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05 novembro 2012

CAPÍTULO 12 - Tática de salvamento - Definição de tática - Observações básicas no socorro - Procedimentos gerais (unidade operacional, saída e deslocamento do trem de socorro) - na chegada ao local realizar observações - Quanto ao salvamento deve-se - Antes de regressar ( observações )


Tática de salvamento

O estudo para o emprego adequado de pessoal e material constitui o plano de combate e/ou atuação dentro de um determinado tempo, sendo este o mais rápido possível.

Tática vem de um termo grego (tártik) que significa a arte de guerrear.

Técnica é a arte de dispor e empregar homens e materiais, com uma única finalidade: obter êxito em um combate.

Sendo a realização de um salvamento uma arte semelhante a uma batalha militar, na qual também se enfrenta um inimigo (o incêndio e os riscos), torna-se necessário empregar um planejamento tático para combatê-los com sucesso.

Analogicamente, surge a tática como sendo a arte de dispor o material e orientar o pessoal no combate ao incêndio e na realização do salvamento, em condições e localizações suficientemente capazes de proporcionar uma missão bem sucedida.

Há muitos que ainda confundem tática com técnica. Mas sabemos que técnica é o conjunto de processos de uma arte.


Definição de tática: é todo planejamento realizado dentro de uma operação com o intuito de desenvolver técnicas adequadas ao evento. Devemos também considerar a seguinte definição: é a disposição dos materiais, equipamentos e pessoal dentro da operação que será desenvolvida.

Dentre os vários conceitos sobre tática, subentende-se que já temos a técnica e os materiais certos para cada tipo de socorro que podemos executar. Portanto, o que se poderá garantir é uma vasta experiência no campo de atuação que se restringe às improvisações que, inconscientemente, aprendemos com as técnicas adquiridas e com os poucos recursos materiais que manuseamos no dia-a-dia de trabalho. É, sem dúvida, importante salientar que o conhecimento técnico é a razão pela qual o bombeiro tem de improvisar uma ação de socorro com segurança, como também podemos chamar de meios de fortuna os materiais empregados em funções para as quais não foram destinados a atuar; ou, empregá-los em situações adversas.


A escolha da técnica de salvamento a ser realizada dependerá:

- das características do local do evento;

- da existência de profissionais qualificados;

- do estado, localização e número de vítimas;

- do tipo e quantidade de material existente e disponível;

- da existência de edificações próximas ao evento, quando se tratar de incêndio;

- das condições do evento (em proporção) e local (fácil ou de difícil acesso);

- das condições climáticas (vento, chuva, fumaça, chama, neblina, etc.);

- da existência de pontos de amarrações, para auxiliar na segurança e outras atividades;

- das características da área para onde serão levadas as vítimas (quando na ocorrência de grandes sinistros e/ou calamidades);

- do número de bombeiros disponíveis para realizar as atividades.


Todas as atividades deverão ser executadas de forma experimental, principalmente quando a atividade estiver relacionada a trabalhos em altura. Ex.: tirolesa, deverá ser tesada até que se tenha a exata medida de carga e necessidade de segurança.


Observações básicas no socorro
Em atendimentos a ocorrências, as seguintes observações básicas devem orientar a atuação da guarnição, são elas:

1) bens não serão importantes quando as vítimas estiverem em risco o salvamento dessas vidas é a prioridade.

2) em caso de incêndio, não use elevador (desligue-o), desça ou suba pelas escadas e se tiver que subir em razão de possíveis vítimas confinadas, transporte materiais para uma eventual evacuação rápida.

3) não se esqueça que a tendência das chamas e gases aquecidos é subir.

4) o autocontrole é sinal de conhecimento profissional e as vítimas acatarão suas ordens e passarão a confiar mais no seu trabalho, tudo em razão das suas atitudes e autoconfiança.

5) em ambientes confinados, evite caminhar normalmente, procure uma forma melhor e mais cômoda e, se possível, agache-se.

6) evite ficar próximo às janelas, principalmente quando estiver desprotegido.

7) na realização das buscas, sempre procure os cantos, banheiros, escadas, armários e outros, onde normalmente as pessoas, em pânico, procuram refúgio.

8) nos casos de arrombamento, certifique-se de que o está fazendo com segurança, não irá causar maiores danos e que é a única e a melhor solução no momento.

9) nos acidentes de um modo geral (rodoviários, ferroviários, metroviários, aeroviários, aquáticos, etc.), o isolamento, sinalização sempre irão fazer parte dos procedimentos de segurança do local.

10) mantenha a calma pois é a melhor forma de perceber a hora certa de agir com convicção.

11) saiba como proceder no salvamento: do mais grave para o menos grave, do mais jovem para o mais idoso.

12) sempre tenha em mente que a vida está acima de tudo.

13) tenha conhecimento do que está sendo realizado.

14) conheça todos os materiais empregados na operação.

15) conheça todos os mecanismos técnicos desses materiais.

16) conheça e saiba desenvolver técnicas de salvamento.

17) saiba que improvisar é um procedimento de quem já tem algum conhecimento técnico; tenha certeza de que será arriscado improvisar sem o devido conhecimento.

18) tenha controle emocional.

19) não deixe que as emoções externas (de populares) interfiram nas ações de trabalho.

20) a prevenção tem de ser baseada em um bom isolamento e sinalização. É a melhor forma de se evitar acidentes ou de se agravar a situação já existente.


Procedimentos gerais

Na unidade operacional:

a) sempre oriente a prontidão quanto aos seguintes procedimentos:

- conferir os materiais existentes nas viaturas operacionais e seu estado de uso;

- procurar identificar as possíveis falhas de conhecimento por parte das guarnições e tentar saná-las da melhor maneira possível;

- se não conseguir sanar as dúvidas, procurar alguém que tenha capacidade de orientar;

- orientar quanto ao deslocamento do trem de socorro;

- salientar quanto ao emprego adequado dos materiais e equipamentos e a sua importância;

- orientar quanto ao uso dos equipamentos de proteção individual;

- fazer com a prontidão o reconhecimento, a utilização e a manutenção dos materiais e equipamentos; colocar em debate qualquer dúvida e procurar um entendimento comum entre os elementos integrantes;

- procurar atribuir funções aos elementos da guarnição, dando-lhes responsabilidades;

- orientar quanto ao posicionamento dos materiais nas viaturas de socorro;

- orientar, se possível por escrito, os procedimentos do rádio-operador, para se obter o maior número de informações (confirmação de endereço, tipo de ocorrência, pontos de referência, tipo de edificação, quando se tratar de incêndio, vias de acesso). No caso de acidentes de tráfego (condições de tráfego, localidade aproximada, se pista dupla ou mão única, número de veículos envolvidos, número e condições das vítimas e hospitais mais próximos);


b) orientar os condutores e operadores das viaturas do trem de socorro quanto:

- à utilização dos sinais sonoros e luminosos das viaturas, respeitando: horário, hospitais, creches, escolas, etc.;

- à velocidade máxima permitida, seguindo as normas de trânsito;

- às condições operacionais das viaturas;

- à localização dos materiais existentes na viatura;

- ao controle da saída e entrada dos materiais que estiverem sendo usados no evento (da viatura sob sua responsabilidade);

- à forma de comunicação entre o comandante do socorro ou chefe de guarnição com a unidade operacional ou centro de operações.


Saída do trem de socorro para o evento:

O comandante do socorro ou chefe de guarnição deverá tomar conhecimento do evento na sala de comunicações, cabendo a ele definir o socorro básico para a saída do evento, bem como, acionar somente as viaturas necessárias.

Ele deve atentar para o tipo de ocorrência e utilizar pessoal qualificado, como, por exemplo, acidente no meio líquido, acionar o  pessoal da área de mergulho.


Durante o deslocamento para o socorro:

- procure confirmar o endereço;

- colha maiores informações sobre o evento;

- procure as vias de acesso menos congestionadas e mais curtas;

- atente para os horários e pontos de maior engarrafamento no decorrer do percurso;

- desligue os sinais sonoros, quando se encontrar nas proximidades do evento;

- oriente as guarnições, via rádio, sobre qualquer mudança ou alteração nos planos de ação.


Na chegada ao local, deverá ser observado:

- o reconhecimento juntamente com os chefes de guarnições;

- o levantamento de possíveis riscos;

- o isolamento da área independente do evento encontrado;

- a coleta do maior número de informações com terceiros para a melhor solução do evento;

- a localização e a realização de operações necessárias ao resgate;

- a verificação sobre as necessidades de reforço;

- a existência de gases ou pó em suspensão, atentando para os riscos de explosão;

- a possibilidade de uso de preventivos em casos de incêndio ou para a própria prevenção do local;

- a necessidade de corte de energia nos casos de incêndios, colisões veiculares, confinamentos;

- se há pessoas confinadas ou presas entre as ferragens, quando se tratar de acidentes automobilísticos ou desabamentos de estruturas;

- se há riscos de desabamentos, desmoronamentos ou deslizamentos (barrancos, ribanceiras, escoramentos, edificações e outros);

- a necessidade de evacuação da área, total ou parcial;

- a direção do vento, em qualquer situação;

- se há necessidade de dividir a área de reconhecimento com os demais chefes de guarnições, para uma solução mais rápida;

- a necessidade de policiamento no local;

- que, só após o total reconhecimento e levantamento da situação, o plano tático de ação pode ser montado.


Durante o estabelecimento deverá ser observado(a):

- a orientação das guarnições quanto ao plano de ação;

- o local adequado para o posicionamento das viaturas, conforme plano tático;

- as funções já determinadas e outras a serem cumpridas no local;

- se há espaço suficiente para qualquer manobra de emergência, de uma viatura pronta para o atendimento e transporte de vítimas;

- a possibilidade de desabamento ou deslizamento (também de viaturas);

- se o local (terreno) suporta o peso das viaturas;

- se os materiais disponíveis no local são condizentes com a situação encontrada.


Quanto ao salvamento deve-se:

- priorizar o salvamento, principalmente quando se tratar da existência de vítima;

- vasculhar toda à área a procura de possíveis vítimas, em caso de incêndio;

- verificar os materiais e suas condições, principalmente quando se tratar de proteção, seja individual, coletiva ou de bens;

- saber orientar e controlar o pânico no local;

- observar a necessidade do emprego de aeronave no local e outros materiais inclusive de viaturas;

- verificar a necessidade de ventilação para a retirada de gases aquecidos e outros nos casos de incêndio;

- observar a necessidade de ventilação no caso de desabamentos, desmoronamentos e deslizamentos, seguidos de soterramento;

- averiguar a necessidade de ventilação nos casos de fossos, galerias, etc.;

- evitar maiores danos pelo uso indevido dos materiais no resgate;

- verificar a necessidade de mudança no plano de ação ou de remoção ou proteção dos planos existentes;

- verificar se há necessidade de escoramentos, afastamentos, arrombamentos, os quais deverão ser feitos com cautela para não causar maiores danos;

- observar se há corpos carbonizados entre os escombros ou ferragens, tomar sempre cuidado com extração veicular;

- atentar para todos os procedimentos de segurança e técnicas empregadas, a fim de evitar o máximo de falhas durante a operação;

- realizar sempre uma inspeção final, para não restar dúvida quanto ao serviço executado pelas guarnições.


Antes de regressar à unidade:

- colete o maior número de dados possíveis para a elaboração do relatório final;

- confira pessoal e materiais;

- passe os bens e local à proteção policial que se encontrar presente;

- verifique as necessidades de perícia para o local.


Durante o regresso deverá ser observado:

- os sinais luminosos ligados e sonoros desligados;

- o obedecimento rigoroso às regras e sinais de trânsito;

- o fluxo normal de trânsito;

- a manutenção da fração sempre em comboio até o interior da unidade.


Na unidade operacional será:

- comentado os erros e acertos;

- verificadas as condições dos materiais empregados e promoção de reparos, manutenção e reposição dos que necessitarem;

- deixadas as viaturas, materiais, equipamentos e pessoal em condições para atender uma nova ocorrência;

- confeccionado relatório de ocorrência.



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