Você
se irrita ao extremo no trabalho e está com a sensação de esgotamento físico e
mental? Apresenta falta de concentração e falhas de memória? Fique atento, pois
você pode ser mais uma vítima da Síndrome
de Burnout, que vem atingindo um número cada vez maior de brasileiros.
De acordo com o psiquiatra e médico do trabalho Duílio Antero de Camargo, presidente da Comissão Técnica de Saúde Mental e Trabalho da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), o transtorno está vinculado a uma exposição contínua a fatores de estresse crônicos no ambiente profissional e costuma causar inúmeros prejuízos ao trabalhador.
De acordo com o psiquiatra e médico do trabalho Duílio Antero de Camargo, presidente da Comissão Técnica de Saúde Mental e Trabalho da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), o transtorno está vinculado a uma exposição contínua a fatores de estresse crônicos no ambiente profissional e costuma causar inúmeros prejuízos ao trabalhador.
A síndrome, classicamente, resulta em três problemas principais: a exaustão emocional, caracterizada por fadiga, fraqueza, falta de esperança, impaciência, irritabilidade e dificuldade em lidar com as situações estressantes; a diminuição da realização pessoal, caracterizada, por exemplo, pela baixa satisfação com as atividades do trabalho e pela perda da competência; e a despersonalização, ou seja, o distanciamento afetivo e a insensibilidade em relação às demais pessoas. Camargo ressalta que, embora a pessoa afetada possa apresentar alguns sintomas de depressão, a síndrome não se caracteriza como um transtorno depressivo, segundo diversos autores.
"Por ser muito limitante, a síndrome acaba gerando altos índices de absenteísmo (faltas) e incapacidade ocupacional, além de fazer com que a pessoa tenha grandes dificuldades de manter os relacionamentos pessoais" acrescenta o representante da ANAMT.
Uma característica marcante dos trabalhadores que desenvolvem a Síndrome de Burnout é a dedicação exagerada ao trabalho, afirma o médico Clóvis Cechinel, responsável pelo setor de medicina do trabalho da DASA, prestadora de serviços de medicina diagnóstica. O desejo de ser o melhor e sempre demonstrar alto grau de desempenho é uma fase importante da síndrome: o portador de Burnout mede a auto-estima pelo sucesso profissional.
"O que tem início com satisfação e prazer termina quando esse desempenho não é reconhecido. Nesse estágio, o profissional apresenta necessidade de se afirmar, e o desejo de realização profissional se transforma em obstinação e compulsão" diz Cechinel.
A psicóloga Fátima Bittencourt, diretora do Grupo Sanare, esclarece, por sua vez, que o Burnout não acontece do dia para a noite: é um estado de esgotamento emocional e físico causado pelo estresse excessivo e prolongado. A doença afeta especialmente aqueles profissionais obrigados a manter contato intenso e solidário com a causa alheia, como é o caso dos médicos, enfermeiros, psicólogos, professores e policiais. Recentemente, foram detectados muitos casos entre os funcionários das companhias aéreas, por conta dos grandes níveis de estresse no setor nos últimos anos.
"É muito comum confundir o transtorno com o estresse por conta de sintomas parecidos, como dores de cabeça, insônia, gastrite, lapsos de memória, falta de atenção, diarréia, alterações menstruais e de humor. No entanto, é preciso deixar claro que a síndrome está diretamente ligada à tentativa de adaptação a uma situação claramente desconfortável no trabalho", esclarece Fátima.
Pesquisa realizada no Brasil com mil profissionais de São Paulo e Porto Alegre, com idades entre
O estudo fez ainda um comparativo do desempenho profissional de um portador de Burnout com o dos demais trabalhadores: em média, é de menos cinco horas.
Entre
os sintomas de Burnout que mais incomodam:
93%
alegam a exaustão;
86%,
a irritabilidade;
82%
a falta de concentração;
74%
enfatizam a dificuldade de relacionamento no ambiente profissional.
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