18 julho 2015

Agentes extintores - Água - Espuma - Pó Químico Seco - Gás Carbônico - CO2 - Equipamentos portáteis de combate a incêndio - Classe de Incêndio - Rótulos – classe de incêndio, etiqueta ABNT e indicativa de garantia - Prevenção e Combate a Sinistros causados por Incêndio


Agentes extintores

A escolha de um ou outro agente extintor a ser utilizado em determinada situação de combate ao fogo decorre de uma análise criteriosa de fatores importantes. Os agentes extintores, utilizados nos extintores portáteis de incêndio, são substâncias capazes de eliminar um princípio de incêndio, atuando sobre o fogo, resfriando-o, abafando-o ou ambos simultaneamente.

As substâncias mais comuns são: água, espuma, pó químico e dióxido de carbono. Esses agentes extintores são expelidos do extintor de incêndio por um agente propelente que, normalmente, pode ser: ar comprimido, dióxido de carbono (CO2) ou nitrogênio (N2). 


O agente extintor deve:

a) Atingir o fogo, sem que o operador precise se aproximar demasiadamente das labaredas.

b) Penetrar na base do fogo, sendo mais eficaz.

c) Fazer uma nuvem protetora para resguardar a pessoa que está manuseando o extintor.


Água

A água é o agente extintor mais indicado para o fogo classe A, ou seja, todo e qualquer fogo em que o material combustível queime em superfície, profundidade e deixe resíduos. Em determinadas situações poderá ser utilizada, também, em fogo classe B.


Vejamos ambas as situações:

A água, em jato pleno ou na forma de chuva, atua sobre o material em combustão pela ação do resfriamento – indicada para uma situação em que se deseja combater fogo em materiais sólidos, ou seja, classe A.

Quando a água for utilizada na forma de neblina, além de resfriar, ela age por abafamento. Dessa forma, pode, também, ser utilizada em fogo classe B, desde que o combustível esteja restrito a um recipiente e não tenha como extravasar do mesmo. A água e o combustível líquido não se misturam. Se o combustível em chamas estiver derramado no chão, a água irá lavar o chão e levar este combustível, ainda em chamas, para outros lugares, criando situações que poderão ser mais perigosas.

É expressamente proibido utilizar água ou espuma em fogo classe C, ou seja, em equipamentos elétricos energizados, pois, da forma em que a água se encontra dentro do extintor de incêndio, ela é condutora de eletricidade. A água também não deve ser empregada em produtos que, pelo contato entre eles, produzam uma reação química capaz de gerar gases inflamáveis e calor, por exemplo: carburetos, sódio metálico, pó de alumínio, pó de magnésio, entre outros.


Espuma

A espuma é um agente extintor que pode ser utilizado tanto em fogo da classe A, como em fogo da classe B, devido as suas propriedades de abafamento e resfriamento. A espuma é formada pela reação química entre dois produtos que, quando se misturam, geram uma espuma química (o sulfato de alumínio e o bicarbonato de sódio).

O extintor de incêndio é dividido em duas câmaras. Na câmara externa, vai uma solução aquosa de sulfato de alumínio. Na outra câmara, há um tubo plástico com furos na extremidade superior colocado dentro da primeira câmara e, dentro deste, há uma solução aquosa de bicarbonato de sódio mais o alcaçuz (elemento responsável por dar maior estabilidade à espuma).

Como já mencionamos anteriormente, é proibido usar a espuma em fogo classe C, ou seja, em equipamentos elétricos energizados, pois tem grande quantidade de água na sua composição e, portanto, ela é condutora de eletricidade. A espuma também não é indicada para combater fogo em combustíveis gasosos, tais como: GLP, metano, butano propano, entre outros.

O extintor portátil de espuma está em desuso, mas sistemas automáticos de espuma são muito utilizados e indicados quando o risco incêndio envolve grandes quantidades de líquidos inflamáveis, armazenados em tanques e reservatórios, riscos que exigem grande quantidade de agente extintor. Os sistemas automáticos de espuma tem grande aplicação em refinarias e indústrias químicas, navios petroleiros e outros.


Pó químico seco

O pó químico seco é utilizado com grande eficiência para combater fogo da classe B e da classe C, pois age por abafamento, ou seja, ele forma uma cortina de pó químico sobre a superfície, expulsando o oxigênio da proximidade com o fogo. O pó químico seco pode ser: bicarbonato de sódio, bicarbonato de potássio ou cloreto de sódio, sendo que o mais utilizado é o bicarbonato de sódio. O pó químico, para ser utilizado em extintores de incêndio, deve ter a característica de ser não higroscópico, ou seja, não pode absorver água, pois, se assim acontecer, ele empedra dentro do extintor de incêndio, perdendo toda a sua característica de pó e o agente propelente não conseguirá, quando acionada a válvula, expeli-lo para fora do extintor de incêndio.


Cuidados com o pó químico
O pó químico seco é muito bom para extinguir fogo da classe C, mas, quando utilizado em locais onde existem equipamentos eletrônicos energizados, poderá ocasionar danos e, até mesmo, inutilizar os equipamentos que não foram atingidos pelo fogo. Quando utilizado em empresas alimentícias, ele poderá contaminar a produção de alimentos.

Quando aplicado em locais fechados, poderá ser causa de asfixia nas pessoas.


Hoje em dia, o pó químico seco está sendo substituído por outro tipo de pó: o pó químico tipo ABC (tri-classe). O pó químico tipo ABC (como o próprio nome diz) é um pó químico que, além da característica de abafamento, apresenta a característica de penetração, podendo ser utilizado nas três classes de incêndio (A, B e C) com bastante eficiência.

O pó químico tri-classe, conhecido como pó químico ABC, é o fosfato de monoamônio (NH4H2PO4). A desvantagem do pó químico ABC, em relação ao pó químico seco, é que ele é mais corrosivo.

Nos incêndios classe D (materiais pirofóricos), devemos utilizar pó químico especial recomendado para o tipo de material em que deverá ser combatido o fogo.


Gás carbônico (CO2)

O gás carbônico é um gás inerte, ou seja, ele não alimenta as chamas como acontece com o oxigênio. Ele age sobre o fogo expulsando o oxigênio da proximidade das chamas, atuando, nesse caso, por abafamento, mas também ele opera sobre a superfície do material em combustão, resfriando-o. Assim, esse agente extintor age por abafamento e resfriamento simultaneamente. É indicado para o combate de fogo da classe B e da classe C.

O CO2 tem duas grandes vantagens sobre o pó químico: ele não atua como elemento corrosivo nos equipamentos eletrônicos e nem contamina produtos alimentícios.


Equipamentos portáteis de combate a incêndio

Os equipamentos portáteis de combate a incêndio são conhecidos como extintores portáteis de incêndio. São utilizados quando é necessário realizar uma rápida e imediata intervenção de combate a um princípio de incêndio. Os extintores portáteis de incêndio são recipientes metálicos dentro dos quais está o agente extintor e o agente propelente (Figura 2.4).

Figura 2.4: Tipos de extintores de incêndio - Fonte: CTISM


Os equipamentos portáteis de combate a incêndio, desde a sua fabricação, carga, recarga, manutenção e descarte, deverão seguir as diretrizes da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Assim sendo, conforme determinações da ABNT, todo extintor de incêndio deve ter, em seu bojo, rótulos com as seguintes informações:

a) Classe de incêndio a que se destina (Figura 2.5);

Figura 2.5: Especificação do tipo de classe de fogo em extintores portáteis de incêndio - Fonte: CTISM

b) Recomendações de manutenção;

c) Procedimentos de como utilizar o equipamento;

d) Selo ABNT com os seguintes dados:
• A data da recarga;
• A data do vencimento do teste hidrostático;
• Número de identificação.

Figura 2.6: Rótulos – classe de incêndio, etiqueta ABNT e indicativa de garantia - Fonte: CTISM


Como dito anteriormente, os extintores portáteis de incêndio são projetados para serem utilizados de forma rápida e imediata no combate ao princípio de incêndio, mas, para que os equipamentos portáteis de combate ao princípio de incêndio sejam realmente eficazes, alguns fatores deverão ser observados. Dentre esses fatores podemos enumerar que:

a) Seja feita uma distribuição e uma localização (segundo norma técnica vigente) destes equipamentos pela empresa;

b) A distribuição dos extintores portáteis deverá ser realizada segundo as classes de incêndio e, portanto, levando-se em consideração os agentes extintores mais adequados aos riscos de incêndio de cada setor;

c) O acesso a esses equipamentos deverá ser feito de forma rápida;

d) Serão colocados em locais onde exista a menor probabilidade do fogo bloquear o seu acesso;

e) A manutenção destes equipamentos deverá ser criteriosa, seguindo as normas técnicas vigentes;

f) Os trabalhadores deverão conhecer, profundamente, as técnicas de com bate ao princípio de incêndio e, também, estar bem treinados na utilização dos equipamentos.



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