande central de informática, por exemplo. O projeto e instalação de caros sistemas fixos baseados em agentes gasosos revela maior viabilidade em ambientes que possuem objetos de elevado valor agregado, como produtos eletrônicos sofisticados, centrais de dados, bibliotecas, museus e acervos históricos. Ou seja, seu uso se mostra importante em locais onde a água empregada no combate ao incêndio destruiria, de modo similar ao fogo, o inventário ali instalado. A história nacional retrata um exemplo de incêndio no Museu de Arte Modena (MAM) no Rio de Janeiro, no qual houve perdas inestimáveis de 90% das obras de artes ali guardadas (NFPA 12, 2011; MAM, 2014).

Todo sistema fixo de combate a incêndio por agente gasoso consiste em um conjunto de equipamentos, entre eles: vasos de pressão contendo gás extintor, tubulação, difusores de gás, detector de incêndio e alarme, conforme apresentado na Figura 2.1.

 

Figura 2.1 – Sistema fixo de combate a incêndio por agente gasoso (TYCO, 2004)


Os pontos destacados na Figura 2.1 são:

(1) Cilindros de gás extintor de acionamento automático; 

(2) Cilindros de gás extintor de acionamento pneumático; 

(3) Distribuidor;

(4) Dispositivo de atraso;

(5) Difusor de Extinção;

(6) Detector automático de incêndio;

(7) Painel de detecção e controle do fogo;

(8) Alarme visual;

(9) Alarme sonoro;

(10) Sirene pneumática;

(11) Acionador manual (TYPO, 2004).

 

As principais propriedades dos gases extintores empregados em sistemas fixos são (NFPA 12, 2011):

I. Não conduzem eletricidade;

II. Possuem rápida vaporização e não deixam resíduo;

III. Podem ser utilizados em diferentes tipos de incêndios;

IV. Após a extinção possibilitam o reinício das atividades do local com o mínimo de perdas.


Assim, sistemas fixos de combate a incêndios baseados em gases podem ser empregados em uma ampla gama de incêndios, sejam eles das classes A, B ou C. Ou seja, podem ser empregados em incêndios em combustíveis sólidos, como papéis, madeiras e plásticos (Classe A), líquidos inflamáveis (Classe B) e equipamentos elétricos energizados (Classe C).

 

Porém, a escolha do agente extintor não é restrita somente à ação de combater o fogo propriamente dita, devem–se avaliar os efeitos colaterais esperados durante o combate e após a extinção (NFPA 12, 2011); SEITO et al., 2008):

I. Presença de pessoas no ambiente;

II. Equipamentos ou máquinas que possam ser danificados;

III. Tempo gasto na remoção do agente do ambiente;

IV. Tempo de retorno à utilização do ambiente.

 

Agentes extintores gasosos não danificam os equipamentos instalados no ambiente e permitem o rápido retorno as atividades, especialmente quando comparados aos sistemas baseados em água. Contudo, são mais caros, em geral mostrando-se viáveis economicamente apenas quando o inventário a ser protegido apresenta elevado valor monetário e/ou histórico. Usualmente os sistemas fixos são instalados em locais como salas de máquinas em embarcações, museus e sala de banco de dados, ou seja, locais onde há alto valor agregado de informações e/ou materiais. Finalmente, sistemas fixos baseados em gases não devem ser instalados em locais com presença intensiva de pessoas, como cinemas e teatros.

 

Atualmente há três classes de agentes gasosos com amplo emprego prático:

gases halogênios (como o Halon 1301);

agentes limpos (sejam gases inertes como IG-51, sejam gases ativos como o NOVEC 1230);

- dióxido de carbono.

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