4) Estudo da Classe dos Anfíbios ou
Batráquios
Os
anfíbios recebem este nome porque em sua fase larvar comportam-se como animais
aquáticos e somente em sua fase adulta atuam como animais terrestres. Como seus
sacos pulmonares são bastante rudimentares, complementam suas trocas gasosas
através da pele que, por esse motivo, é delgada, densamente vascularizada e
recoberta de uma secreção mucosa.
Os
anfíbios mais disseminados no Brasil são: o sapo-cururu (Bufo marinus e Bufo
paracneuris), a jia ou rã-pimenta (Leptodactylus pentadactylus), a perereca
(Hyla exignata) e a cobra-cega ou minhocão (Siphonops anflulatus). Na Hiléia
ocorrem o sapo-aru (Pipa pipa) e o sapo-de-chifre (Ceratophrys ornata) entre
outros. Na província Tupi ocorrem a rã-verdadeira (Megaelosia gveldi), a
perereca-ferreira (Hyla faber) e o sapo dourado (Brachycephalus
ephippium).
5) Estudo da Classe dos Peixes
Dentre
as espécies amplamente disseminadas e presentes em quase todas as bacias
fluviais do Brasil, há que destacar as seguintes: a traíra (Hoplias
malabaricus), a piranha (Pygocentrus pipaya), o jaú (Paulicea luetkeni), o
dourado (Salminus maxillosus), o Curimatá (Prochidolus hartu), os cascudos
(Leoncaria sp e Plecostumus sp) e os tambaquis do gênero clossoma, com várias
espécies endêmicas das bacias Amazônica e do Prata.
São
típicos da bacia Amazônica, os peixes seguintes: pirarucu (Arapaima gigas) de
carne abundante e deliciosa que costuma ser comercializada em mantas salgadas;
o aruanã (Osteoglossum bicirrhosum); o delicioso e prolífico tucunaré (Cichla
ocellaris), o matrinchão ou piracanjuba, também presentes nos rios da bacia do
Paraná, compreendendo várias espécies do gênero Brycon; o poraquê ou
peixe-elétrico (Electro phorus electricus); as arraias do amazonas (Paratygon
humerosus e Paratygon leceps) e o candiru (Vandellia cirrhosa), peixe parasita
que prolifera em águas rasas e mornas onde se despeja lixo e que tem o mau
hábito de penetrar nas cavidades naturais dos banhistas desavisados.
São
muito típicos das bacias das províncias Cariri-Bororó e Guarani, os peixes
seguintes: pirambóia (Lepidosiren paradoxa); os deliciosos surubins-pintados
(Pseudoplatystoma corruscans), da bacia do Prata, e os surubins-rajados
(Pseudoplatystoma fasciatum), da bacia do São Francisco; a pirambóia-do-São
Francisco (Brycon lundi) e a pirambóia-do-paraná (Brycon natteri), além dos
mandis ou peixes-chorões, compreendendo várias espécies dos gêneros Rhandia e
Pimelodella, que emitem um som, que lembra o choro, quando são pescados e
retirados da água.
6) Notícias sobre o Ramo dos
Artrópodes
A
fauna brasileira é particularmente rica em artrópodes das classes dos
crustáceos, insetos, miriápodes e aracnídeos.
No
que diz respeito aos crustáceos, os rios e os mares territoriais brasileiros
são particularmente ricos em camarões, pitus, lagostas, lagostins, siris,
caranguejos e guaiamus.
No que diz respeito aos insetos, o
Brasil é particularmente rico, no que diz respeito aos:
- Himenópteros, como os maribondos, as vespas,
as numerosas abelhas silvestres e as formigas. As abelhas da espécie Apis
melifera não são autóctones, mas já são naturalizadas no País.
- Coleópteros, com mais de 80.000 espécies de
besouros carnívoros, vesicantes, herbívoros, coprófagos e xilófagos (comedores
de madeiras).
- Lepidópteros, como as borboletas diurnas, as
mariposas crepusculares e as mariposas noturnas.
- Dípteros, como as moscas, os mosquitos e as
pulgas.
- Hemípteros, como os percevejos-do-mato,
pulgões e as cochonilhas.
- Ortópteros, como os gafanhotos, os louva-deus
e as esperanças.
No que diz respeito aos aracnídeos o
Brasil é muito rico em aranhas, escorpiões e ácaros.
7) Notícias sobre o Ramo dos Moluscos
No
que diz respeito aos lamelibrânquios as praias, restingas e mangues brasileiros
são riquíssimos em mexilhões, ostras, sururus e outras espécies.
4. Causas
- O desmatamento irresponsável e sem controle
das florestas e matas brasileiras vem atingindo tanto as Áreas de Proteção
Ambiental – APA, como as Áreas de Preservação Ambiental e Santuários
Ecológicos.
- O uso de técnicas inadequadas de manejo
agrícola contribui para acelerar o esgotamento do solo e para incrementar a
chamada agricultura itinerante.
- As queimadas, além de contribuírem para a
perda da fertilidade natural do solo, reduzem a biodiversidade e induzem a
proliferação de pragas.
- O zoneamento urbano e rural deficientes e
inadequados contribuem para alterar os ecossistemas urbanos e rurais.
- O incremento das monoculturas, em conseqüência
da política mercantilista, sem uma preocupação maior com a preservação de áreas
de proteção ambiental e de santuários ecológicos está contribuindo para a
rápida destruição dos biótopos naturais, com graves prejuízos para a biocenose,
que depende dos mesmos para a sua perpetuação.
- A utilização intensiva e descontrolada de
agrotóxicos, como herbicidas e inseticidas, ao destruir a microfauna e a
microflora, comprometem a fertilidade natural do solo, criam facilidades para a
proliferação das pragas e, ao alterarem o equilíbrio dinâmico dos ecossistemas,
contribuem para a destruição da flora e da fauna autóctone.
- A introdução de espécies animais e vegetais
exôgenas, sem um competente estudo prospectivo, compromete o equilíbrio
dinâmico da biota com sensíveis prejuízos para a fauna e flora autóctones. É
importante recordar que a evolução endogâmica da flora e da fauna da plataforma
continental Sul-Americana, durante dezenas de milhões de anos que permaneceu
ilhada, contribuiu pra reduzir a capacidade competitiva das espécies
autóctones.
- Também a caça e a pesca clandestina,
desenvolvidas à margem da legislação protetora vigente, estão contribuindo para
reduzir a biodiversidade da fauna brasileira, colocando numerosas espécies em
risco de extinção iminente.
- Contribui para agravar esta situação numa
herança cultural, de fundamentação religiosa que coloca a espécie humana numa
situação privilegiada e irresponsável de gestora das demais espécies animais e
vegetais em nome de uma divindade que lhe teria delegado a responsabilidade de
“reinar sobre a criação” em seu nome.
Numa
percepção holística do mundo real, torna-se cada vez mais evidente que a
espécie humana se caracteriza como o maior fator de desequilíbrio relacionado
com a dinâmica da biosfera, ao destruir os biótopos naturais e ao condenar um
grande número de espécies animais e vegetais ao desaparecimento.
A
Organização Mundial da Saúde considerou que o rato é o inimigo número um da
humanidade. Caso ocorresse um plebiscito entre os animais o homem seria eleito,
por unanimidade, como o inimigo “número um da biosfera”!
É
indispensável que ocorra uma mudança cultural que promova um clima de maior
compromisso da sociedade com relação à preservação da flora e da fauna de todos
os países e de todas as localidades do mundo.
5. Ocorrência
A
flora e a fauna autóctones vêm sendo destruídas, de uma forma sistemática em,
praticamente, todos os países do mundo.
De
um modo geral, os países colonizados por povos anglo-saxões, como a Austrália,
a Nova Zelândia, a África do Sul e os Estados Unidos da América do Norte, foram
os que sofreram maiores agressões as suas faunas e, em menor escala, as suas
floras.
É
evidente que todas as pessoas do mundo devem se preocupar com a preservação das
florestas tropicais e equatoriais.
No entanto é importante registrar que,
em função dos mais elevados índices de insolação e de fotoperiodismo:
- As florestas tropicais e equatoriais se
recuperam numa velocidade cinco vezes maior do que as florestas de clima frio e
temperado.
Também
entre os animais, o fotoperiodismo contribui para aumentar a precocidade, no
que diz respeito às condições de reprodução. Este fato ocorre inclusive na
espécie humana.
Pode-se
observar que a menarca ocorre normalmente aos 12 anos nos países ensolarados e
depois dos 16 nos países de clima frio.
No
que diz respeito ao Brasil, ao longo dos últimos quinhentos anos, numerosos
ecossistemas foram profundamente alterados e é absolutamente indispensável que
os testemunhos residuais destes ecossistemas sejam transformados em santuários
ecológicos, em benefício das gerações futuras.
Dentre os ecossistemas brasileiros, os
que mais sofreram, a partir do descobrimento do Brasil, foram os seguintes:
- A floresta tropical úmida de encosta ou Mata
Atlântica;
- A floresta tropical perene subtropical;
- A floresta aciculada subtropical ou Mata de
Araucárias;
- As chamadas Matas de Galerias e os Capões do
Mato.
Evidentemente,
a destruição das matas de galerias ou florestas ciliares foi a que causou
maiores prejuízos aos ecossistemas em geral.
Atualmente os complexos florísticos
mais ameaçados no Brasil são os seguintes:
- a caatinga onde já ocorrem numerosos núcleos
de desertificação;
- a vegetação dos manguezais e dos tabuleiros
litorâneos, em decorrência da corrida imobiliária, com riscos de graves
repercussões sobre a fauna marítima e fluvial das regiões envolvidas;
- o complexo do pantanal, caso a chamada
“hidrovia do Paraná-Paraguai for desenvolvida de forma intempestiva;
- a floresta latifoliada semidecídua, que faz a
transição do cerrado para a floresta amazônica.
No
que diz respeito à fauna brasileira, os animais que correm maiores riscos de
extinção são os felídeos, os canídeos, os mustelídeos e os serenídeos.
Dentre
os primatas, os que correm mais riscos são os micos-leões autóctones da
província Tupi.
Dentre
as aves, os grupos que correm maiores riscos são os Galiformes, alguns
psitacídeos e algumas espécies de tinamiformes, como o macuco e a perdiz.
Dentre
os répteis, pode-se informar que os riscos de extinção de algumas tartarugas
marinhas e de algumas espécies de jacarés são hoje muito menores graças aos
esforços dos órgãos do sistema de proteção ambiental do País.
6. Principais Efeitos Adversos
A
destruição intencional da flora e da fauna contribui para fragilizar os
ecossistemas e para reduzir a qualidade de vida da população.
A
longo prazo, a sobrevivência da espécie humana depende do equilíbrio dinâmico
da biosfera.
O
crescimento geométrico da população do globo terrestre, acompanhado da
constante redução das áreas agricultáveis, está gerando um imenso desafio para
a sobrevivência da humanidade, em condições dignas, em todos os recônditos do
globo.
É
evidente que a flora e a fauna mais importantes, para um determinado grupo
social, é aquela que lhe está mais próxima. Para o habitante da cidade, os
ecossistemas urbanos são os mais importantes.
A qualidade de vida dos habitantes das
cidades depende diretamente:
- da preservação das áreas verdes urbanas;
- da vegetação existente nas alamedas, nos
jardins, nas áreas de cobertura das edificações e nos fundos de quintais.
A
qualidade do ar respirado, em uma determinada localidade depende do nível de
produção de fumaça e de outros produtos gerados pela combustão e também do
volume da área verde existente na mesma. A chamada “fauna urbana” também deve
ser alvo de atenção prioritária. Quanto maiores e mais biodiversificados forem
os parques urbanos e as áreas verdes disponíveis, maior será a fauna local, que
deve ser protegida, com grande prioridade. Sem nenhuma dúvida, a qualidade de
vida do homem, mesmo que urbano, depende do nível de biodiversidade e da
riqueza da flora e da fauna locais.
7. Monitorização, Alerta e Alarme
Todos
os países, estados e províncias, municípios e localidades do mundo devem se
preocupar com o incremento de seus sistemas integrados de vigilância ambiental.
Embora
a monitorização das condições ambientais tenha se desenvolvido intensamente, em
função da evolução tecnológica e da crescente utilização de satélites
artificiais, a vigilância ambiental continua fortemente dependente da
participação ativa e interessada da cidadania.
Todos
os cidadãos devem se comportar como guardas-florestais e defender “com unhas e
dentes” o patrimônio ecológico das atuais e futuras gerações.
Toda a sociedade deve ser
conscientizada sobre:
- O fato comprovado de que os desastres são
provocados ou agravados pelas ações e pelas omissões humanas;
- O dever social de não contribuir e nem
permitir que outras contribuam para a degradação dos ecossistemas que facilitam
a eclosão e o agravamento de desastres.
É
desejável que todos os municípios do País instalem um telefone disque-denúncia
para que a população possa informar sobre ações que podem comprometer os
ecossistemas urbanos e rurais.
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