17 novembro 2018

Comissões - MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIOS FLORESTAIS


COLETÂNEA DE MANUAIS TÉCNICOS DE BOMBEIROS
MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIOS FLORESTAIS


COMISSÃO

Comandante do Corpo de Bombeiros
Cel PM Antonio dos Santos Antonio

Subcomandante do Corpo de Bombeiros
Cel PM Manoel Antônio da Silva Araújo

Chefe do Departamento de Operações
Ten Cel PM Marcos Monteiro de Farias
Ten Cel Res PM Silvio Bento da Silva
Ten Cel PM Marcos Monteiro de Farias
Maj PM Omar Lima Leal
Cap PM José Luiz Ferreira Borges
1º Ten PM Marco Antonio Basso

Comissão de elaboração do Manual
Maj PM Adilson José Gutierrez
Cap PM Antonio Valdir Gonçalves Filho
1º Ten PM Miguel Ângelo de Campos
1º Ten PM Eduardo Rangel Marcondes
1º Ten PM Alan Muniz de Andrade
2º Ten PM Roberto dos Anjos Queiroz
1º Sgt PM João Carlos Sandin Poli
3º Sgt PM José Arnaldo Lemes de Souza
Cb PM Ghoren Vedovelli
Sd PM Allan Batista

Comissão de Revisão de Português
1º Ten PM Fauzi Salim Katibe
1° Sgt PM Nelson Nascimento Filho
2º Sgt PM Davi Cândido Borja e Silva
Cb PM Fábio Roberto Bueno
Cb PM Carlos Alberto Oliveira
Sd PM Vitanei Jesus dos Santos




Prefácio - MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIOS FLORESTAIS

PREFÁCIO

No início do século XXI, adentrando por um novo milênio, o Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo vem confirmar sua vocação de bem servir, por meio da busca incessante do conhecimento e das técnicas mais modernas e atualizadas empregadas nos serviços de bombeiros nos vários países do mundo.

As atividades de bombeiros sempre se notabilizaram por oferecer uma diversificada gama de variáveis, tanto no que diz respeito à natureza singular de cada uma das ocorrências que desafiam diariamente a habilidade e competência dos nossos profissionais, como relativamente aos avanços dos equipamentos e materiais especializados empregados nos atendimentos.

Nosso Corpo de Bombeiros, bem por isso, jamais descuidou de contemplar a preocupação com um dos elementos básicos e fundamentais para a existência dos serviços, qual seja: o homem preparado, instruído e treinado.

Objetivando consolidar os conhecimentos técnicos de bombeiros, reunindo, dessa forma, um espectro bastante amplo de informações que se encontravam esparsas, o Comando do Corpo de Bombeiros determinou ao Departamento de Operações, a tarefa de gerenciar o desenvolvimento e a elaboração dos novos Manuais Técnicos de Bombeiros.

Assim, todos os antigos manuais foram atualizados, novos temas foram pesquisados e desenvolvidos. Mais de 400 Oficiais e Praças do Corpo de Bombeiros, distribuídos e organizados em comissões, trabalharam na elaboração dos novos Manuais Técnicos de Bombeiros - MTB e deram sua contribuição dentro das respectivas especialidades, o que resultou em 48 títulos, todos ricos em informações e com excelente qualidade de sistematização das matérias abordadas.

Na verdade, os Manuais Técnicos de Bombeiros passaram a ser contemplados na continuação de outro exaustivo mister que foi a elaboração e compilação das Normas do Sistema Operacional de Bombeiros (NORSOB), num grande esforço no sentido de evitar a perpetuação da transmissão da cultura operacional apenas pela forma verbal, registrando e consolidando esse conhecimento em compêndios atualizados, de fácil acesso e consulta, de forma a permitir e facilitar a padronização e aperfeiçoamento dos procedimentos.

O Corpo de Bombeiros continua a escrever brilhantes linhas no livro de sua história. Desta feita fica consignado mais uma vez o espírito de profissionalismo e dedicação à causa pública, manifesto no valor dos que de forma abnegada desenvolveram e contribuíram para a concretização de mais essa realização de nossa Organização.

Os novos Manuais Técnicos de Bombeiros - MTB são ferramentas importantíssimas que vêm juntar-se ao acervo de cada um dos Policiais Militares que servem no Corpo de Bombeiros.

Estudados e aplicados aos treinamentos, poderão proporcionar inestimável ganho de qualidade nos serviços prestados à população, permitindo o emprego das melhores técnicas, com menor risco para vítimas e para os próprios Bombeiros,  alcançando a excelência em todas as atividades desenvolvidas e o cumprimento da nossa missão de proteção à vida, ao meio ambiente e ao patrimônio.

Parabéns ao Corpo de Bombeiros e a todos os seus integrantes pelos seus novos Manuais Técnicos e, porque não dizer, à população de São Paulo, que poderá continuar contando com seus Bombeiros cada vez mais especializados e preparados.

Coronel PM ANTONIO DOS SANTOS ANTONIO
Comandante do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo



Introdução - Conceitos de Incêndio Florestal - MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIOS FLORESTAIS


Introdução

Diante da problemática dos inúmeros incêndios florestais no Estado de São Paulo, registrados nos últimos anos, este manual tem por objetivo orientar as equipes de combate a incêndio na ação efetiva de combate, estabelecer e propor medidas preventivas para reduzir esse tipo de ocorrência, por meio das ações operacionais e educativas.


Conceitos de Incêndio Florestal:

Para os fins deste Manual, entende-se como Incêndio Florestal, toda destruição total ou parcial da vegetação, em áreas florestais, ocasionada pelo fogo, sem o controle do homem ou qualquer que seja sua origem.



Proteção Florestal - MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIOS FLORESTAIS


Proteção Florestal:

É o conjunto de medidas que visam à preservação das espécies vegetais.



A importância da Proteção Contra Incêndios Florestais - MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIOS FLORESTAIS


A importância da Proteção Contra Incêndios Florestais é bastante clara ao relacionarmos os prejuízos causados por esses incêndios, tais como:

1) rebaixamento de lençol freático;

2) redução da umidade do ar;

3) redução da média pluviométrica;

4) redução ou extinção de cursos d’água;

5) aumento da temperatura média;

6) aumento da erosão do solo;

7) alterações da fauna, com extinção de algumas espécies e emigração de outras;

8) diminuição da taxa de oxigênio na atmosfera;

9) destruição de micro organismos do solo tornando-o estéril e impróprio para qualquer cultivo;

10) destruição de reservas madeireiras;

11) eventuais perdas de moradias, instalações, plantações, etc;

12) aumento na poluição ambiental;

13) problemas na saúde pública;

14) acidentes diversos.



Causas dos incêndios florestais - MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIOS FLORESTAIS


Causas dos incêndios florestais, podemos classificar as causas dos incêndios florestais, sobre dois aspectos distintos:


1)   Quanto a natureza da causa, o incêndio florestal pode ser de:

a) natureza química - são os incêndios que têm origem em uma reação química qualquer;

b) natureza física - são os incêndios que têm origem por meio de um efeito físico qualquer;

c) natureza biológica - são os incêndios que têm origem em reações provocadas por bactérias, fermentações, etc.


2)   Quanto à natureza do agente, o incêndio florestal pode ser:

a) agente humano - são os incêndios cuja origem foi provocada pelo ser humano, de forma dolosa ou acidentalmente. Ex.: ponta de cigarro acesa;

b) agente natural - são os incêndios cuja origem foi provocada pelos elementos da natureza, sem interferência da vontade ou erro humano.



Tipos de vegetação - Campo / campo limpo - Campo sujo / campo cerrado - Cerrado - Cerradão - Floresta / natural / artificial - MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIOS FLORESTAIS


Tipos de vegetação:

Existem vários tipos de vegetação, bem como diferentes combinações entre si, conforme segue:

1) campo ou campo limpo - é a forma ou apenas um andar de cobertura vegetal, onde raramente ocorrem formas arbustivas ou arbóreas;

2) campo sujo ou campo cerrado - é a formação de Campos Limpos, entremeados de arbustos esparsos e raras formas arbóreas, onde a área de vegetação rasteira é sempre dominante;

3) cerrado - é constituído por dois níveis, o primeiro de vegetação rasteira e o segundo de arbustos e formas arbóreas que raramente ultrapassam 06 (seis) metros de altura;

4) cerradão - é constituído por três níveis, sendo os dois primeiros iguais aos dois do Cerrado e um terceiro formado de árvores que podem atingir de 18 a 20 metros de altura;

5) floresta - é constituída por árvores de grande porte em uma área relativamente extensa e, dependendo de sua origem, podemos ter:

a) floresta natural - que surgiu em determinada área, sem interferência do homem;

b) floresta artificial - que é aquela, plantada pelo homem, também conhecida como Reflorestamento, geralmente constituída por poucas espécies vegetais.



Definição dos tipos de vegetação de acordo com sua origem - Floresta natural - Mata atlântica - MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIOS FLORESTAIS


Definição dos tipos de vegetação de acordo com sua origem

Floresta natural

Mata atlântica: formação vegetal com grande riqueza de espécies, geralmente apresentando três extratos: superior, com espécies arbóreas de altura entre 15 e 40 metros; intermediário, com alta densidade de espécies, constituído por arbustos, arbóreos e árvores de pequeno porte, entre três e dez metros e um terceiro, composto por grande variedade de ervas rasteiras, cipós, trepadeiras, além de palmeiras e samambaias. A Mata Atlântica abriga grande variedade de espécies da fauna brasileira, como: onça, sagüi de tufo preto, paca, cotia, tucano de bico verde, caxinguelê, mono-Carvoeiro, entre outras. Essa vegetação atualmente recobre principalmente o litoral e Serra do Mar, estendendo-se para o interior do Estado, onde adquire características típicas de clima mais seco com perda de folhas, floração e frutificação em períodos bem determinados. Entre a formação vegetal da Mata Atlântica encontra-se o pau-jacaré, bromélia, palmeira, guapuruvu e a imbaúba.




Campo - MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIOS FLORESTAIS


Campo: unidade de vegetação caracterizada pela predominância da cobertura graminóide e herbácea. Pode ser classificada em dois subtipos: campos de altitude ou serranos encontrados na Serra da Mantiqueira com sua vegetação assentada sobre solos rochosos e campos propriamente ditos, também denominados campos limpos, caracterizados por grandes extensões planas com árvores ou arbustos esparsos, condicionados às características climáticas ou do solo.






Cerrado - MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIOS FLORESTAIS


Cerrado: formação vegetal constituída por dois extratos: superior, com arbustos e árvores que raramente ultrapassam seis metros de altura, recobertos de espessas cascas, com folhas coriáceas e apresentando caules tortuosos; e inferior, com vegetação rasteira (herbácea arbustiva). Os cerrados abrigam grande variedade de espécies da fauna brasileira, inclusive algumas ameaçadas de extinção, como: lobo-guará, tamanduá-bandeira, tatu-canastra, inhambu-carapé, entre outras.





Campo cerrado - MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIOS FLORESTAIS


Campo cerrado: vegetação campestre, com predomínio de gramíneas pequenas, árvores e arbustos bastante esparsos entre si. Pode tratar-se de fase de transição entre campo e demais tipos de vegetação ou às vezes resultante da degradação do cerrado. Esse tipo de formação se ressente com a estação seca e acaba sendo alvo de incêndios anuais, até mesmo, espontâneos.





Cerradão - MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIOS FLORESTAIS


Cerradão: formação vegetal constituída de três extratos: superior, com árvores esparsas, de altura entre 6 e 12 metros; intermediário, com árvores e arbustos de troncos e galhos retorcidos, e inferior, arbustiva. Formação florestal que ocorre no Centro-Oeste do Estado, onde o relevo é plano, com solos de baixa fertilidade e as estações climáticas bem definidas. São típicos do cerradão: lixeira, pequi, pau-terra, pau-santo, copaíba, angico, capotão, faveiro e aroeira.






Campo de várzea - MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIOS FLORESTAIS


Campo de várzea: são constituídas de vegetação de porte baixo, estruturas bastante variáveis, cuja característica é suportar inundações periódicas por estar situada nas baixadas que margeiam os rios. Essas inundações provocadas pelas estações chuvosas depositam grande quantidade de material orgânico nas margens dos rios, aumentando a fertilidade de seus solos, que aliados à topografia plana, tornam estas áreas muito procuradas pela agricultura intensiva. As várzeas menos alteradas podem possuir vegetação arbórea, neste caso, podendo ser chamada de Floresta de Várzea. A vegetação característica de campo de várzea é a taboa.




Mangue - MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIOS FLORESTAIS


Mangue: formação típica de litoral, sob ação direta das marés, em solos com limosidade de regiões estuarinas. Constituí-se de único estrato de porte arbóreo e diversidade muito restrita. Neste ambiente salobro desenvolvendo-se espécies adaptadas a essas condições, ora denominada por gramíneo o que lhe confere uma fisionomia herbácea; ora denominadas por espécies arbóreas. O mangue abriga grande variedade de espécies da fauna brasileira, como tapicuru, guará, crustáceos, sapos, insetos, garça, entre outros. O mangue devido ao acúmulo de material orgânico, característica importante desse ambiente, garante alimento e proteção para a reprodução de inúmeras espécies marinhas e terrestres.




Restinga - MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIOS FLORESTAIS


Restinga: vegetação que recebe influências marinhas, presentes ao longo do litoral brasileiro, que depende mais da natureza do solo, do que do clima. Ocorre em mosaico e encontra-se em praias, cordões arenosos, dunas e depressões, apresentando de acordo com o estágio de desenvolvimento, estratos herbáceos, arbustivos e arbóreos, este último mais interiorizado.




Floresta artificial - Reflorestamento - Canavial - Pastagem - MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIOS FLORESTAIS


Floresta artificial:

1) reflorestamento: são vegetações plantadas, normalmente de forma homogênea quanto às espécies, cultivada em maciços para suprimentos industriais, comerciais e para consumo local, tai como: lenha (energia), madeira e outros usos. Normalmente apresentam limites regulares e carreados definidos, sendo as espécies principais, eucaliptos e pinus;


2) canavial: plantação de cana-de-açúcar;

3) pastagem: terreno em que há gramínea, capim ou erva (pasto) para alimento de eqüino, bovino, caprino e/ou ovino.




Comportamento do fogo - Topografia - Clima - Combustível - Triângulo do incêndio florestal - Topografia - Clima - Combustível - MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIOS FLORESTAIS


Comportamento do fogo:

Conceitualmente corresponde ao conjunto de efeitos, principalmente de caráter físico-mecânico que se observa no ambiente. É a situação do fogo de um Incêndio Florestal ou queima controlada, ou seja, como se comporta o fogo no terreno que está sendo afetado, sua forma de propagação, velocidade de avanço nas diferentes frentes, o dinamismo da coluna convectiva e a quantidade de energia calórica que se transfere ao ambiente.

O comportamento do fogo depende das características da área respectiva, representada pelos fatores: topografia, condições atmosféricas e tipos de vegetação.


Há de se observar que para acontecer um incêndio florestal, três fatores devem ocorrer simultaneamente, o que pode ser  chamado de triângulo do incêndio florestal: 

- Topografia;
- Clima;
- Combustível.


Observando-se os seguintes aspectos:

• Topografia
o Declividade - altitude
o Forma do terreno
o Tipo de terreno

• Clima (condições atmosféricas)
o Temperatura; horários críticos: das 12 às 16 h - Umidade relativa do ar: crítica - abaixo de 20%
o Pressão atmosférica; quanto menor, mais facilita a expansão dos gases.
o Direção e velocidade do vento

• Combustível (vegetação)
o Leve e pesado
o Umidade interna da vegetação
o Fase de pré-aquecimento; o calor elimina o vapor d’água e continua aquecendo o combustível até a temperatura máxima imediatamente anterior ao ponto de ignição (260 a 400ºc)
o Fase da destilação ou combustão dos gases; 1250ºC
o Fase da incandescência ou do consumo do carvão

Se for feita uma correta avaliação desses fatores, é possível prognosticar o que pode suceder quando se desenvolve um incêndio.



Fatores da propagação do incêndio florestal - Condições atmosféricas e climáticas - Vento - Umidade relativa do ar - Temperatura - MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIOS FLORESTAIS


Fatores da propagação do incêndio florestal:


Condições atmosféricas

As condições climáticas e de tempo interferem diretamente na propagação do incêndio florestal, entre vários fatores citamos:

1) vento - quanto maior for a velocidade do vento, maior será a propagação do fogo, pois além do vento trazer uma quantidade maior de oxigênio, ele leva o calor ao combustível à frente, aquecendo-o e diminuindo a sua umidade, deixando-o propício a queima, mesmo a certa distância, originando novos pontos de fogo;

2) umidade relativa do ar – essas variações podem ser notadas na diferença entre a propagação diurna e a noturna, onde durante o dia, o ar seco retira umidade da vegetação, aumentando a velocidade do incêndio e à noite, o ar úmido cede umidade, tornando a propagação mais lenta;

3) temperatura - a temperatura do ar influi diretamente na temperatura do combustível, e, portanto, quanto mais alta for, mais fácil será a propagação do fogo. Esse fator influi também no movimento de correntes de ar que facilitam a oxigenação do fogo. A temperatura elevada causa também maior cansaço nos integrantes das guarnições de combate ao fogo.



Topografia - MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIOS FLORESTAIS


Topografia:

Tendo em vista o fato de que o ar quente tende a subir, quando se tem um incêndio em um aclive, o ar quente vai aquecendo os combustíveis que estão num plano mais alto, fazendo com que seja aumentada sobremaneira à velocidade de propagação do fogo. 

É também importante saber que normalmente o vento sopra no aclive durante o dia, e no declive durante a noite. Influem ainda na propagação, as condições de topografia, no fato de que declives muito acentuados podem fazer com que combustíveis inflamados possam rolar e propagar o fogo.




Probabilidade de incêndio - Fórmula de Angstron - MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIOS FLORESTAIS


Probabilidade de incêndio:

Todos os fatores que foram vistos influem na análise da probabilidade de Incêndio, entretanto, dois deles são de vital importância para se determinar qual a probabilidade do surgimento ou não do incêndio florestal, em um dado momento, são eles: 

- umidade;
- temperatura. 


Muitas fórmulas já foram elaboradas para se determinar a maior ou menor probabilidade de Incêndio em todos os cantos do mundo, dentre as fórmulas existentes, uma que pode ser usada é a Fórmula de Angstron, dada pela seguinte expressão:

B = 5 x H – 0,1 (T - 27ºC)


Onde:

H = fator relativo à umidade relativa do ar (expressa como proporção).


Exemplos: 

1) H = 40% = 40 = 4

2) H = 100% = 100 = 10

T = é a temperatura no local em análise (por volta das 13 horas).


Quanto maior for o valor de B, menor é a probabilidade de incêndio, quando esse valor aproxima-se de 2,5 cresce o risco de incêndio, quando B for igual a 2,5 tem-se probabilidade de Incêndio, e quanto menor for o valor de B, maior será essa probabilidade.

Essas condições que determinam o grau de probabilidade de Incêndio são de fundamental importância na propagação do fogo, pois quanto maior a probabilidade de incêndio, também mais propícias às condições para a propagação do fogo.



Classificação dos Incêndios Florestais quanto à proporção - Pequeno - Médio - Grande - MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIOS FLORESTAIS


Classificação dos Incêndios Florestais:

A classificação dos Incêndios Florestais pode ser feita sob vários aspectos e, portanto, ter-se-á uma infinidade de classes dependendo de qual desses aspectos seriam observados. Este manual cuidará desse ponto sob dois ângulos:


Classificação quanto à proporção:

1) incêndio pequeno - é um princípio de incêndio onde um único homem tem condições de extingui-lo;

2) incêndio médio – é aquele onde necessitamos de uma guarnição de combate a incêndio florestal para extingui-lo;

3) incêndio grande – é aquele onde uma só guarnição não tem condições de extingui-lo, necessitando para isso, de apoio de efetivo e de veículos, tratores, máquinas, podendo inclusive utilizar aviões adaptados para esse fim.



15 novembro 2018

Incêndio de solo ou incêndio subterrâneo e turfa - Incêndio superficial ou incêndio rasteiro - Incêndio de copa e aéreo - Incêndio total - Classificação quanto ao tipo e propagação - MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIOS FLORESTAIS


Classificação quanto ao tipo e propagação


É a classificação baseada no desenvolvimento do fogo e pode ser de quatro tipos:

1) incêndio de solo ou incêndio subterrâneo e turfa - é aquele que ocorre junto ao solo, queimando restos vegetais, turfas, folhas secas, galhos e gramíneas, que formam o "piso" do terreno;



2) incêndio superficial ou incêndio rasteiro - é aquele que o fogo queima vegetação baixa, como capim, arbustos e pequenas árvores;


3) incêndio de copa / aéreo - é aquele que atinge e se propaga nas copas das árvores, tornando-se os mais difíceis de serem combatidos;



4) incêndio total - é aquele que ocorre concomitantemente entre as três classificações anteriores (incêndio solo e subterrâneo, incêndio superficial/rasteiro e incêndio de copa e aéreo);


Os quatro tipos de incêndio podem ocorrer isoladamente, mas também podem vir combinados entre si.