Devido à informação existente sobre o
tema, muitas pessoas acreditam que o diferendo Cuba – Estados Unidos começou em
primeiro de janeiro de 1959, quando triunfou a Revolução. A verdade histórica
situa esse momento muitos anos antes.
Em 1805, ou seja, 154 anos de que
triunfasse a Revolução, o Presidente dos Estados Unidos na ocasião, Thomas
Jefferson, em nota enviada ao Ministro da Inglaterra em Washington, expressou:
“Em caso de guerra entre a Inglaterra e a Espanha, os Estados Unidos se
apoderariam de Cuba por necessidades estratégicas para a defesa da Lousiana e
da Flórida”.
Em 1810, o presidente norte-americano
James Madison orientou o seu Ministro em Londres, Willian Pcknoy, a levar ao
conhecimento da administração desse país que...”a posição de Cuba suscita
nos Estados Unidos um interesse tão
profundo no destino dessa ilha que, mesmo que pudesse permanecer inativos, não
poderão ser espectadores satisfeitos da sua queda em poder de qualquer governo
europeu”.
Em 1823, sendo presidente dos Estados
Unidos James Monroe, o integrante de seu gabinete, John C. Calhoon, defendeu o
critério de anexar a ilha com o apoio do ex-presidente Jefferson, que
dissera...”confesso francamente ter sido sempre da opinião de que Cuba seria a
adição mais interessante que se poderia fazer no nosso sistema de estados”.
Em 28 de abril 1823, o Secretário de
Estado, John Quincy Adams (mais tarde, em 1825, presidente), enviava instruções
escritas ao Ministro dos Estados Unidos na Espanha, nas quais
expressava:...”quando se lança um olhar na direção do curso que provavelmente
os acontecimentos tomarão nos próximos 50 anos, é quase impossível resistir à
convicção de que a anexação de Cuba à nossa República Federal será
indispensável para a continuação da União e a manutenção de sua integridade”.
O
desenvolvimento desse pensamento anexionista seria concluído por ele
posteriormente com sua teoria da “fruta madura”, a qual sustentava que Cuba, da
mesma maneira que a fruta que é separada da árvore pelo vento inevitavelmente
cai no chão, a Ilha, uma vez separada da Espanha, teria que gravitar,
necessariamente, em direção à União norte-americana.Três presidentes
norte-americanos tentaram comprar Cuba dos espanhóis: Polck, em 1848, Pierce,
em 1853, e Buchanan, em 1857.
Esses feitos históricos irrefutáveis demonstram
que o diferendo Cuba – Estados Unidos já tem quase 200 anos, enquanto a
Revolução tem apenas 42 anos de existência.
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