1. INTRODUÇÃO
Os serviços de bombeiros, conforme o tipo de
emergência, são afetados pelas condições do tempo, principalmente as variáveis
meteorológicas como: vento, chuva, umidade relativa do ar e temperatura da
atmosfera. As estações principais – a seca (em média entre os meses de junho a
setembro) com suas características de baixa umidade relativa do ar, formação de
nevoeiros, grande variação de temperatura ao longo do dia e a falta de chuva; –
a das águas (em média entre os meses de novembro e março) com acumulados de
chuva em curto espaço; desencadeiam as operações inverno e verão respectivamente,
de forma que as variáveis com valores muito acima ou muito abaixo da média
histórica vêm determinar o número e a gravidade das emergências.
Por sua vez não podemos ignorar o efeito das
intempéries sobre o homem, principalmente sob atividade intensa, stress,
ambientes confinados, trabalhos pesados, etc.
Essa conjugação de fatores acaba por influir no
sucesso de uma operação, ou até mesmo na eclosão de acidentes ou incidentes de
trabalho.
Em nosso estado já tivemos vários desastres naturais,
com os quais esperamos ter aprendido, e este manual pretende apresentar algumas
ferramentas para planejamento.
Portanto, a principal idéia nesse manual é de saber
como utilizar as informações de tempo para determinadas situações e com o
conhecimento prévio das condições de tempo, com algumas horas e até 10 dias de
antecedência, pode ser de importância cabal para o planejamento imediato dos
meios materiais e humanos, este é o planejamento tático.
Igualmente, sabendo com alguma antecedência que os
meses subseqüentes podem ser secos ou chuvosos, frios ou quentes dentro da
média histórica (médias de 30 anos dos parâmetros meteorológicos) permita
avaliar o rigor das intempéries possibilitando um planejamento mais próximo da
realidade, com estimativa e grau de confiabilidade científico, este é o
planejamento estratégico.
Daí a importância de apresentar algumas noções básicas
sobre meteorologia àqueles que ainda não as conhecem, cuja compreensão não só
colabora na valorização do trabalho dos especialistas que atuam nesta área,
como também possibilita alguma forma autônoma de se avaliar, e até de fazer
previsões das condições do tempo.
Com o advento da “INTERNET”, onde as informações
meteorológicas podem ser facilmente acessadas, não se justifica mais que unidades
do Corpo de Bombeiros dependam exclusivamente de informações obtidas via órgãos
de comunicação (jornais, rádios AM/FM,
TVs) ou via telefone e fax diretamente dos órgãos
públicos de meteorologia. Pela importância que a meteorologia tem para as atividades
operacionais, impõe-se que os mesmos, pelo menos diariamente, acessem dados
meteorológicos e os disponibilizem à tropa, pois está na ponta da linha e é
usuária final.
Embora tal serviço de meteorologia tenha que ser
simples e objetivo, considerou-se importante mostrar detalhadamente como as
informações meteorológicas atualmente são elaboradas e divulgadas, mesmo por
que só na “Internet” existem dezenas de “sites” nacionais e internacionais de
meteorologia, sendo necessária a seleção dos teoricamente mais confiáveis.
Enfim, o passado já se foi e o presente está em curso,
é com o futuro que o planejamento se preocupa, mas no nosso caso, de olho no
passado. Se o futuro vai chegar, e ele sempre chega a qualquer momento, por que
deixar que ele apareça sem que se esteja devidamente preparado para
enfrentá-lo?
Como disse certo sábio, planejar é aprender com o
passado e aplicar no futuro, é como dirigir à noite um veículo cujos faróis
estejam na traseira.
Nesse sentido é que relatamos a criação da defesa
civil de São Paulo, como consta no seu histórico
(http:/www.defesacivil.sp.gov.br/):
Retrocedendo
no tempo é que vamos encontrar eventos danosos, verdadeiras catástrofes,
sensibilizando o povo paulista para a necessidade de um organismo capaz de prevenir
tais acontecimentos ou, diante de eventos imprevisíveis, minimizar as perdas
humanas e materiais, atender aos necessitados e restabelecer a normalidade na
área atingida. Assim sendo é que, infelizmente, tivemos:
- Em 1967, a ocorrência de chuvas intensas em
Caraguatatuba, que vieram a provocar a necessidade de inúmeras providências de
socorro, que, embora improvisadas, controlaram a situação;
- Em 1969, tivemos chuvas intensas atingindo o
Interior e mesmo a capital, determinando a criação, pelo governo, da 1ª
comissão de defesa civil, auto-limitada pela sua própria finalidade.
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