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03 fevereiro 2015

Serpentes (cascavel) - PREVENÇÃO DE DOENÇAS E ACIDENTES NOS TRABALHOS DE CAMPO


Serpentes

É bom lembrar que o fato de estarmos calçados com botas de cano longo não previne totalmente um acidente ofídico. Serpentes podem estar sobre troncos de árvores ou sobre ramagens, a diversas alturas do chão. Os acidentes ofídicos ocorrem em todas as regiões e estados brasileiros.

Quatro gêneros de serpentes têm importância médica: Bothrops (jararacas), Crotalus (cascavel), Lachesis (surucucu) e Micrurus (corais), compreendendo cerca de 60 espécies. Há uma série de características distintivas entre as serpentes peçonhentas e as não peçonhentas, porém estas características nem sempre serão aplicáveis no campo ou a todos os gêneros. Portanto, diante de qualquer picada de serpente a conduta mais prudente será matá-la e levá-la junto com o acidentado ao pronto socorro mais próximo. As serpentes não venenosas dificilmente causam mordeduras.


Cascavel - Yuri F. Messas



   
Uma característica evidente de grande número de serpentes peçonhentas é a presença de presas inoculadoras de veneno localizadas na região anterior do maxilar superior. Entretanto nas corais estas presas são fixas e pequenas, podendo passar despercebidas. Nunca confie, a não ser que se trate de um especialista, se alguém disser que determinada coral não é venenosa. Considere todas potencialmente perigosas. A presença da fosseta loreal, um orifício entre o olho e a narina da serpente, também é uma característica própria de serpentes peçonhentas, mas que também falta nas corais. A presença do chocalho na ponta da cauda identifica imediatamente a cascavel, única que tem esta característica.

Os acidentes ofídicos são de forma geral mais comuns no período de setembro a março. No Brasil como um todo, 75% dos acidentes são causados por jararacas, 7% pela cascavel, 1,5% pela surucucu e 0,5% por corais. 3% dos acidentes, neste caso simplesmente mordidas, são causadas por serpentes não peçonhentas.

70% dos acidentes ofídicos atingem o pé ou perna e 13% a mão e antebraço. Isto mostra que o uso de botas e evitar colocar a mão em local onde pode haver serpentes, já previne um grande número de acidentes. O único tratamento realmente efetivo nos casos de acidentes ofídicos é o uso de sôro anti-ofídico. Quando se conhece a serpente causadora do acidente é utilizado o sôro específico para o gênero em questão, já que o veneno das diversas espécies de cada gênero é o mesmo. Por isto é importante levar a serpente morta ao local de atendimento.

Diante de qualquer acidente ofídico em que a possibilidade de ser serpente peçonhenta não possa ser afastada com certeza, o acidentado deve ser levado o mais rápido possível a um serviço de saúde que preste o atendimento a este tipo de agravo. Não se deve aguardar surgimento de sintomas para fazer isto. O acidentado deve fazer o mínimo de esforço possível (a aceleração da circulação facilita a disseminação do veneno). Com o mesmo objetivo deve-se manter o membro afetado abaixo do nível do coração.

Procurar manter-se calmo. Retirar anéis, roupas restritivas, calçados, etc., antes do aparecimento de edema. Beberagens diversas e aplicação de materiais diversos sobre o local da picada, de conhecimento popular, não têm comprovação científica de serem úteis. Cortar o local da picada para forçar a saída do veneno pode piorar a situação. Nos acidentes por jararacas (os mais comuns) há manifestações no local da picada e estes cortes agravam as lesões.

Torniquetes também não são recomendados de modo geral. Nos acidentes botrópicos, os torniquetes pode acelerar as lesões locais, exatamente por não permitir a circulação do veneno. A retirada súbita do torniquete libera uma quantidade grande de veneno podendo causar hipotensão. Apesar de não haver estudos com elapídeos no Brasil, é aceitável usar uma faixa constritora nos acidentes por coral, quando o tempo de remoção for excessivamente longo. Também chupar o local da picada não traz benefício, podendo favorecer a absorção do veneno.

O ideal é toda vez que for a campo, informar-se previamente sobre o local mais próximo que presta atendimento anti-ofídico. A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, por meio do Centro de Vigilância Epidemiológica, divulga periodicamente uma lista dos chamados Pontos Estratégicos que são as instituições de saúde de todo o estado que estão aptas a fazerem este atendimento. No Estado de São Paulo a referência técnica para o atendimento de casos de acidentes por animais peçonhentes é o Hospital Vital Brazil, localizado no Instituto Butantan.


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