05 fevereiro 2015

Febre Maculosa - Carrapato estrela - Rodoleiro - Ambliomma Cajennense - PREVENÇÃO DE DOENÇAS E ACIDENTES NOS TRABALHOS DE CAMPO


A febre maculosa é causada por uma bactérias do gênero Rickettsia, ocorrendo em diversos continentes. Nas Américas o agente é a Rickettsia rickettsii, que é transmitida ao homem por carrapatos, principalmente pelo carrapato estrela, também chamado de carrapato do cavalo ou rodoleiro, Ambliomma cajennense.



No Brasil o principal reservatório bactéria é o carrapato-estrela. Para que haja infecção do homem, há necessidade de que o carrapato fique aderido durante um certo tempo (4 ou 6 horas). O carrapato fica infectado durante toda sua vida e ocorre transmissão transovariana para sua prole.

A presença de animais de grande porte (cavalos, capivaras, etc) teria como consequência permitir uma maior proliferação de carrapatos, sua participação como reservatórios é ainda discutível. O período de incubação da doença é de 2 a 14 dias (em média 7 dias).

A doença tem incidência maior na primavera e verão. O início é súbito com febre moderada a alta que dura de 2 a 3 semanas, acompanhada de cefaléia, calafrios, congestão das conjuntivas, dores musculares. No terceiro ou quarto dia pode aparecer um exantema maculo-papular (manchas na pele) róseo, inicialmente nas extremidades, em torno do punho e tornozelo e daí se estendendo para o resto do corpo, inclusive palmas das mãos e plantas dos pés. Hemorragias podem ser frequentes, inclusive petéquias (pequenas hemorragias puntiformes na pele).

A doença pode também cursar assintomática ou com sintomas muito discretos. Outros podem ser graves, ocorrendo sufusões hemorrágicas seguidas de necrose destas áreas. Há ainda torpor, agitação, sinais meníngeos, coma. Casos graves não tratados podem ter letalidade em torno de 20%. A confirmação de faz com o exame sorológico e cultura e o tratamento com antibióticos e cuidados de enfermagem.


A prevenção se faz:

- conhecendo as áreas endêmicas;

- evitar andar pelas áreas infestadas;

- evitar deitar-se ou assentar-se no chão;

- pegar os carrapatos com as unhas, pois com o esmagamento pode-se liberar a bactéria que pode assim penetrar por micro lesões da pele;

- retirar os carrapatos através de leve torção para liberar as peças bucais.



Os pecuaristas podem promover rotação de pastagens e a aplicação de carrapaticidas nos animais domésticos. No Brasil as regiões endêmicas estão nos estados de SP, RJ, MG, ES e BA. Em SP, foram notificados casos nos municípios de Mogi das Cruzes, Diadema, Santo André, Pedreira, Jaguariúna, Campinas, Piracicaba. 

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