Tendinite
Alerta para os riscos do
uso excessivo do celular entre jovens e crianças
Com o distanciamento
social, provocado pela pandemia da Covid-19, os aparelhos eletrônicos como o
celular, o notebook têm sido a principal alternativa de comunicação, além de
ser ferramenta de distração. Mas, é preciso ficar atento, pois o uso excessivo
e incorreto pode comprometer a saúde e afetar a boa postura. O alerta é da
terapeuta ocupacional Synara Sampaio Novais, que atua no Hospital Estadual de
Urgência e Emergência (HEUE), unidade gerenciada pela Pró-Saúde em Vitória.
A especialista explica que
o uso sem moderação do dispositivo eletrônico pode ocasionar problemas
relacionados à fadiga ocular, dores musculares, déficit de atenção, má postura
e doenças como tendinite. “A mão geralmente é esquecida pela maioria das
pessoas. Os movimentos repetitivos e a sobrecarga excessiva sobre os dedos
podem gerar tendinites e miosites, que são inflamações nos tendões ou na
musculatura da mão”, alertou.
Segundo a terapeuta,
durante o uso do aparelho telefônico, o dedo polegar, considerado o mais
importante dos cinco dedos da mão, tem sido sobrecarregado pelo excesso de
digitação. “O dedo polegar tem funções importantes para as atividades de vida
diária. Para cada toque que o polegar realiza há um movimento de extensão e que
pode causar lesões no tendão extensor e, assim, provocar inflamação”,
ressaltou.
Doenças relacionadas à má
postura podem provocar outros tipos de desconforto, como dores no pescoço. “O
ato de inclinar a cabeça para mexer no celular pode colocar uma carga muito
além da suportada pelo nosso pescoço. Dependendo do jeito que posicionamos o
pescoço durante a interação com o celular, é possível colocar uma carga de até
27 quilos. Ou seja, quanto mais nos inclinamos para o olhar o aparelho, mais
força será aplicada sobre nossas colunas”, explica a terapeuta.
Para evitar os incômodos e
até problemas mais sérios, a profissional orienta sobre a importância da
realização de alongamentos com frequência – e se possível, ficar menos possível
de frente às telas.
Confira
abaixo as principais dicas da terapeuta ocupacional do Hospital Estadual de
Urgência e Emergência
Alongamento
do punho
Sentado: mantendo as
costas alinhadas, postura ereta e pernas relaxadas, eleve um dos braços.
Estenda-o para frente, dobre o punho para baixo, forçando o movimento com a
outra mão. Mantenha a posição no seu limite por 20 segundos e, em seguida,
repita a mesma operação no outro braço.
Alongamento
da região lombar
Deitado: com os braços
abertos na altura dos ombros, passe uma das pernas por cima da outra. Apontando
o joelho dobrado para o chão, puxe o joelho da perna dobrada com a mão do lado
oposto, mantendo o braço do mesmo lado na posição original. Mantenha por 20
segundos e repita com a outra perna.
Alongamento
da cervical
Sentado: mantendo as
costas alinhadas, postura ereta e pernas relaxadas, incline a cabeça para um
dos lados com o auxílio da mão do lado inclinado. Mantenha a inclinação máxima
para seu limite por 20 segundos e repita a mesma operação para o outro lado. De
acordo com a terapeuta ocupacional, quem tem o hábito de praticar atividade
física, pode diminuir em até 83% o risco de desenvolver lesões musculares,
ósseas e problemas ortopédicos.
Alerta:
O uso do celular entre as crianças
Além de problemas
relacionados à postura, provocado pelo uso em excesso do celular, outra questão
pontuada pela terapeuta é o atraso no aprendizado das crianças.
A especialista explicou
que é importantíssimo que os conteúdos sejam monitorados pelos responsáveis, e
que também seja determinado um tempo de uso, não podendo ultrapassar mais de
duas horas. “É importante observar o conteúdo que as crianças têm assistido,
pois o uso excessivo de celulares e computadores por crianças, pode se tornar
um bloqueio no desenvolvimento da fala, prejuízo na aprendizagem, déficit de
funcionamento executivo e atenção, atrasos cognitivos, aumento da
impulsividade, além de impactos relacionados ao convívio social”, alertou a
profissional.
Fonte:
Synara
Sampaio Novais
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