5. Situação do Brasil
No
Brasil, houve perseguição religiosa, durante o século XVIII. Está comprovado
que representações do “Tribunal do Santo Ofício” (Inquisição) chegaram a atuar
nas cidades de Recife, Olinda e Salvador.
Da
mesma forma que todas as demais nações do mundo, o Brasil envolveu-se em
conflitos ideológicos, que se estenderam por mais de 60 (sessenta) anos, a
partir da década de 20 (vinte).
Nos
dias atuais, não existem conflitos e nem perseguições, mas persistem os
preconceitos sociais, religiosos, raciais e ideológicos, e compete à sociedade
brasileira esforçarse por atenuá-los, até que desapareçam de nossa convivência
diária.
O
preconceito racial, decididamente, não tem sentido de existir numa nação onde a
imensa maioria da população é constituída de pessoas que resultam da intensa
miscigenação que ocorreu entre índios, europeus e africanos e que continua
ocorrendo, nos dias atuais, com a participação dos povos orientais que migraram
para o Brasil.
É absolutamente indispensável que os
brasileiros assumam definitivamente sua real identidade e se orgulhem ao
constatar que este País de dimensões continentais será muito brevemente:
“A
primeira nação de cafuzos, mulatos e mamelucos bem sucedidos do mundo”.
Os
povos brasileiros, que se imaginam “raça pura”, têm que entender que vivem numa
nação de povos miscigenados e compreender que neste País está se formando uma
“democracia racial” absolutamente convicta das virtudes da heterose, que
permitiu a formação de um povo bonito, tolerante, cordial, saudável,
inteligente, sensível, alegre e feliz.
As
imensas vantagens do ecumenismo e do sincretismo religioso e cultural estão
sendo absolutamente comprovadas pela sociedade brasileira.
Os brasileiros,
mesmo quando se dizem ateus, são profundamente bondosos e religiosos. Aqui não
é importante a forma pela qual as pessoas acreditam em Deus, porque “Deus
acredita no Brasil e ama a todos os brasileiros, por suas virtudes intrínsecas,
que independem das religiões que professam”.
Nestas condições, aqui não existe
palco ou cenário para lutas religiosas, buscando forçar a população a abraçar e
professar uma determinada fé. Ao contrário, aqui existe a convicção de que o
“povo de Deus” é aquele que convive harmoniosamente com todos os credos e
religiões.
É
muito provável que os espíritas que identificam o Brasil, por sua tolerância
religiosa e por sua profunda religiosidade intrínseca, como o “coração do Mundo
e a pátria do Universo” tenham toda razão.
No
que diz respeito à ideologia, é absolutamente indispensável que o povo
brasileiro se auto-identifique como um povo “único no universo” e se orgulhe
desta condição.
É indispensável que o Brasil procure assumir uma posição de
liderança absolutamente positiva, no concerto das nações, e que busque com
determinação valorizar o respeito à soberania, à autodeterminação entre as
nações e à convivência absolutamente pacífica entre grupos sociais, étnicos e
religiosos.
Ao
invés de copiarmos modismos culturais de outros países, é necessário que os
brasileiros se compenetrem na imensa responsabilidade que têm para com este
mundo conturbado e, a partir daí, liderem um movimento que difunda a
cordialidade, a concórdia e o solidarismo, que caracterizam a “maneira
brasileira de conviver”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário