30 outubro 2018

COMBUSTÍVEIS SÓLIDOS - MCII – MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO EM INDÚSTRIAS

COMBUSTÍVEIS SÓLIDOS


Uma das características relevantes dos combustíveis sólidos é a de queimarem em superfície e profundidade, deixando resíduos que podem estar superaquecidos internamente, sendo assim, mesmo após a extinção do fogo, deve-se proceder a operação de rescaldo, tendo em vista a possibilidade de uma re-ignição.


Citamos abaixo alguns estabelecimentos fabris e oficinas, onde são utilizados combustíveis sólidos separados em grupos quanto à carga de incêndio, a saber:

.. Indústria madeireira;
.. Indústria metalúrgica;
.. Indústria de couros;
.. Indústria de papeis e celulose;
.. Indústria de pneus;
.. Indústria automobilística;
.. Indústria de móveis e estofados;
.. Indústria de brinquedos;
.. Indústria de fumos.

Resíduos de queima de combustíveis sólidos

Extinção de incêndio em combustíveis sólidos - MCII – MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO EM INDÚSTRIAS

Extinção de incêndio em combustíveis sólidos


Na extinção de incêndio “classe A” (combustíveis sólidos) o método mais eficaz é o resfriamento. Isto não quer dizer que não se podem utilizar os outros métodos de extinção, tais como o abafamento e a retirada do material.

Combustível sólido 1


Para extinção de incêndio em combustíveis sólidos, como fardos de algodão, papéis, papelão prensado, juta etc., deve-se buscar a extinção através do uso de água.

Combustíveis Sólidos


Alguns materiais sólidos tendem a dificultar o acesso às chamas, pois estas adentram no corpo dos materiais, queimando em profundidade, portanto o uso de agente umectante (LGE) na água, deve ser utilizado como única forma de conter ou extinguir o incêndio, haja vista o alto custo do agente umectante.

A proporção desse agente umectante deve ser de 0,1 a 1% na pré mistura e deve ser aplicado com esguicho regulável ou universal. Nesta proporção há baixa tensão superficial (menor distância entre as moléculas de água), permitindo maior penetração em incêndios classe A.

Combustível sólido 2


Indústrias de têxteis - Ação extintora em têxteis - Embora eficientes no combate a outros tipos de incêndio, os agentes extintores abaixo relacionados , não deverão ser usados em têxteis, principalmente em algodão solto - MCII – MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO EM INDÚSTRIAS


Indústrias de têxteis

É muito freqüente o fogo em indústrias de têxteis, devido a alta combustibilidade da fibra, principalmente se for de algodão e a facilidade com que ela entra em combustão, até mesmo pelo aquecimento produzido pela fricção nas máquinas.

Fogos superficiais no têxtil propagam-se rapidamente; segue-se a existência de um fogo persistente, produzindo grande quantidade de fumaça, tornando-se difícil seu combate.

Os fogos de superfícies em têxteis, embora se propaguem rapidamente, normalmente não são de difícil controle, porém exigem o emprego de agentes extintores, cuja ação de cobertura sobre a área incendida seja rápida e extensa, não interessando nem mesmo um auto poder de extinção.

Os mesmos agentes extintores adequados para extinção do fogo em algodão, são também adequados para o emprego em nylon ou misturas de algodão com qualquer outra fibra.

A viscose do nylon tem a mesma composição do algodão, apresentando um perigo de fogo quase idêntico; o acetato de raion queima-se com menor rapidez que a viscose.


Ação extintora em têxteis

Extintor de pó químico seco, combinado com jato d'água em forma de chuveiro, constitui a mais efetiva combinação de primeiro ataque ao fogo em indústrias têxteis.

O agente extintor pó químico seco é empregado na extinção do fogo da superfície, porém existem reentrâncias, fundos de máquinas e principalmente no travejamento do telhado, partículas com fogo latente, lento, principalmente em linter (resíduo da fibra em forma de pó ou finíssimos fios tipos teia de aranha) de algodão.

Para maior eficácia no combate, é necessário usar jato de água tipo chuveiro, obtendo-se um encharcamento do material em combustão.

Jatos compactos não são apropriados para fogo em algodão solto, pois a força do jato pode espalhar as fibras em combustão, dando origem a novas focos.

Para locais onde o incêndio pode atingir maiores proporções, tais como teares, sala de desenho de teares, armaduras, etc o bombeiro deverá usar extensões de jato em forma de neblina de baixa velocidade, adaptadas a mangotinhos de 18,7 mm (3/4) ou 25 mm (1").

A mangueira de 38 mm (1 1/2") de diâmetro, é o equipamento mais eficaz no caso de incêndio em locais com grandes quantidades de algodão solto, como nas abridoras de caroços e nos depósitos de algodão, de resíduos e em máquinas batedoras e abridoras que trabalham com algodão de qualidade inferior.


Embora eficientes no combate a outros tipos de incêndio, os agentes extintores abaixo relacionados , não deverão ser usados em têxteis, principalmente em algodão solto:

1. Soda-ácido – danifica as fibras têxteis e as máquinas;

2. Líquidos vaporizantes (tetracloreto de carbono, clorobrometila etc) formam o ácido hidroclórico, quando aplicados ao fogo;

3. CO2 (dióxido de carbono) – é impróprio devido a dificuldade em concentrar suficiente quantidade de gás para extinção permanente;

4. Espuma – não é efetiva, pois permanece na superfície do algodão solto e é impraticável para aplicação em grandes áreas;

5. Agente umectante (água molhada) – estudos foram realizados constatando-se que alguns Líquidos Geradores de Espuma (LGE) apresentaram, em solução diluída, propriedade corrosiva, podendo danificar máquinas e equipamentos, porém não há restrição de seu uso em fardos de fibras isolados.



PÓS COMBUSTÍVEIS - TABELA I - EXEMPLOS DE PRESSÕES OBTIDAS DA FORÇA DE EXPANSÃO DOS GASES RESULTANTES DA EXPLOSÃO - MCII – MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO EM INDÚSTRIAS



PÓS COMBUSTÍVEIS

Todos os pós originários de substâncias orgânicas e de metais combustíveis, desde que estejam em suspensão e em quantidade adequada no ar ambiente, poderão entrar em combustão, expostos a qualquer fonte de calor (centelha de um interruptor elétrico, por exemplo), produzindo uma explosão.

Este perigo existe nos moinhos e indústrias de farinhas em geral, refinarias de açúcar, milho, arroz, serrarias, indústrias de moagem, e, pulverização de enxofre, cortiça, alumínio, zinco, magnésio e outros pós metálicos, fábricas de leite em pó, de chocolate, manufaturas de plástico, indústrias têxteis, de couro e outros.

Para que se tenha uma ideia da força de expansão dos gases resultantes da explosão, na relação dada a seguir, verificam se as pressões obtidas em testes levados a efeitos em laboratórios, para uma concentração de 500 miligramas de pó por litro.

Em concentrações mais intensas, pode-se obter pressões mais elevadas e há fatores como a umidade, a medida da partícula, sua composição e uniformidade de mistura com o ar, que também afetam a explosividade das poeiras.

Vide tabela abaixo com exemplos de pressões obtidas da força de expansão dos gases resultantes da explosão





Tática e técnica de combate a incêndios em pós combustíveis - MCII – MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO EM INDÚSTRIAS


Tática e técnica de combate a incêndios em pós combustíveis

No combate a incêndio em pós-combustíveis (pó de alumínio, magnésio, enxofre e outros), o bombeiro não deverá usar água diretamente, pois haverá perigo de explosão.

Nestes casos, deverão ser usados agentes extintores especiais conforme especificações do fabricante, na falta desses, poderá ser usado a areia seca, terra seca, grafite ou a cal desidratada.

Caso, ao proceder o reconhecimento do local, o bombeiro note a existência de pós-combustíveis, não incendiados, deverá efetuar o devido isolamento do local sinistrado.

Caso tenha entrado em combustão, extinguir inicialmente o fogo localizado em volta, para depois extinguir o dos pós-combustíveis, com os agentes extintores citados anteriormente.

Como meio auxiliar em combate a incêndio envolvendo substâncias químicas o comandante das operações deverá lançar mão da viatura PP (produtos perigosos), guarnecida por Bombeiros treinados para atuarem em ocorrências dessa modalidade.



Procedimentos com pós combustíveis - MCII – MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO EM INDÚSTRIAS


Procedimentos com pós combustíveis

Considerando que os pós-combustíveis quando em combustão, decompõem a água aumentando ainda mais o fogo e provocando explosões e, ainda, não se extinguindo porque os agentes extintores comuns não conseguem fazer o abafamento em tais materiais, o bombeiro deve proceder da seguinte maneira:

1. Desligar a cabine primaria, para poder usar qualquer tipo de agente extintor, sem se expor ao risco de eletrocussão;

2. Verificar se o material que está queimando é um sólido, líquido inflamável, pó combustível ou pó metálico.



Ação preventiva contra a explosão de pós - MCII – MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO EM INDÚSTRIAS


Ação preventiva contra a explosão de pós

Embora a maioria das ações a serem tomadas para evitar a possibilidade da explosão de uma atmosfera com pó em suspensão, não dependa da ação do bombeiro e sim da indústria que desenvolve suas atividades, a implementação destas ações poderão ser conseguidas através de visitas e palestras preventivas realizadas nas indústrias:

.. Boa organização;
.. Construção especial que evite o acúmulo dos pós;
.. Coletores de pós, que eliminem sua disseminação;
.. Exaustores que conduzam as poeiras para o exterior;
.. Eliminação das prováveis fontes de ignição;
.. Ventilação;
.. Janelas sem fechos, (pontos fracos) para cederem em caso de explosão, sem comprometer a estrutura do prédio (exemplo: depósito de algodão colóide em indústrias de tintas);
.. Uso de gases inertes, para prevenir a ignição dos pós nas indústrias ou oficinas com máquinas de moagem (ou moinhos).


LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS - Características dos líquidos inflamáveis - Classificação - MCII – MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO EM INDÚSTRIAS


LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS

Pertencentes à classe de incêndio “B”, os líquidos inflamáveis são os que produzem vapores, os quais em contato com o ar, em determinadas proporções, e por ação de uma fonte de calor, incendeiam-se com extrema rapidez; para isto precisam, no mínimo atingir seus pontos de fulgor.

Qualquer combustível líquido, suficientemente aquecido, comporta-se como um inflamável, bem como, quando espalhados no ar em finíssimas partículas; pois, nestas condições se assemelham bastante com as de seus vapores.

Os líquidos que tiverem seu ponto de fulgor acima de 93ºC, são considerados combustíveis e os que tiverem abaixo, são inflamáveis.

Líquidos Inflamáveis



Características dos líquidos inflamáveis

Para se combater incêndio em líquidos inflamáveis com segurança, deve-se conhecer suas propriedades e características, sabendo que em sua maioria:

.. Geram vapores inflamáveis à temperatura ambiente (voláteis);

.. Flutuam na água;

.. Geram eletricidade estática quando fluindo;

.. Queimam rapidamente por sobre a superfície exposta ao calor;

.. Liberam durante a queima grande quantidade de calor.


Classificação

Os líquidos inflamáveis são divididos em três classes de acordo com seu ponto de fulgor e perigo de se incendiarem:

• Classe I – líquidos com ponto de fulgor abaixo de - 4ºC, (éter, bissulfeto de carbono, gasolina, nafta, benzol, colódio e acetona);

• Classe II – ponto de fulgor acima de – 4ºC e abaixo de 21ºC, (acetato amílico, acetato etílico, acetato metílico, toluol e álcool);

• Classe III – ponto de fulgor acima de 21ºC e abaixo de 93º,( querosene, álcool amílico e terebentina).

Os líquidos que têm ponto de fulgor abaixo da temperatura ambiente, são particularmente, perigosos.


Os líquidos inflamáveis, não se incendeiam no estado líquido, portanto, a queima ocorre quando se formam misturas inflamáveis com o ar, porém a que se salientar que a maioria desses liberam vapores inflamáveis à temperatura ambiente.

Líquidos inflamáveis em chamas 


TABELA II - Limites de explosividade dos líquidos inflamáveis - MCII – MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO EM INDÚSTRIAS

Limites de explosividade dos líquidos inflamáveis 

Os vapores dos líquidos inflamáveis, em contato com o ar podem constituir misturas explosivas, as quais estão entre o limite de dois pontos, um máximo e um mínimo, em ralação à porcentagem por volume, de vapores, no ar. 

Concentrações abaixo e acima do limite de explosividade, têm combustão normal. 

A tabela I dá os limites máximo e mínimo de algumas substâncias, cuja mistura de seus vapores com o ar são explosivas, e o seu uso mais comum. 


Devido ao fato de que nas superfícies dos líquidos inflamáveis, quase sempre existem condições de explosividade, um incêndio se propaga com enorme velocidade, sendo muito provável que antes que se possa utilizar um agente extintor, o fogo já tenha tomado toda a superfície exposta do líquido; por este motivo os aparelhos de extinção de incêndios em inflamáveis devem ser de ação rápida e suficiente para cobrirem com seu respectivo agente extintor toda a superfície incendiada. 


Efeitos da temperatura e pressão - MCII – MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO EM INDÚSTRIAS

Efeitos da temperatura e pressão 

Os líquidos inflamáveis tendem a evaporar, transformando-se em gases, com a elevação da temperatura ou com a diminuição de pressão. 

A diferença entre um líquido e um gás muitas vezes é uma questão de temperatura ou pressão. 

Alguns líquidos inflamáveis evaporam tão facilmente que precisam ser armazenados sob pressão. 

Quando estes líquidos estiverem sob pressão superior a 1,75 atmosferas a 21ºC, são denominados gases liquefeitos. 



Densidade - A densidade de um vapor é a relação existente entre o seu peso e igual volume de ar - MCII – MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO EM INDÚSTRIAS

Densidade 

Com poucas exceções, os líquidos inflamáveis são mais leves que a água, portanto não se misturam, permanendo na superfície do recipiente. 

Esta particularidade é muito importante devido ao uso da água como agente extintor de incêndio. 

Alguns líquidos, como o álcool e a acetona, são missíveis com a água. 

A densidade do vapor de um líquido inflamável é em geral maior que a do ar, portanto, tende a se espalhar próximo do solo, por onde se desloca, a menos que seja forçado a circular por correntezas de ventilação, quer naturais, quer artificiais. 

Portanto, deve-se evitar o armazenamento ou o manuseio de inflamáveis em locais que facilitem o acúmulo de vapores, a menos que se tome precauções especiais quanto à ventilação. 

A densidade de um vapor é a relação existente entre o seu peso e igual volume de ar, nas mesmas condições. 

Quanto mais alta for a densidade de um vapor, tanto maior será o seu peso e, portanto, sua tendência de procurar as partes baixas. 

Os vapores dos líquidos inflamáveis, caminham longas distâncias, podendo alcançar uma fonte de calor, incendiando-se; e então, as chamas rapidamente alcançarão a fonte de emanação dos vapores, incendiando-a também. 

Quando dois ou mais inflamáveis são misturados o perigo de ignição corresponde ao de ponto fulgor mais baixo. 

Água como agente extintor de incêndio “classe B”  

Com a chegada ao local de um incêndio, começa o trabalho de combate propriamente dito; a direção planejada para a extinção. 

Planejada, quer dizer que não se deve dar ordens ao acaso, mas sim, estabelecer um plano para o desenvolvimento das operações mesmo que a princípio não seja detalhado. 


Para estabelecer este plano o comandante das operações, deve rapidamente: 

1. Conhecer a situação; 

2. Julgar a situação; 

3. Decidir o que fazer e tomar uma decisão da qual o plano de ação será decorrente. 


Uma vez que os liquidos inflamáveis estão quase sempre acondicionados, em caso de incêndio, devem ser empregados os agentes extintores que produzem efeitos de cobertura ou de abafamento. 

Devido suas características especiais de combustão, os líquidos inflamáveis diferem dos combustíveis comuns por produzirem muitas chamas, bastante fumaça e intenso calor, além da possibilidade de explosão de seus vapores sob determinadas condições. 


Além do CO2, o pó químico seco extingue incêndios em inflamáveis através da ação de abafamento e rompimento da cadeia iônica; devido ao fato destes elementos não possuirem a propriedade de permanecerem sobre os líquidos, devem ser tomadas as seguintes precauções: 

1. Verificação minuciosa de que toda e qualquer chama tenha sido totalmente eliminada da superfície líquida, sob risco do fogo retornar, logo que termine o efeito de abafamento. 

2. A aplicação do gás ou do pó químico deve continuar durante algum tempo, mesmo após a extinção das chamas, a fim de proporcionar o abafamento do material, pois embora as chamas sejam extintas rapidamente, o  local pode permanecer suficientemente aquecido para reincendiar os vapores inflamáveis, ainda em contínua formação, tão logo cesse o efeito extintor. 

Incêndio em armazenamento de combustível


Emprego do material do CBPMESP em incêndio de líquidos inflamáveis - MCII – MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO EM INDÚSTRIAS

Emprego do material do CBPMESP em incêndio de líquidos inflamáveis 

Para o combate ao fogo em líquidos inflamáveis, basicamente, usam-se equipamentos formadores de espuma: 

 Compartimento para LGE da Vtr ABE, destinado a efetuar a mistura

 Esguicho lançador de espuma 

Esguicho lançador de espuma, entre linhas e LGE



Tática e técnica de combate a incêndios em líquidos inflamáveis - MCII – MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO EM INDÚSTRIAS

Tática e técnica de combate a incêndios em líquidos inflamáveis 

O melhor método de extinção para a maioria dos incêndios em líquidos inflamáveis é o abafamento, podendo ser utilizado também a quebra da reação em cadeia, a retirada do material e o resfriamento. 

O controle de incêndios em líquidos inflamáveis pode ser efetuado “com água”, que atuará por abafamento e resfriamento. 

Na extinção por abafamento, a água deverá ser aplicada como neblina, de forma a ocupar o lugar do oxigênio, que está suprindo a combustão nos líquidos. 

A técnica de resfriamento somente resultará em sucesso se o combustível tiver ponto de combustão acima da temperatura normal da água (20º C). 

Ao se optar pelo uso de água deve-se, sempre, usar o jato chuveiro ou jato neblina. 

O jato contínuo não deve ser utilizado, pois não permitirá o abafamento e poderá esparramar o líquido em chamas, aumentando o incêndio. 

Uso do jato chuveiro em incêndio  



Resfriando com água - MCII – MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO EM INDÚSTRIAS

Resfriando com água 

Enquanto a água sem extratos de espuma é pouco eficaz em líquidos voláteis (como gasolina ou diesel), incêndios em óleos mais pesados (não voláteis) podem ser extintos pela aplicação de água em forma de neblina, em quantidades suficientes para absorver o calor produzido. 

Resfriamento com água



Substituindo o combustível por água - MCII – MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO EM INDÚSTRIAS

Substituindo o combustível por água 

A água pode ser empregada para remover combustíveis de encanamentos ou tanques com vazamentos. Incêndios que são alimentados por vazamentos podem ser extintos pelo bombeamento de água no próprio encanamento ou por enchimento do tanque com água a um ponto acima do nível do vazamento. 

Este deslocamento faz com que o produto combustível flutue sobre a água (enquanto a aplicação de água for igual ou superior ao vazamento do produto). O emprego desta técnica se restringe aos líquidos que não se misturam com água e que flutuam sobre ela. 

O emprego de tal ação requer conhecimento das características do líquido, que poderão ser obtidas no local do, observando-se a identificação do produto ou através de informações obtidas junto aos funcionários da indústria. 

Substituição de combustível por água



Varredura com água - MCII – MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO EM INDÚSTRIAS

Varredura com água 

A água pode ser utilizada para deslocar combustíveis, que estejam queimando ou não, para locais onde possam queimar com segurança, ou onde as causas da ignição possam ser mais facilmente controladas. (ISOLAMENTO) 

Evitar que combustíveis possam ir para esgotos, drenos ou locais onde não seja possível a contenção dos mesmos. 

O jato contínuo será projetado de um lado a outro (varredura), empurrando o combustível para onde se deseja. 

Derramamento de líquidos combustíveis em via pública também pode causar desastres, inclusive acidentes de trânsito. 

O líquido combustível poderá ser removido através de varredura, adicionando-se um agente emulsificador (LGE sintético ou detergente comum, por exemplo) à água e evitando, ao mesmo tempo, que o líquido se dirija para o esgoto ou rede pluvial. 

Pode-se também utilizar areia e cal; Essas substâncias absorvem o líquido combustível, removendo-o da via pública e impedindo que alcance a rede de esgoto ou pluvial. 

 Varredura com água


Bleve - MCII – MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO EM INDÚSTRIAS

Bleve 

Um fenômeno que pode ocorrer em recipiente com líquidos inflamáveis e alguns casos com líquidos não inflamáveis, trazendo conseqüências danosas, é o bleve (Boiling Liquid Expanding Vapor Explosion). 

Quando um recipiente contendo líquido sob pressão tem suas paredes expostas diretamente às chamas, a pressão interna aumenta (em virtude da expansão do gás exposto à ação do calor), tendo como resultado a queda de resistência das paredes do recipiente. Isto pode resultar no rompimento ou no surgimento de fissura. 

Em ambos os casos, todo o conteúdo irá vaporizar-se e sair instantaneamente. Essa súbita expansão é uma explosão. No caso de líquidos inflamáveis, formar-se-á uma grande “bola de fogo”, com enorme irradiação de calor. 

O maior perigo do bleve é o arremesso de pedaços do recipiente em todas as direções, com grande deslocamento de ar. Para se evitar o bleve é necessário resfriar exaustivamente os recipientes que estejam sendo aquecidos por exposição direta ao fogo, ou por calor irradiado. Este resfriamento deve ser preferencialmente com jato d’água em forma de neblina. 



BOIL OVER - MCII – MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO EM INDÚSTRIAS

BOIL OVER 

Nunca se deve aplicar jatos compactos nos líquidos inflamáveis, os quais espalharão o fogo, devido ao respingamento do líquido em chamas ou transbordamento das vasilhas que os contém, visto água ser mais pesada que a maioria dos líquidos inflamáveis. 

No combate a incêndios em líquidos inflamáveis (classe B) acondicionada em tanques, usando-se água, se o líquido é de pequena densidade, a água utilizada tende a depositar-se no fundo do recipiente, neste caso, pelo fato do líquido em chamas transmitir calor através das moléculas do líquido em chamas para a água que está depositada na parte baixa do reservatório. A água entra em ebulição por volta dos 100 ºC, portanto a expansão da água depositada, pode vaporizar-se, aumentando sobre maneira de volume (1 litro de água transforma-se em 1.700 litros de vapor). 

Com o aquecimento excessivo a conseqüentemente vaporização e aumento de volume, a água age como êmbolo numa seringa, empurrando o combustível quente para cima, espalhando-o e arremessando-o a grandes distâncias, além do risco inicial de transbordamento do líquido. 


Antes de ocorrer o boil over, pode-se identificar alguns sinais característicos: 

1. Através da constatação da onda de calor: dirigindo um jato d’água na lateral do tanque incendiado, abaixo do nível do líquido, pode-se localizar a extensão da onda de calor, observando-se onde a água vaporiza-se imediatamente; 

2. Através do som (chiado) peculiar; 

3. Pouco antes de ocorrer a “explosão”, pode-se ouvir um “chiado” semelhante ao de um vazamento de vapor de uma chaleira fervendo.  

Ao identificar esses sinais, o bombeiro deve se comunicar imediatamente com o comandante das operações no local. Recebendo ordem de abandonar o local, todos devem se afastar rapidamente. 

Boil Over 


GASES INFLAMÁVEIS - Os gases inflamáveis tem diversas aplicações nas indústrias - MCII – MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIO EM INDÚSTRIAS

GASES INFLAMÁVEIS 

Os gases inflamáveis normalmente são utilizados nas formas: 
.. Liquefeito; 
.. Comprimido; 
.. Dissolvido sob pressão em depósitos metálicos fechados; 
.. Através de tubulações especiais. 

Os gases inflamáveis tem diversas aplicações nas indústrias: 
.. Solda e corte de metais; 
.. Iluminação; 
.. Calefação; 
.. Combustível; 
.. Refrigeração. 

 Gases utilizados em oficina 

Serviços de solda com gases 

O perigo dos gases, reside principalmente nas possibilidades de vazamento, podendo formar com o ar atmosférico misturas explosivas. Quando escapam, podem facilmente atingir uma fonte de ignição, incendiando-se rapidamente. 

Quando isso ocorre, o fogo só deverá ser extinto após a suspensão do fluxo de gás, pois, caso continue, o gás poderá reincendiar-se facilmente ou, então, produzir mistura explosiva com o ar, estabelecendo condições mais perigosas. 

A densidade de um gás deverá ser levada em consideração como critério de periculosidade, porque geralmente os gases concentram-se nas partes baixas do ambiente com maior probabilidade de se incendiarem em contato com uma fonte de ignição. 

Os mais pesados se dissipam vagarosamente, embora as correntes de ar possam acelerar a difusão de qualquer gás. 

Muitos gases são tóxicos, consequentemente, prejudiciais à saúde e, neste caso, mesmo que não sejam inflamáveis, merecem atenção especial durante as operações de extinção; ocorrendo um vazamento, poderá trazer graves consequências.