Procedimentos aplicados antes do salvamento
Nessa fase, os materiais necessários para a realização das operações
de salvamento devem ser logo solicitados.
Planos de ação da ocorrência
Relativamente simples, o plano de ação da ocorrência não precisa ser escrito,
mas deve ser um plano. Quanto maiores são as
operações mais complexas devem ser escritas e devem refletir o sistema
de gerenciamento da ocorrência. O plano deve ser finalizado e comunicado por HT
a todos os envolvidos na operação.
Enquanto o plano original deve ser suficientemente simples para a
acomodação de possíveis ajustes, um plano alternativo deve estar disponível em
caso que algo inesperado ocorra para invalidar o plano.
Se a informação recebida, durante as análises primária e secundária, foi
algo não claro ou confuso ou se algo subseqüente ocorreu como uma explosão
secundária ou colapso maior, mudanças de situação significantes, o plano
secundário deve estar pronto para ser desenvolvido. Se, repentinamente, for
necessário salvar as guarnições, plano secundário deve estar pronto.
Recursos material e pessoal
Os recursos consistem de pessoal e equipamentos. São criteriosamente
importantes para o sucesso das operações.
Se existe pouco pessoal ou se o pessoal não está treinado suficientemente
para operações de salvamento mesmo com o melhor equipamento do mundo, eles não
realizarão o serviço. Igualmente, o nível mais alto de treinamento e
socorristas motivados não são requisitos suficientes para cumprir a tarefa se
eles não tiverem as ferramentas e equipamentos necessários.
Os recursos reunidos no local devem refletir o plano de ação da ocorrência.
Mas quanto antes definido, o pessoal e equipamentos na resposta inicial são
insuficientes para o salvamento, o responsável pela ocorrência deve solicitar
recursos adicionais. Se as solicitações forem feitas logo, rapidamente chegarão
ao local onde são necessários. Se o comandante, inicialmente, encontrar-se
inseguro sobre o tipo e/ou quantidade de equipamentos que serão realmente
necessários, deve chamar tudo que poderia ser preciso. Os recursos que provaram
ser desnecessários podem ser devolvidos aos postos de bombeiros ou regressarem
quando estiverem a caminho do local da ocorrência.
Dependendo da natureza e extensão do salvamento, o número de socorristas
pode variar. Todavia, mesmo um salvamento relativamente simples de uma vítima
de uma instalação subterrânea pode envolver de 8 a 10 socorristas: dois
socorristas como guarnição de entrada, dois socorristas como guarnição reserva,
um técnico em emergências médicas, um responsável pela segurança ocupacional, um
comandante (oficial ou graduado) e dois ou três profissionais para montar e
operar equipamentos no local de emergência. Obviamente, quando o número de
vítimas e a complexidade do salvamento crescer, o número de socorristas deve
aumentar também.
O montante e tipos de equipamentos necessários irão variar com a
natureza e extensão do salvamento. O local previamente descrito poderia exigir
uma guarnição de Auto Bomba Salvamento (ABS), um oficial de área e uma Unidade
de Resgate (UR).
Ocorrências mais complexas podem solicitar viaturas especializadas
tais como: Auto Salvamento Especial (ASE), Comando de Operações (CO), veículo
com cilindros e recarga de ar respirável, Produtos Perigosos (PP).
A atmosfera dentro de uma instalação subterrânea pode ser avaliada com a retirada de uma amostra pelo lado de fora do local, antes da entrada do socorrista, e deve ser
continuamente monitorada enquanto eles permanecem na instalação. A informação
obtida por amostragem da atmosfera ajuda a determinar a necessidade de ventilação
mecânica e o tipo de proteção respiratória requerida para cada guarnição. Se as
leituras mudarem para pior, após os socorristas terem entrado no local, deve-se
reavaliar a situação. Será prudente aguardar até a ventilação mecânica
proporcionar uma atmosfera mais segura antes da reentrada.
Os aparelhos para monitoramento, devem estar calibrados para:
- concentração de oxigênio = deve ser autorizada a entrada no local
até a ventilação de níveis de oxigênio abaixo de 23,5%;
- faixa de explosividade = todas as fontes de calor e ignição devem ser iluminadas e o monitoramento de vapores explosivos a 10% do
limite inferior de explosividade (LIE); o local deve ser ventilado imediatamente.
Tóxicos:
Os gases ou vapores tóxicos devem ser dispersos por ventilação, eliminando
as fontes de contaminação. Cuidados com a roupa e equipamentos contaminados,
mesmo após 72 horas após o atendimento da ocorrência, devem ser mantidos. O
comandante deve trabalhar para reduzir, ao máximo, os riscos de contaminação
dos socorristas e vítimas.
Ventilação:
Por causa das aberturas nas instalações subterrâneas serem relativamente
pequenas e naturais, a ventilação sempre será, de alguma forma, ineficiente.
Isso significa que a ventilação mecânica deve ser empregada. Assim teremos duas
formas de ventilação mecânica: positiva e negativa. A forma escolhida deve ser
baseada na situação e equipamentos disponíveis no local. A ventilação mecânica deve
ser usada de acordo com a direção do vento e nunca ir contra o vento.
A ventilação positiva ou pressão positiva envolve a criação de uma
leve pressão dentro das instalações por causa da colocação de ventiladores ou
infladores no lado de fora da entrada do local, levando ar fresco para dentro
da instalação subterrânea. Para o sucesso dessa ventilação é necessário
observar a distância correta da entrada até o final da instalação. A abertura
de saída deve ser de ¾ a 1 ou uma vez e meia o tamanho da abertura de entrada.
A ventilação negativa envolve a colocação de um ejetor de fumaça intrinsecamente seguro para exaustão do ar contaminado do local.
A abertura da saída não ocupada pelo aparelho exaustor deve ser
preenchida ou coberta com capa de salvatagem ou material similar que previna
contaminação para uma boa exaustão.
Preparo da instalação subterrânea:
Logo após os recursos necessários terem sido reunidos no local de
emergência e a atmosfera dentro da instalação subterrânea ter sido monitorada
para uma entrada mais segura, as características da instalação devem ser
revisadas antes das equipes de socorristas iniciarem os trabalhos internos.
Isso pode envolver a sinalização de áreas de travessia ou trânsito, a
identificação e confinamento de materiais perigosos no local, limites da
instalação e fornecimento de iluminação intrinsecamente segura dentro da
instalação subterrânea.
Planta baixa:
A configuração interior ou plantas da instalação pode demonstrar os
perigos para os socorristas. Locais dentro da instalação no piso que podem
provocar quedas ou escorregamentos tais como: chão molhado, coberto por fina
poeira, tubulações ou valetas. Pisos escorregadios levam os socorristas a
lugares mais estreitos e úmidos. Todos os perigos potenciais devem ser marcados
e sinalizados com fitas ou cordas. O cabo da vida usado por socorristas é uma
medida de prevenção importante.
Perigos internos:
Representam perigos internos as linhas elétricas energizadas, maquinários,
canos, válvulas, mecanismos de nivelamento, controles de voltagem, chaves
seletoras de energia, canos com gás natural ou liquefeito de petróleo, rede de
esgoto e estação de tratamento de dejetos e afluentes.
Escoramentos:
As explosões e calamidades naturais podem danificar ou enfraquecer as
estruturas da instalação subterrânea, que, normalmente, causam colapso total ou
parcial. Se houver alguma questão sobre a integridade estrutural no local,
haverá necessidade de escoramento de segurança para os socorristas e seus
serviços.
Iluminação:
Muitas instalações subterrâneas possuem pouca ou nenhuma iluminação
interna. Os profissionais de salvamento devem estar preparados para fornecer a
iluminação que necessitam para as tarefas.
Atmosferas inflamáveis exigirão o uso de equipamentos de iluminação intrinsecamente seguros. Se a energia é fornecida por gerador
portátil, cuidados devem ser tomados para não permitir a fadiga do motor e o ar
voltar a ficar contaminado.
Comunicações:
Por causa da presença da instalação subterrânea, os salvamentos podem
envolver tudo, desde espaços pequenos, facilmente acessíveis aos espaços
complexos com muitas paredes e barreiras para a comunicação. A forma de
comunicação pode variar, consideravelmente, envolvendo comunicação de voz
direta e face-a-face.
As chamadas não atendidas serão reduzidas desde que se possa ouvir bem
a voz do outro, mesmo não o enxergando.
O cabo da vida deve estar preso no corpo do socorrista para puxá-lo,
em caso de emergência, e também funcionará como meio de comunicação, conforme
mencionado na Unidade I.
O telefone celular promove seu valor como sistema de comunicação e
transmissão de dados por viva voz ou “fac símile” (FAX).
Os rádios portáteis (HT) são os meios mais usuais de comunicações nos
serviços de bombeiros. Os mais modernos possuem várias canaletas, “scanners”, e
múltiplas freqüências e linhas telefônicas privadas.
Entrada da equipe de resgate:
Os bombeiros que realmente entrarão nas instalações subterrâneas para
efeito de salvamento devem ser reunidos, ao redor daqueles que trabalharão fora
do local e serão responsáveis pelo apoio e suporte dos socorristas internos. O
comandante é responsável pela integração das duas equipes: a guarnição de
entrada e a guarnição reserva externa.
A guarnição de entrada que não atua onde o espaço cabe apenas um
socorrista não deve ser autorizada a entrar em instalações subterrâneas
individualmente, no mínimo. As equipes serão compostas por dois socorristas, os
quais estarão apropriadamente vestidos e equipados para as condições internas e
para a natureza do trabalho. A guarnição estará ciente dos riscos e perigos que
irá enfrentar.
A guarnição reserva deve ser plenamente preparada e equipada pronta
para entrar, se a primeira guarnição estiver com problemas.
Composta com o mesmo número de profissionais da primeira guarnição, essa
equipe deve possuir o mesmo nível de equipamento, treinamento e experiência.
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