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03 fevereiro 2015

Lepidópteros - Mariposas - Lagartas - Soro antilonômico - PREVENÇÃO DE DOENÇAS E ACIDENTES NOS TRABALHOS DE CAMPO


Lepidópteros



O lepidopterismo é o acidente causado pelo contato com larvas (erucismo), casulos ou adultos (mariposa) de lepidópteros. Em nosso meio ocorrem três forma de lepidopterismo: a) dermatite vésico-urticante por contato com larvas urticantes (taturana) ou certas tóxicas da mariposa Hylesia sp; b) periartrite falangeana por pararama e c) síndrome hemorrágica por Lonomia. As taturanas (termo indígena que significa "semelhante ao fogo") ou lagartas-de-fogo, são larvas de lepidópteros, que dispõem em suas cerdas de peçonha que ao contato com a pele causam dor intensa, com prurido e eritema locais e "íngua".

A lesão evolui com vesículas, edema e eventualmente bolhas, quadro que pode persistir por até 10 dias. Necrose local é rara. O tratamento consiste apenas em tratamento local com anestésico, corticóides tópicos, analgésicos. Uma compressa de água fria pode aliviar os sintomas.

As fêmeas adultas do gênero Hylesia têm na porção distal do abdomen cerdas microscópicas que se desprendem e, atingindo a pele, causam um eritema pruriginoso que evolui para reação micropapular que pode chegar à formação de vesículas e exulcerações. Obviamente as lesões só ocorrem nas áreas descobertas do corpo e duram de uma a duas semanas. O tratamento pode ser feito com anti-histamínicos via oral ou parenteral (para o prurido), compressa fria local, e pomadas de corticosteróides. Atraídas pela luz e em revoadas, invadem os domicílios facilitando o contato.

Nos seringais cultivados no Pará, a larva da mariposa pararama, Premolis semirufa, dotadas de cerdas injuriantes, atinge os trabalhadores destes seringais, causando lesões crônicas que comprometem as articulações falangeanas, agravo conhecido como doença dos seringais ou reumatismo dos seringueiros ou ainda pararamose. O contato causa queimação, como nas demais espécies de lagarta. Exposições mais prolongadas podem levar à artrite crônica deformante.

A Lonomia é uma mariposa da família Saturniidae cuja lagarta é venenosa. Habita principalmente as matas, gostando de lugares úmidos e sombrios. Alojam-se nas árvores. A fêmea da mariposa é de cor cinza escuro e o macho amarelo alaranjado, ambas com uma lista transversal sobre as asas.

 Casal de Lonomia copulando. Roberto Moraes - Instituto Butantan


Lagartas


 Lonomia obliqua - Yuri F. Messas

As lagartas atingem até 7 cm, são gregárias, ficando agrupadas durante o dia nos troncos de árvores. Têm cor marrom esverdeada e espinhos ramificados em forma de árvore de natal, de cor verde. Um carater distintivo é uma mancha branca em forma de "U" no dorso. Gostam de sombra e umidade, sendo por isto seu hábitat natural a mata. Podem invadir quintais de casas.

O envenenamento se dá pelo contato com a lagarta. O veneno age destruindo o fibrinogênio, tendo assim grande poder hemorrágico. O quadro clínico varia de acordo com a quantidade de veneno inoculada. Vai desde quadros leves com ardor intenso e edema locais, passando por hemorragias pequenas nas mucosas ou em cicatrizes, sem alterações hemodinâmicas até os casos graves, com hemorragias digestivas, renais, pulmonares e do sistema nervoso central. Pode haver acometimento dos rins levando a insuficiência renal. Os sintomas se manifestam de 1 a 12 horas após o contato.

Este agravo começou a ser melhor conhecido no Brasil apenas em 1983, quando ocorreram casos no Amapá e no Pará. Mais recentemente ganhou notoriedade com o registro de casos nos estados do RS, SC, PR e SP, com maior concentração nos dois primeiros. Nesta região a espécie implicada é a Lonomia obliqua, que parasita árvores silvestres como o araticum, cedro, figueira-do-mato, ipê, aroeira, tapiá (Alchornea) e também espécies exóticas como o pessegueiro, abacateiro, ameixeira, nespeira, pereira e outras frutíferas de pomar.


O Instituto Butantan produz o soro antilonômico, específico para estes acidentes. Os acidentados devem fazer repouso absoluto para evitar traumas que possam levar a sangramentos e serem levados com urgência para receberem atenção médica especializada. 

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