02 abril 2022

A termodinâmica - Sistema de Gestão da Segurança contra Incêndio e Pânico nas Edificações

 

A termodinâmica inseriu o conceito de eficiência, em que as máquinas deveriam ser projetadas para obterem seu rendimento máximo, ou seja, realizarem mais trabalho com menor dispêndio de energia.

 

Quanto à cibernética, durante a Segunda Guerra Mundial, esta introduziu através dos projetos do matemático Norbert Wiener, a busca constante pelo equilíbrio dos sistemas (homeostase), como um ciclo permanente de funcionamento e aperfeiçoamento, em que a autorregulação permitia correções automáticas de tiro a partir de informações sobre as movimentações do salvos. Estava surgindo o conceito de feedback ou retroalimentação para correção ou atualização do sistema. Todos esses conceitos são similarmente abordados no modelo de gestão para melhoria contínua.

 

Traçando um paralelo, veremos que a segurança contra incêndio em edificações possui interdependência entre fatores que devem estar em perfeita harmonia evolutiva para o aprimoramento contínuo e eficiência. Esta pesquisa apesar de ter seu foco nas regulamentações, pretende elucidar que para serem prescritos ditames técnicos aplicáveis, outros componentes do sistema de gestão da SCIE devem ser aperfeiçoados concomitantemente.

 

Realmente imprescindível, a segurança contra incêndio está comumente afeta às engenharia se à arquitetura devido aos riscos existentes nas edificações, quer sejam por sua atividade desenvolvida ou pela concentração de pessoas, bem como ao seu produto final concretizar-se visualmente na implantação dos sistemas passivos e ativos. Contudo, na maior parte da literatura existente, a segurança contra incêndio em edificações é enfatizada somente como evolução tecnológica dos sistemas construtivos e equipamentos, ou ainda, como gerenciamento de manutenção e ações de socorro locais (medidas de autoproteção, acesso das viaturas e equipes, disponibilidade de água, brigadas de incêndio, recarga e instrução para uso de extintores, planos de emergência, entre outros), e que as atualizações normativas e regulamentadoras promoverão a sensação de que o local está seguro. Da mesma maneira, difunde-se costumeiramente à população e aos profissionais que o inquestionável cumprimento normativo produzirá invulnerável salvaguarda contra os sinistros.

 

É de bom senso considerar que as normas sejam bons padrões estabelecidos a fim de instituir parâmetros de exigências para aprovação dos planos ou projetos de segurança contra incêndio, e que estes garantam um nível adequado de proteção. No entanto, no momento atual existe uma grande preocupação profissional em seguir as regulamentações como fator condicionante para o licenciamento edilício, sem questionar viabilidades alternativas e os objetivos precípuos de sua implantação (STEFFENS, 2009).

 

Como veremos, a segurança contra incêndio tem maior dimensão, está inserida no âmbito da segurança pública, exercida para o provimento da cidadania, e garantidora da incolumidade das pessoas e do patrimônio. Estes e outros direitos sociais estão teorizados na Constituição da República Federativa do Brasil, cabendo à gestão pública conduzir os recursos ao encontro do interesse coletivo através de seus atos administrativos, que por sua vez, possui princípios gerais norteadores, dentre eles a eficiência. Então, o gestor público e o profissional (engenheiros e arquitetos e urbanistas) devem entender as normas para o seu emprego correto e melhoria contínua da proteção contra incêndios (PEREIRA, 2009).

 

Também, de acordo com Fernandes (2009), para que o Estado seja eficiente, seu modelo organizacional de administração pública deve ser capaz de adaptar-se aos efeitos da economia e do mercado global, mas não deixando de assegurar o interesse público e de cumprir suas tarefas. Isto certamente exige um aperfeiçoamento e uma regulação contínua dos setores envolvidos. Desta forma, devemos considerar em adotar para a SCIE um modelo sistêmico, dito por Ackoff (1999 apud SOUZA; RODRIGUES, 2008) como um conjunto de elementos dinamicamente relacionados que interagem entre si para funcionar em totalidade, formando um bloco unitário com um propósito a ser satisfeito, onde cada elemento afeta o desempenho deste sistema, devendo estes evoluírem em mesma escala.




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