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26 fevereiro 2017

Desmaio - Síncope - Reflexo Vagal - AVC (Acidente Vascular Cerebral) - Como ocorre o desmaio - Importância do Nervo Vago (é responsável pelo controle de algumas das funções destes órgãos, como a produção de suor, a frequência cardíaca, a pressão arterial, movimentos dos intestinos e da musculatura do pescoço e da boca - Muitas causas de desmaios têm origem na ativação inadequada do nervo vago, o que leva à queda da pressão arterial e desaceleração dos batimentos cardíacos) - Principais causas de Desmaios (síncope) - Até 1/3 dos casos de síncope ficam sem diagnóstico definitivo

DESMAIO, SÍNCOPE E REFLEXO VAGAL

O desmaio é um sintoma relativamente comum. Pode indicar problemas cardíacos, problemas neurológicos, uma queda súbita da pressão arterial, hipoglicemia (falta de açúcar no sangue) ou apenas uma manifestação de excesso de ansiedade ou histeria, também conhecida como transtorno conversivo.

O desmaio é cientificamente chamado de síncope e pode ser descrito como uma abrupta perda da consciência, associada à perda do tônus postural (perda da capacidade de permanecer em pé), seguida de uma rápida e completa recuperação. Ou seja, a pessoa perde a consciência e cai, acordando logo a seguir sem sequelas. A síncope não é uma doença, é um sintoma de alguma doença.  A causa mais comum é a chamada reação vagal ou síncope vasovagal, relacionada à ativação inapropriada do nervo vago (explicaremos ao longo do texto).

Se você tem quadros de tonturas, sensação de que vai cair por perda da força, mas em momento algum perde a consciência, isso é chamado de pré-síncope.

Quando a síncope é um evento isolado na vida da pessoa, em geral, as causas são benignas. Porém, se o paciente apresenta quadros repetidos de síncope ao longo de vários dias ou semanas, o mais provável é que haja alguma doença por trás, habitualmente de origem neurológica ou cardíaca.


SITUAÇÕES QUE PODEM SER CONFUNDIDAS COM SÍNCOPE (DESMAIO)

Antes de falarmos especificamente sobre as causas de desmaios, é importante saber diferenciar as síncopes de eventos graves, como AVC (ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL), paradas cardíacas ou morte súbitas.

No AVC, também conhecido como derrame cerebral, o doente pode até apresentar uma queda por perda de força dos membros inferiores, mas, em geral,  ele não desmaia, ou seja, não perde a consciência. Nos casos de AVC que ocorrem perda da consciência, a recuperação não é rápida e quase nunca completa. Se o paciente desmaia e posteriormente acorda apresentando sequelas, tais como paralisia dos membros, boca torta, desorientação ou incapacidade de falar, isso é um AVC e não uma síncope.

Na parada cardíaca, também chamada de morte súbita, o paciente perde a consciência, cai e permanece no chão sem respirar e sem pulso (sem batimentos cardíacos perceptíveis). Se não forem imediatamente iniciadas as manobras de ressuscitação, o paciente evolui para o óbito. Uma parada cardio-respiratória, obviamente, não é um desmaio.

É muito importante também diferenciar as síncopes verdadeiras das histerias ou simulações, que recebem vários nomes na prática médica: distúrbio neurovegetativo, transtorno conversivo ou disfunção autonômica somatóforme. Não são síncopes reais e o paciente muitas vezes realiza estas simulações de modo inconsciente. Ele realmente acredita que desmaiou.

Outra situação que pode ser confundida com síncope é uma crise epilética. Às vezes, a distinção é difícil em um primeiro momento, principalmente se a crise não tiver sido testemunhada por ninguém. Em geral, o paciente com crise epilética não se recupera tão rapidamente após retomar a consciência. Muitas vezes, o indivíduo apresenta crises convulsivas não testemunhadas e só é encontrado caído no chão, já acordado, mas meio desorientado, com poucas forças. A presença de mordidas na língua, o fato do doente ter  as roupas sujas de urina ou fezes, e múltiplas lesões no corpo sugerem que ele tenha tido uma crise convulsiva e não um simples desmaio.

A principal característica da síncope é o fato do paciente desmaiar e acordar logo em seguida de forma espontânea. Entretanto, se durante a queda o paciente bater a cabeça com força no chão ou em alguma quina ou objeto duro, ele pode não acordar imediatamente por conta do traumatismo craniano. Neste caso, o paciente apresenta síncope seguida de concussão cerebral.


COMO OCORRE O DESMAIO – IMPORTÂNCIA DO NERVO VAGO

Antes de descrever com mais detalhes cada uma das principais causas, é preciso explicar um pouco da fisiologia do corpo humano para uma melhor compreensão da origem da síncope, principalmente daquela que chamamos de síncope vasovagal.

O sistema nervoso autônomo é a parte do sistema nervoso que controla funções básicas e vitais, tais como a respiração, pressão arterial, controle de temperatura e digestão, apenas para ficarmos com alguns exemplos.

O sistema nervoso autônomo é dividido em duas partes: Sistema nervoso simpático e Sistema nervoso parassimpático. Esses dois sistemas se antagonizam e o equilíbrio de suas funções é que mantém o organismo funcionando adequadamente. Por exemplo, o sistema nervoso simpático aumenta a pressão, acelera os batimentos cardíacos e nos deixa mais alerta, enquanto que o sistema nervoso parassimpático reduz a pressão arterial e desacelera o coração.

O nervo vago carrega fibras do sistema nervoso parassimpático. Este nervo, que nasce dentro cérebro e envia ramos para várias partes do corpo, inerva diversos órgãos, como o coração, estômago, laringe, pulmão, esôfago, intestinos, pele, etc. É através dele que o cérebro recebe as informação do estado das nossas vísceras. O nervo vago também é responsável pelo controle de algumas das funções destes órgãos, como a produção de suor, a frequência cardíaca, a pressão arterial, movimentos dos intestinos e da musculatura do pescoço e da boca.

Muitas causas de desmaios têm origem na ativação inadequada do nervo vago, o que leva à queda da pressão arterial e desaceleração dos batimentos cardíacos.


PRINCIPAIS CAUSAS DE DESMAIOS (SÍNCOPE)

Existem várias causas para o desmaio. Em muitos casos, a origem é apenas um excesso de emoção, calor intenso, nervosismo, etc. Porém, algumas doenças também podem se manifestar através de desmaios frequentes.

A síncope ou desmaio é um evento que causa muita apreensão no paciente e nas pessoas que testemunham o fato. Muitas vezes, o desmaio é também um desafio diagnóstico para o médico. Em muitos casos, mesmo após extensa investigação, não conseguimos identificar a origem do problema. Até 1/3 dos casos de síncope ficam sem diagnóstico definitivo.

Boa parte das síncopes ocorrem por causas benignas, porém, todo episódio deve ser investigado pensando que os desmaios podem ser uma manifestação de uma patologia grave e potencialmente fatal.




Fonte: DR. PEDRO PINHEIRO

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