14 novembro 2012

Mosquetões de segurança, normais, polivalente, ligeiro - Definição - Uso correto - Conservação - Inserção, como inserir a corda (cabo) - Maneira errada de usar o mosquetão - Obstáculos, pontos de alavanca que reduzem a resistência do mosquetão - Perigo de escape da corda - Recomendações gerais de utilização - Modelo de mosquetões - Especificação e marcação - Formas de emprego - Manutenção (Verificar, substituir, relembrar, limpar, evitar, lubrificar, aviso, duração) - Fitas expressas


Mosquetões

Os mosquetões têm a importante missão de conectar a corda com o resto dos elementos fundamentais da cadeira de segurança.

Dependendo dos lugares que ocupam dentro de uma cadeia, os esforços podem ser bastante diferentes.

Existem basicamente três tipos de mosquetões: os de segurança, os normais e os ligeiros.


Mosquetões de segurança:

São utilizados necessariamente em manobras de grande responsabilidade, como rapel (descenso), reuniões de ancoragem, segurança do escalador, etc. Esses mosquetões não só devem ser dotados de travas, como, também, estarem dimensionados para suportar esforços superiores aos normais (2.500 a 3.000 daN). Os mais recomendados são aqueles testados previamente pelo fabricante e os que possuem a etiqueta “individually tested”. (figura 513)



Mosquetões normais ou polivalentes:

Englobam os mosquetões convencionais, com peso aproximado de 50 gramas e resistência média de 2.500 daN.

Esses mosquetões, com características multidirecionais, são empregados funcionalmente em todas as atividades de resgate.

São encontrados em duas formas básicas: simétricos e assimétricos.




Mosquetões ligeiros:

Pesam cerca de 30g, são mosquetões adequados para equipar fitas expressas, sua resistência não pode ser inferior a 2.200 daN (resistência mínima exigida pela UIAA para que seja homologado esse modelo de mosquetão). Essa resistência poderá ser diminuída quando utilizado inadequadamente. Sua utilização é idônea em vias equipadas.

Esses mosquetões são encontrados em vários modelos diferentes, os principais são os com gatilho curvo e com gatilho reto.

Uma outra característica desses equipamentos é a de não possuir trava.




Definições, uso correto e conservação

Marcas existentes:

H – HMS: conector (mosquetão) para segurança dinâmica com o nó “mezzo barcaiolo” (UIAA). (figura 518)

X – OVAL: conector (mosquetão) basicamente para cargas menores, não projetados para dar total proteção a quedas.

K – KLETTERSTEIG: conectores (mosquetões) para trabalhos em “via ferrata”.

L – UIAA: conector (mosquetão) standard “light”.

N – UIAA: conectores (mosquetões) standard “normal”.


Como empregar um mosquetão corretamente













Recomendações gerais de utilização

Aqui expomos informações necessárias para a correta utilização dos conectores (mosquetões) nas atividades de alpinismo, espeleologia e escalada. Uma utilização incorreta ou um movimento inadequado podem provocar graves acidentes. O emprego desses conectores deve ser restrito a pessoas experientes ou com uma adequada preparação das técnicas e medidas de segurança.

Os casos de má utilização são numerosos e poucos são os que observam essas especificações.

Só devem ser empregados nas formas indicadas como “corretas”.

Todas as demais formas de utilização devem ser consideradas “proibidas”. Verificar que a totalidade dos conectores é composta de produtos aptos para a utilização nas atividades de alpinismo, espeleologia e escaladas, que são compatíveis entre eles e em conformidade com as leis, normas e diretrizes relacionadas. O usuário é responsável pelos riscos a que se expõe. Tanto os fabricantes como os distribuidores não se responsabilizam pela utilização incorreta desses equipamentos.


Modelos dos mosquetões

1 – Tipo “B” com gatilho reto. Mosquetões de uso geral, de tamanhos e formas diversas, destinados a diferentes modalidades para alpinismo, espeleologia e escaladas.

Os modelos com travas de rosca completam a maior parte da utilização.



2 – Tipo “B” com gatilho curvo. Especial para escaladas livres. A forma de gatilho facilita a clipagem na corda. É classificado como mosquetão ligeiro.



3 – Tipo “H” com cierre (trava) de rosca.
Esse tipo de mosquetão é indispensável dentro das operações de segurança, pontos de ancoragem, operações de resgate, operações descendentes com o nó UIAA (mezzo barcaiolo) e para remontar sobre cordas estáticas (fixas).

É classificado como mosquetão de segurança.


  
4 – Tipo “H” com cierre (trava) automática.
Não é necessária ação nenhuma para o bloqueio do gatilho. Esse tipo de mosquetão garantirá uma segurança máxima. Credenciado para auto-segurança em operações de resgate, representa a alternativa ideal para as travas de “roscas clássicas”.

É classificado como mosquetão de segurança.

A utilização correta é mostrada nas ilustrações 1, 4, e 5. As figuras 2 e 3 ilustram o uso incorreto, que devem ser evitados.



5 – Tipo “K” especial para via ferrata.
Este tipo de mosquetão está direcionado para obter uma trava automática e, ao mesmo tempo, uma ótima abertura de modo que facilite o mosquetão a se encaixar em peças metálicas. Em alguns casos, sempre devem ser usadas cintas bloqueadoras de cordas (cabos).

É classificado como mosquetão normal ou polivalente.



6 – Tipo “D” mosquetões direcionais.
Esses mosquetões sempre oferecem uma combinação com cintas express (fitas). Existe uma fixação especial que evita uma perigosa tensão lateral do mosquetão.

É classificado como mosquetão ligeiro.

  

7 – Tipo “X” oval. Mosquetão para cordas (cabos) fixas, em principal, espeleologia. Atenção: não utilizar esse mosquetão para escaladas. Apesar de seu formato, é classificado como mosquetão ligeiro.



Especificação dos mosquetões

Marcação:

A marcação indica: CE, ano de fabricação, n.º do instituto de homologação, nome do fabricante e vendedor, n.º de série de produção, resistência e tipo de mosquetão (ilustração 8). Os dados normalmente são gravados nos mosquetões de diferentes formas, dependerá do tamanho e formato. Os valores da resistência indicados são os mínimos garantidos pelos fabricantes.

Observe, nas figuras, os procedimentos técnicos corretos de emprego e as precauções necessárias.

Figuras X: emprego correto e incorreto de usar os mosquetões.


Formas de emprego

A corda deve ser introduzida corretamente nos mosquetões, de outra forma, poderá desencaixar-se em caso de quedas, conforme demonstrado na ilustração 6.

O risco aumenta com a utilização de mosquetões com gatilhos curvos (ilustração 7). Assegurar que o gatilho não encontre obstáculos e que não seja pressionado contra rochas ou paredes (ilustração 9). A abertura acidental do gatilho (choque contra parede, obstáculos, rápido deslizante na corda, vibrações, etc.) reduz em grande parte a sua resistência.

Observação: o emprego incorreto reduz a resistência e a vida útil dos mosquetões.


Manutenção dos mosquetões

Verificar: sempre antes de utilizá-los que eles funcionem corretamente.

Substituir: sempre que o mosquetão sofrer uma queda muito forte, ou quando os danos sofridos não forem visíveis. A resistência inicial do mosquetão poderá ter sido reduzida seriamente.

Relembrar: que os mosquetões que apresentarem significativos desgastes e corrosões deverão ser substituídos, principalmente, se suas travas de abertura estiverem impedidas de abrir ou fechar.

Limpar: os mosquetões com água e secá-los com um pano abrasivo e lubrificá-los com uma gota de azeite. (a maior recomendação para limpeza e lubrificação é a utilização do pó de grafite).

Evitar: contato com toda substância abrasiva e forte calor.
Cuidado com a utilização de cordas, cujo atrito é centralizado em um determinado ponto. Cordas sujas são prejudiciais.

Lubrificar: as peças móveis dos mosquetões, quando necessário, com o produto específico à base de silicone. Se o mosquetão entrar em contato com água salgada, lavá-lo e lubrificá-lo com azeite.

Aviso: a segurança que a fita (cinta) expressa deverá apresentar está na sua conexão correta, utilizando, unicamente, fitas de resistência jamais inferior a 22KN e de, no máximo, 21 mm de gancho (ilustração 11).

Duração: um mosquetão poderá durar vários anos, se utilizado esporadicamente, porém, não sé é possível determinar sua validade ou tempo específico.

Para sua segurança, um mosquetão usado com regularidade deverá ser trocado a cada 3 anos pelo menos.


Mosquetões e fitas expressas

1 - Para facilitar a segurança e o deslizamento da corda nas ancoragens intermediárias, usam-se mosquetões unidos por fitas longas formando as “fitas expressas”. Os mosquetões destinados à passagem da corda podem ter gatilho curvo, o que facilita a passagem da corda, porém nunca os coloque em ancoragens principais.


2 - A corda sempre deverá passar de dentro para fora (junto da parede para fora dela).

No caso de passar a corda de fora para dentro, existem dois perigos:

- o movimento da corda, em um transcurso curto ou longo, pode fazer a fita girar e ocorrer a saída do mosquetão ou este da chapa;

- um desvio da corda, em uma queda, poderá golpear o gatilho e provocar a saída dela.


Veja as figuras abaixo:






3 – Nas travessias em diagonal, o gatilho do mosquetão deverá ficar do lado oposto à direção a seguir pelo escalador, se não for assim, existe igual risco de a corda se chocar contra o gatilho do mosquetão.



4 – A máxima resistência de um mosquetão se obtém quando sua trava (gatilho) está completamente cerrada. Na detenção de uma queda, o gatilho poderá se abrir total ou parcialmente, justamente no  momento máximo da carga por diversos fatores:

- choque violento do mosquetão contra uma rocha;

- que a própria rocha empurre a trava;

- que a corda, ao deslizar-se rapidamente, provoque vibrações e o abra.



São situações difíceis de prever, porém a utilização de fitas longas adequadas e com mosquetões de grande resistência nos oferecem uma melhor segurança. Diante de dúvidas, utilizar mosquetões com travas de segurança e duplicar os mosquetões que passa a corda ou trabalhar com fitas paralelas, principalmente nas seguranças críticas.






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