04 junho 2015

INTRODUÇÃO - ESPUMA DE COMBATE A INCÊNDIO - DEFINIÇÃO - CARACTERÍSTICAS - LIMITAÇÕES PARA USO DA ESPUMA - ESPUMA MECÂNICA - EXPANSÃO DAS ESPUMAS - BAIXA EXPANSÃO - MÉDIA EXPANSÃO - ALTA EXPANSÃO - MANUAL DE EMPREGO DE ESPUMA MECÂNICA NO COMBATE A INCÊNDIOS


INTRODUÇÃO

O presente manual técnico é destinado às guarnições que utilizam o extrato formador de espuma (EFE) no atendimento de ocorrências e tem como objetivo dar o conhecimento mínimo para as guarnições identificarem um incêndio Classe “A” ou “B” e combatê-lo, utilizando espuma mecânica.

Serão mostrados alguns tipos de extratos formadores de espuma e os vários tipos de equipamentos proporcionadores.
Normalmente a espuma é utilizada em incêndio Classe “B”, porém, em um capítulo específico, serão abordadas as vantagens do uso da espuma em incêndio Classe “A”.



ESPUMA DE COMBATE A INCÊNDIO


Definição

É um aglomerado de bolhas de ar formado por solução aquosa. Trata-se do resultado do batimento de água, ar e extrato formador. Flutua sobre os líquidos devido a sua baixa densidade.


Características

Para ser eficiente, a espuma, para incêndio, deve ter determinadas características físicas:

• Fluidez: a espuma deve cobrir toda a superfície em chamas com rapidez;

• Resistência calor: o volume de espuma aplicado tem que ser capaz de resistir aos efeitos destrutivos do calor irradiado pelo fogo remanescente do vapor de líquidos inflamáveis ou de qualquer tipo de material metálico;

• Resistência ao combustível: a espuma deve resistir às ações dos combustíveis, não se desfazendo ou perdendo sua capacidade extintora;

• Contenção de vapores: a cobertura produzida deve ser capaz de conter os vapores inflamáveis, provocando uma selagem do combustível, minimizando os riscos de um novo incêndio;

• Densidade baixa, a espuma deve flutuar sobre o combustível formando uma cobertura;

• Dupla ação de combate a incêndio: A extinção do incêndio por meio da espuma é feita por isolamento do combustível do ar (abafamento) e resfriamento.

Atuação de abafamento e resfriamento da espuma

A espuma flutua sobre os líquidos produzindo uma cobertura que impede o contato com o ar (oxigênio), extinguindo o incêndio por abafamento.

Utilizando-se somente água, a extinção em hidrocarbonetos é muito demorada, pois possuem peso específico tão baixo, que flutuam sobre a água. A extinção em solventes polares (álcool, acetona, metanol, etc), que são miscíveis à água, exige atenção quanto ao aumento do volume, pois pode ocasionar o alastramento do fogo.

Por isto, em incêndios de líquidos inflamáveis o uso de espuma mecânica é indispensável. O baixo peso específico da espuma fará com que ela flutue sobre o combustível, isolando-o do ar.

Esquema da espuma formada

Os líquidos liberam vapores inflamáveis. A espuma deve ser suficientemente compacta e densa para impedir a passagem desses vapores e evitar reignição. 

O resfriamento ocorre por intermédio da água que drena da espuma e, portanto auxilia na extinção do fogo.


Limitações para uso da espuma

• Recomenda-se não usar espuma em materiais que sejam armazenados como líquidos, mas que em condições ambientes são gasosos, tais como o GLP (gás liqüefeito de petróleo), o butano, o propano, o butadieno, etc.;

• Também não são apropriadas para incêndios em líquidos criogênicos (de temperatura muito baixa) e outros produtos incompatíveis com a água, exemplo:

- o carbureto;

- o magnésio;

- o potássio;

- o lítio;

- o cálcio;

- o zircônio;

- o sódio;

- o zinco;


• A espuma é boa condutora de eletricidade, portanto, não deve ser usada em equipamentos elétricos energizados;

• Determinados agentes umectantes e alguns tipos de pós químicos são incompatíveis com as espumas e se utilizados simultaneamente, podem desfazer a cobertura de espuma imediatamente. Portanto, quando se usar simultaneamente dois agentes extintores, deve-se estar seguro que ambos sejam inteiramente compatíveis;

• O seu emprego pode ser conciliado com a água ou com alguns tipos de pó químico seco, desde que estes sejam aplicados na extinção antes da espuma, que por sua vez complementaria a ação de combate;

• As espumas em geral e a de alta expansão, em particular, não devem ser usadas para combate de incêndios em materiais oxidantes que liberam suficiente oxigênio para sustentar a combustão como, por exemplo, o nitrato de celulose;

• Uso da espuma na extinção de incêndios em óleos comestíveis e de fritura bem como em outros processos de produtos alimentares, deve ser analisado com critério, pois a espuma contaminará todos esses produtos inutilizando-os e causando grandes prejuízos, o que poderá ser minimizado com a escolha de outros agentes.


Espuma mecânica

Espuma mecânica é um aglomerado de bolhas formado pela mistura de água, extrato formador e ar.

O extrato é adicionado à água através de um aparelho proporcionador, formando a solução (água e extrato). Ao passar pelo esguicho a solução sofre batimento e o ar é, dessa forma, a ela acrescentado, formando a espuma. As características de cada extrato, de acordo com o fabricante, definirão sua proporção na solução (de 1% a 6%).


Expansão das espumas

Expansão é a taxa que compreende a razão do volume de solução utilizado para a formação da espuma e o volume de espuma formada. A solução (ou prémistura) pode gerar espuma de baixa, média ou alta expansão. Quanto maior a taxa de expansão, mais leve será a espuma, menor será sua capacidade de resfriamento, e menor será sua resistência.


Baixa expansão

Quando um 1 litro de solução produz até 20 litros de espuma. Espuma pesada e resistente, para incêndios intensos e para locais não confinados.

Detalhes da Espuma de Baixa Expansão


Média expansão

Quando 1 litro de solução produz de 20 a 200 litros de espuma. Espuma mais leve que a da baixa expansão e mais resistente que a de alta expansão. Pode ser usada para abafar a vaporização de produtos químicos perigosos.


Alta expansão

Quando 1 litro de solução produz de 200 a 1.000 litros de espuma.
Sua textura é suave e uniforme e proporciona um ótimo preenchimento, permitindo que ela supere os obstáculos com facilidade.

É ideal para incêndios em ambientes confinados. É um tipo de espuma sintética, utilizada para o emprego em espaços fechados como porões, minas, navios e hangares. Nestes locais, deve haver ventilação para que a espuma se distribua de forma adequada. Sem ventilação, a espuma não avança no ambiente.

O uso da espuma de alta expansão em espaços abertos pode ser eficiente, mas sofre muita influência e pode ser obstruída pela ação do vento no local.


Detalhes da Espuma de Alta Expansão



6 comentários:

  1. Prezado Oswaldo,
    Achei seu blog sobre o uso da espuma em combate a incêndios muito interessante.
    Solicito autorização para colocar uma figura (a primeira) em uma página sobre meu curso em Inovação Sistemática com referência a seu blog.
    Se desejar posso lhe enviar a página em PDF.
    Obrigado pela atenção

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  2. Boa tarde Sylvio...
    Todo conteúdo desse Blogguer é para ser usado na disseminação do saber e desde já e sempre Você está autorizado. Me envio o PDF. bombeiroswaldo@gmail.com
    Abração e obrigado pela visita...

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  3. Boa tarde, achei o Blogger super bom. Parabéns. Bombeiro no aeroporto de Maputo Mozambique

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  4. Excelentes informações, meus comandantes!
    PARABÉNS PELA BRILHANTE INICIATIVA.

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