16 maio 2020

HEPATITE A VÍRUS C CID – 070.5 - Caracterização - Complicações - Diagnóstico Laboratorial - Dados Epidemiológicos - Mecanismos de Transmissão - Medidas Preventivas - Medidas de Controle

TÍ T U L O I I

HEPATITE A VÍRUS C CID – 070.5

CODAR HB.SHC/CODAR 23.402


1. Caracterização

O vírus da hepatite C só foi isolado e evidenciado em 1989, por cientistas americanos.

Até a descoberta do vírus, esta forma de hepatite era conhecida na literatura médica como “Hepatite não A e não B ”.

Uma pequena percentagem de pacientes com hepatites a vírus C costumam apresentar sintomas na fase inicial e aproximadamente 80% dos casos desta doença só são diagnosticados quando apresentam a forma crônica da doença.

O quadro típico da fase aguda, quando ocorre, assemelha-se ao da hepatite a vírus B e o paciente apresenta-se com os olhos amarelados, náuseas, febre pouco intensa e fezes claras com urina escurecida.


Complicações

Aproximadamente 50% dos pacientes crônicos desenvolvem um quadro clínico de cirrose hepática, como conseqüência de destruição gradual das células hepáticas (hepatócitos) e substituição das mesmas, por tecido cicatricial de natureza fibrosa. 

Dependendo da agressividade da cepa do vírus infectante, o quadro de cirrose hepática pode ocorrer num período de tempo que varia entre 7 (sete) e 20 (vinte) anos.

Aproximadamente 8% dos pacientes crônicos podem apresentar, alguns anos depois, câncer primitivo do fígado.

Os sinais e sintomas da cirrose hepática crônica são cansaço intenso aos pequenos esforços, edemas (inchaço) dos membros inferiores, sangramentos, especialmente gengivais.

Numa segunda fase, ocorrem sinais de hipertensão venosa no território abdominal, com ascite, circulação venosa colateral e hemorragias das varizes de esôfago, com vômitos sanguinolentos.

Em alguns pacientes, os vírus permanecem em repouso, sem causar nenhum dano, por um tempo indeterminado, caracterizando o portador crônico do vírus C.


Diagnóstico Laboratorial

O diagnóstico causal (etiológico) depende da identificação de anticorpos relacionados com o vírus “C”, por intermédio de provas de rádioimunoensaio, com marcadores que demonstrem, no soro sangüíneo do paciente, a existência de “anticorpos plasmáticos” relacionados com o vírus C da hepatite.

O teste sangüíneo PCR (polymerase chain reaction) confirma a presença do vírus C da hepatite, no sangue do paciente infectado.

A agressão às células hepáticas, ou hepatócitos, é caracterizada pela elevação da transaminase pirúvica, com a fosfatase alcalina em níveis normais ou ligeiramente aumentados.


2. Dados Epidemiológicos

O agente infeccioso é o vírus da hepatite C – VHC, que apresenta características semelhantes ao vírus da hepatite B e, até o momento, apresenta 9 (nove) subtipos identificados.

A hepatite a vírus C é encontrada em todos os países do mundo e, até 1989, era a hepatite pós-transfusional que ocorria mais freqüentemente nos Estados Unidos, especialmente com sangue colhido de doadores remunerados. A prevalência do VHC é maior em determinados grupos de risco, como dependentes de drogas, homossexuais masculinos, prostitutas e prostitutos, pessoas sexualmente promíscuas e pacientes freqüentemente submetidos à hemodiálise e que receberam transfusões antes dos testes de identificação do vírus serem padronizados pelos Centros de Hemoterapia.

A partir da década de 90, a exigência da pesquisa sistemática de Ag HCs nos sangues coletados nos Centros de Hemoterapia contribuiu para reduzir os riscos de contaminação através das transfusões de sangue.

O uso de agulhas e seringas contaminadas e relações sexuais com pessoas promíscuas, sem usar preservativos, pode ser causa de transmissão da hepatite a vírus C.


Mecanismos de Transmissão

Da mesma forma que o HVB, o vírus da hepatite “C” é infectante a partir das seguintes secreções corporais: sangue, sêmen, secreções vaginais e, possivelmente, saliva.


A transmissão pode ocorrer por intermédio de:

- exposição pericutânea, que pode ser endovenosa, intra-arterial, intramuscular, subcutânea ou intradérmica;

- contato das secreções corporais, com mucosas bem irrigadas, especialmente durante as relações sexuais;

- a transmissão da mãe para o filho, por intermédio da placenta ou do leite materno, pode ocorrer no caso das mães contaminadas.


O sangue e os hemoderivados podem transmitir a infecção, quando coletados de pacientes infectados pelo vírus “C”.

Entre os profissionais de saúde , a exposição a secreções contaminadas de pacientes portadores crônicos pode provocar a transmissão. 

O período de incubação varia entre 2 semanas e 6 meses. A transmissibilidade ocorre a partir da segunda semana e pode se manter durante anos nos portadores crônicos.

A suscetibilidade é geral e a enfermidade tende a ser mais grave entre os adultos e idosos.


3. Medidas Preventivas

Como ainda não foi preparada a vacina contra o vírus C da hepatite, as principais medidas preventivas relacionam-se com a educação sanitária e com os cuidados com as transfusões.


A educação sanitária deve ressaltar a importância da doença, os riscos de complicações, como cirrose hepática e o câncer, e a necessidade de cortar contatos:

- com agulhas e seringas utilizadas por outras pessoas;

- com material de penso, instrumentos utilizados por dentistas, manicures e em acupuntura, que não sejam adequadamente esterilizados;

- sexuais, sem o uso de preservativos, com pessoas desconhecidas e que não tenham se submetido recentemente às rotinas de exame de doadores de sangue.


As transfusões de sangue devem ser limitadas às estritamente necessárias, utilizando, sempre que possível, doadores testados do ciclo familiar.

O exame de todo o sangue coletado, a partir de 1991, nos Institutos de Hemoterapia idôneos, para excluir os positivos para Ag HCs e a cuidadosa triagem dos doadores com antecedentes de hepatite ou pertencentes aos chamados grupos de risco está reduzindo riscos de contaminação.

Desaconselha-se formalmente o comércio sexual e a prática de tatuagens e aconselha-se o uso sistemático de preservativos durante a relação sexual.


Medidas de Controle

Os portadores de vírus devem ser informados sobre os mecanismos de transmissão e devem ser mantidos sob vigilância sanitária, para que não se apresentam como doadores de sangue.

As provas de função hepática, a ultra-sonografia e a biopsia de fígado permitem o diagnóstico precoce das complicações e o tratamento específico das mesmas.

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