22 novembro 2012

91) Como abordar a criança ou o adolescente que relata sofrer abuso sexual?




A forma de abordagem é fundamental para quebrar a barreira que a criança ou o adolescente constrói em situações de abuso. Para realizar a abordagem, a escola pode procurar ajuda de instituições que desenvolvam trabalhos de proteção à criança, assim como profissionais capacitados, como os psicólogos escolares ou os orientadores educacionais. Nos hospitais e postos de saúde há profissionais especializados que podem dar suporte e orientações.

Os passos que devem ser seguidos na abordagem à criança ou adolescente que relata abuso:

• Busque um ambiente tranquilo e seguro. A privacidade da criança deve ser preservada;

• Dedique toda a atenção à criança. Ouça-a sem permitir que interrupções externas fragmentem o processo de descontração e de confiança;

• Leve a sério tudo que for dito. O abuso sexual envolve medo, culpa e vergonha. Não critique nem duvide da criança, mas demonstre interesse por ela;

• Aja calmamente, sobretudo se forem reveladas situações delicadas, pois reações impulsivas podem aumentar a sensação de culpa. Aborde o assunto diretamente sem demonstrar ansiedade ou insegurança;

• Não demonstre aflição nem curiosidade. Não entre em detalhes sobre a violência sofrida e não faça a criança repetir inúmeras vezes a sua história;

• Pergunte o mínimo possível e não conduza a conversa com perguntas sugestivas. Deixe-a expressar-se com suas próprias palavras;

• A linguagem deve ser simples e clara para que a criança ou o adolescente entenda o que está sendo falado ou perguntado;

• Reitere que a criança ou o adolescente não tem culpa do ocorrido e que realizar o relato é a coisa certa a ser feita;

• A transmissão de apoio e de solidariedade por meio de contato físico somente deve ser feita se a criança ou adolescente assim o permitir;

• Não trate a criança ou o adolescente como “coitadinho”. Eles são vítimas, mas devem ser tratados com dignidade e respeito;

• Proteja, sempre, a identidade da criança ou do adolescente. Este é um compromisso ético profissional.

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