07 novembro 2012

CAPÍTULO 17 - Procedimentos básicos nas operações com helicópteros -Versatilidade, atuação e operações básicas da aeronave - Embarque - Desembarque - Rapel - Mac´ guire com o emprego da maca laranja - Operações na água (procedimentos e orientações)



Procedimentos básicos nas operações com helicópteros

Nas operações com o emprego de aeronaves, muitas pessoas têm se ferido e outras lesionadas fatalmente, em atividades com helicópteros. Esses acidentes talvez não ocorreriam se elas tivessem sido devidamente instruídas em todos os procedimentos de abordagem e evasão da aeronave. Um socorrista jamais será ameaçado por um rotor de cauda se estiver bem orientado. Muitos foram os casos de pessoas que perderam a vida pelo simples fato de não terem recebido instruções necessárias.

A maneira mais simples de evitar acidentes desse tipo é ter os rotores parados enquanto os passageiros embarcam ou desembarcam.

Como isso nem sempre é possível, é comum os helicópteros receberem ou deixarem passageiros com os rotores girando em regime quase que de vôo.


Versatilidade da aeronave
A aeronave atende com a mesma eficiência toda a gama de atividades da Corporação. Seja ela administrativa ou operacional. É a garantia de um efetivo apoio, independente da missão a ser realizada.

O uso da aeronave nas atividades de apoio, resgate e das necessidades do momento é de competência do comandante de socorro, chefe de guarnição, supervisor-de-dia, oficial-de-operações.

A autorização para utilização da aeronave, nessas atividades, é do Chefe do EMG ou Chefe do SRTAer.


No entanto, há alguns fatores que contribuem para o uso da aeronave:

- distância do local de socorro;

- distância de hospitais;

- gravidade da ocorrência;

- número de vítimas;

- horário da ocorrência;

- outras necessidades urgentes.


Qual será a utilidade da aeronave? O chefe de guarnição, o comandante de socorro ou Supervisor-de-Dia deverá conhecer a potencialidade da aeronave e cada tipo de ocorrência, para saber como a aeronave poderá apoiá-los ou fazê-los participar do socorro.

É importante que a Corporação saiba valorizar o recurso aéreo e o seu racional emprego, a fim de evitar gastos desnecessários. Porém, super valorizar esse recurso poderá torná-lo ineficiente à medida que cada acionamento realizado for colocado o quanto foi gasto. Nunca se deve medir esforços, quando o acionamento for para transportar uma vítima em estado múltiplo de fraturas ocasionadas por um acidente rodoviário.


Atuação da aeronave
Tem uma autonomia de vôo de 3 h 20 min., no qual cobrirá uma distância de 620 quilômetros a uma velocidade média de 186 km/h. A sua eficácia está nas atribuições de operações que poderão ser realizadas tanto no período diurno como no período noturno.


Operações básicas
Nas operações com aeronaves, existe uma conduta correta e ser seguida e as recomendações básicas de segurança, como:


Aproximação:

- Nunca a faça por trás. Utilize a proa (ângulo de visão do piloto) e só se aproxime quando autorizado.

- Se a única maneira é se aproximar pela cauda aguarde a presença do tripulante operacional.

- Nada de cobertura (a não ser a presa por tirantes). Nunca se estique para apanhar uma cobertura ou qualquer outro objeto que tenha sido levado pelo deslocamento de ar.

- Proteja os olhos com as mãos, se por acaso for atingido por algum corpo estranho ou até mesmo por poeira; pare e abaixe-se ou, ainda, sente-se, até que alguém venha em seu auxilio.

- Prossiga sempre olhando para o objetivo (para o lançador).

- Caminhe ou corra sempre agachado, tente diminuir a sua altura devido ao rotor principal.

- Quando o embarque tiver de ser feito em cima de uma edificação, cuidado com o deslocamento de ar causado pelo rotor principal.

- Tome cuidado quando existir inclinação no terreno, a aproximação deverá ser feita sempre pelo lado mais baixo.

- Quando tiver de fazer embarque de civis, alerte-os antes e conduza-os durante a operação.

- Quando com a maca, os cuidados deverão ser redobrados.

- Médicos e enfermeiros geralmente não têm o conhecimento específico em operações com helicóptero.

- Presença de crianças é sinal de perigo constante. O rotor de cauda é um imã para elas.

- Se for embarcar com equipamentos, não os jogue de qualquer jeito, todo cuidado é pouco, uma manobra errada é acidente certo.

- Aproxime-se transportando os equipamentos abaixo da linha da cintura, um simples abafador poderá custar vidas.


embarque:

- Para um evento de emergência, os passageiros devem ser orientados com relação às precauções e condutas a tomar.

- Mantenha seu cinto de segurança sempre afivelado e ajustado, saiba também como liberar o cinto de segurança.

- Estando fora o cinto de segurança, não toque em nada. Se apoiar em uma porta, no cinto de segurança de um piloto ou esbarrar em um comando qualquer poderá ocasionar a queda da aeronave.

- Se estiver no vôo pairado (que é diferente de parado), embarque de maneira suave e precisa. Acompanhe a proa se a aeronave girar.

- Ainda no vôo pairado, não tente pegar a mão do tripulante como se fosse cumprimentá-lo. Apenas ofereça a mão para que o tripulante pegue de maneira correta e segura.

- Uma vez dentro, procure ocupar o menor espaço possível e faça apenas o que for instruído.


desembarque:

- Aguarde autorização.

- Afaste-se sempre utilizando o ângulo de 45º. Não tire a atenção da aeronave.

- Com a aeronave no pairado, saia de frente e no esqui, depois de autorizado, apenas dê um passo sem impulsos desnecessários.


atividades de rapel:

- Não existe treinamento em um helicóptero, tudo é real.

- Os materiais empregados, terão de ser individual.

- Saiba realmente colocar a peça oito no cabo; nas atividades com aeronave, sempre mantenha a mola destravada, isso é de responsabilidade sua.

- A saída para o esqui, nas atividades de rapel é feita de costas.

- Dependendo da aeronave empregada, deverá ser feita a negativa completa.

- Nunca discuta com o tripulante, lembre-se que ele está em comunicação direta com o piloto.

- Quanto maior for a velocidade de descida, maior será o tranco que você dará na aeronave na hora de frear. O ideal é manter uma velocidade lenta e constante, pois você deverá ter consciência de que não haverá uma segurança na extremidade do cabo.

- Nas atividades de rapel, no período noturno, a perda de noção com relação à profundidade será muito maior.

- Nunca esqueça o seu objetivo. É muito comum o deslocamento da aeronave no pairado em cima de uma edificação.

- Quando tocar o solo, se livre da peça oito e do cabo o mais rápido possível, deixe bem claro para o observador que o cabo está livre.



- Antes de tudo, ajuste sua cadeirinha de forma confortável, pois você não sabe o tempo que vai permanecer pendulando.

- Certifique-se de que as molas estão realmente travadas e que o cabo não está torcido.

- Saiba realmente como compensar um possível giro ou pêndulo.

- Use a sinalização para Mac’guire.


Mac’ guire com o emprego da maca laranja: (figura 378)

- Prenda com segurança a vítima na maca.

- Todas as molas devem estar travadas e o cabo destorcido.

- Use sinalização (maca presa, maca livre ou outra carga, etc).

- Tenha cuidado com a folga do cabo de Mac’guire.

- O lado da maca em que fica a cabeça da vítima deverá ficar do mesmo lado da proa.

- Combine antes com a guarnição e escolha uma pessoa que irá ficar responsável em clipar todas as molas (muitas mãos só atrapalham).

- À medida que o helicóptero for subindo, direcione a maca para baixo da aeronave, isso evitará um pêndulo.

- Na hora em que for receber a maca, cuidado com o pêndulo causado pela redução de velocidade do helicóptero;




Operações na água:

- A aeronave jamais ficará acima da vítima ou do salva-vidas, isso porque o deslocamento de ar prejudicaria a salvamento aquático.

- Se preocupe em colocar o cinto na vítima e avisar que ela já está clipada.

- O fato de a aeronave não se encontrar totalmente acima da vítima e do socorrista, fará com que ambos sejam arrastados na água por, aproximadamente, 5 metros.


Procedimentos básicos



- Aproxime-se ou afaste-se meio abaixado.

- Carregue ferramentas ou outros objetos na horizontal, abaixo da cintura.



- Nunca use coberturas sem tirantes em operações com helicóptero.



- Ao desembarcar no vôo pairado faça-o de maneira suave e precisa.



- Em terreno inclinado, movimente-se pela parte mais baixa (descida).



- Após acoplar a carga externa, direcione-a para o centro da aeronave, para evitar o pêndulo.




- Mantenha a ZPH (Zona de Pouso de Helicóptero) livre de objetos soltos (sacos, cascas de árvores, etc).



- Aproxime-se ou afaste-se sempre autorizado e no campo de  visão do piloto.



- Quando orientando a aeronave para o pouso, fique de costas para o vento local.




- Fique atento com as pessoas ou animais que possam se aproximar do rotor de cauda.



- Já no esqui, o socorrista aguarda o sinal do tripulante (saída de costas).



- Depois do sinal de OK, o socorrista começa a negativa, com segurança.



- Com 50% da negativa já executada (as pernas devem estar totalmente esticadas).



- Dependendo da aeronave, evite soltar o esqui antes de completar a negativa (se o fizer, a aeronave irá pendular).



- Solte as pernas, vise ao objetivo e desça de maneira segura e rápida, não se esqueça da chegada ao solo e evite trancos.



- Ao chegar ao solo, abaixe-se para folgar o cabo e deixa-lo livre o mais rápido possível (sinalize quando estiver pronto).






2 comentários:

  1. Em que lado do helicóptero o bombeiro deve fazer o embarque é desembarque de passageiros?

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  2. Boa tarde Joaquim...
    O embarque deve ser feito por ambas portas, mas o correto e utilizar a porta que estiver mais próximo da entrada para o acesso ao heliponto ou heliporto, mas não se preocupe, pois o Piloto sempre posiciona a aeronave de forma a facilitar o embarque.
    Abração e obrigado pela visita...

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