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11 novembro 2012

Auto-resgate e resgate em uma parede - Consequência de uma queda - Cronograma da atuação em um acidente de escalada - Operações Verticais - Técnicas e descrição de ascensão com cordeletes - Emprego e descrição da peça oito ( 8 ) / Gri Gri / Stop - Transposição de um nó com uso de blocantes em ascensão - Desenvolvimento e procedimentos a serem tomados ( vista frontal e lateral )


Auto-resgate e resgate em uma parede

Chamamos de auto-resgate qualquer operação em que o acidentado pode livrar-se da situação sozinho, o que chamamos de forma autônoma. Resgate é a operação realizada por uma equipe que tem por objetivo socorrer o acidentado, isso normalmente ocorre com meios limitados.

As técnicas mais comuns são as aplicadas no resgate, mas se a situação for considerada complexa e comprometedora, e se for evidentemente necessária a retirada de um acidentado em uma parede ao serem aplicadas por um leigo, existe o risco do agravamento da situação.

Não é fácil considerar todos esses fatores, porém é indispensável ter essa visão para realizar uma atividade ordenada e segura.


Acidente ocorrido em conseqüência de uma queda

O acidente mais freqüente na escalada ou alpinismo é a queda. Tanto suas conseqüências podem ser tamanhas, quanto às causas que ela produz. Uma queda é um incidente sem importância, inclusive em algumas modalidades esportivas, sendo assíduas no jogo.

Uma queda descontrolada pode ter sérias conseqüências para quem a sofre. Se uma queda do primeiro escalador ou do segundo de uma cordada provoca lesões, a atuação posterior, uma vez tomada, poderá ser bastante variada em função de sua gravidade. Nossos meios e a situação na parede, em casos gerais, podem ser:

- a primeira reação do segurança em uma queda é comprovar o estado de quem caiu. Se nos encontrarmos à distância devemos tentar nos comunicar com o acidentado mediante gritos ou visualmente.

- trataremos de levá-lo a um local seguro por seus meios, se as lesões assim o permitir ou poderemos o conduzir a um lugar seguro ou a uma reunião (ancoragem) para que permaneça suspenso o menor tempo possível. Em último caso, teremos de içá-lo para um outro platô.

- em caso extremo, em que o acidentado está suspenso e sem conhecimento adequado (só com cadeirinha de cintura), nossa atuação deverá ser rápida: descer até a vítima e colocá-la um arnês de peito (cinta em oito), com um auto-blocante ou um mosquetão preso à corda para mantê-la erguida. A imobilidade em uma má posição, durante um período prolongado, poderá ser fatal (colapso circulatório).

- o passo seguinte é juntar-se ao acidentado em um local seguro para avaliar suas lesões e empregar os primeiros socorros.

- analisar com calma a situação e decidir quais as medidas de retirada devem ser adaptadas dependendo das conseqüências do acidente.


Quando o resgate apresenta-se complicado, vale a pena esperar e fazer uma análise fria da situação ao invés de atuar rapidamente.


Para isso, teremos de valorizar:

- a gravidade das lesões;

- a possibilidade de ajuda exterior;

- os meios disponíveis;

- o número de pessoas disponíveis e suas aptidões;

- as condições do terreno e distância a percorrer;

- as condições meteorológicas;

- o tempo de luz diurna que dispomos;

- os possíveis perigos a que possamos ser submetidos durante a descida;

- os meios de evacuação uma vez no solo.



Atuação em um acidente de escalada




Não é fácil considerar todos esses fatores, porém é indispensável essa visão para realizar um resgate ordenado e seguro.

Antes de proceder a evacuação, terá de se esperar que o acidentado se estabilize, depois de um breve descanso. Quando ele puder falar como se sente e se está bem para começar todos os procedimentos de saída.

Não agrave as lesões do acidentado. Tenha a máxima precaução deixando-o descansar sempre que ele necessitar.

Nos casos de resgates onde participam várias pessoas, deve-se, de comum acordo, obedecer ao mais experiente. É muito importante a disciplina nesses casos, para evitar confusão e erros provocados por opiniões desencontradas. Terá de ser levadas ao extremo as precauções e não perder a atenção na segurança pessoal de cada participante do resgate.


Operações verticais

Técnica de ascensão com o emprego de cordeletes

O escalador, em uma posição segura, liga o estribo à corda principal por meio de um nó auto-blocante e clipa a sua segurança principal a este estribo (por intermédio de um mosquetão de segurança) e, com a alça feita no cordelete, liga a corda à sua cadeirinha.


Descrição da técnica

A descrição técnica desse procedimento obedece às seguintes atividades:

- verifique se a corda está fixa.

- confeccione o nó auto-blocante (com a alça menor do estribo) na corda fixa.

- clipe a sua segurança nesta alça.

- logo acima do nó auto-blocante do estribo, confeccione um outro nó auto-blocante com a alça auxiliar, a qual deve ser enganchada no mosquetão da cadeirinha.

- faça o ajuste da corda retirando a sua elasticidade, deslocando o conjunto de nós.

- sente-se na cadeirinha e desloque o estribo até que ele deixe o corpo em uma posição confortável.

- mantenha as pernas flexionadas (calcanhares o mais próximo possível da região glútea), para empregar a técnica correta de deslocamento.

- force as pernas para baixo, na posição mais verticalizada possível.

- apóie as mãos na corda, para manter o equilíbrio do corpo.

- eleve o nó da alça presa à cadeirinha o máximo possível, até que ela se encontre sob tensão.

- sente-se na cadeirinha e eleve o nó do estribo ao máximo.

- desloque-se em movimentos alternados até atingir o seu objetivo.

- no ponto de saída, procure uma posição segura de apoio.

- saia da alça que liga a cadeirinha à corda.

- saia da área de risco.

- providencie sua nova segurança no local, antes de retirar a sua segurança principal que está no estribo.

- retire a sua segurança.

- retire os cordeletes da corda.

Observação: com o emprego dessa técnica, não existe o risco de se passar do ponto de saída, mas, se isso ocorrer, pode-se retornar fazendo o processo inverso.


Os cordeletes:

Os cordeletes são empregados nas ascensões e devem apresentar boa resistência, a qual não deve ser comparada à resistência das cordas.

O diâmetro ideal de um cordelete para auxiliar na ascensão é de 6 mm, mas, dependendo da progressão a ser realizada, o cordelete de  7 mm dará um melhor resultado.

Deve-se, contudo, observar sempre o diâmetro da corda principal, para escolher o diâmetro ideal do cordelete a ser empregado.

Para você saber qual a resistência do cordelete que estará empregando, basta aplicar o seu diâmetro dentro da fórmula base de cálculo: diâmetro x diâmetro x 20.

Exemplo: se eu tenho um cordelete de 6 mm, encontro a sua  resistência da seguinte forma: R = 6 X 6 x 20 Logo teremos uma resistência de 720 kg.


Técnica de ascensão com o emprego da peça oito

Consiste na ascensão por auto-blocagem da corda na peça oito, na qual o escalador, com o auxílio de um dos materiais descritos a seguir, ascende por uma corda. São os materiais: punho com o estribo, apenas o estribo, com um nó bloqueador ou com a extremidade da própria corda de ascensão empregando o nó italiano.


Descrição da técnica

Para o emprego da técnica, é necessário que se:

- verifique se a corda está fixa.

- mantenha a peça oito clipada ao mosquetão na posição de descida.

- mantenha esse mosquetão travado todo o tempo.

- insira a corda na peça (normalmente o seio de cima para baixo).

- faça a clipagem do mosquetão do longe curto, no elo menor da peça oito (se for esse o elo que se encontra livre).

- ajuste a corda até tirar a sua elasticidade e verifique se realmente a peça oito está bloqueando.

- com o emprego de um dos materiais anteriormente citados (punho, estribo ou nó bloqueador), prepare para dar início à ascensão.

- tome posição em pé no material que preparou para servir como estribo.

- à medida que você vai tomando a posição em pé, vá, automaticamente, ajustando a corda na peça oito, puxando-a para cima e para o lado, não deixando que se desfaça o bloqueio.

- durante todo o percurso, siga observando o travamento da corda e não deixe a peça oito ir para a posição vertical, ela deve permanecer sempre na linha horizontal.

- após cada bloqueio, eleve o máximo possível o material que estiver sendo utilizado como estribo.

- ao chegar ao final da ascensão, atente para sair primeiro da peça oito (usando sempre o estribo como apoio principal de saída).

Observação: a sua segurança principal deverá ser realizada com o longe maior, o qual vai ficar, desde o início, até o final da ascensão, conectado ao material empregado como estribo. Quando tiver de empregar o nó italiano, deve ser preparada uma alça para receber a sua segurança principal.


Técnica de ascensão com o emprego do gri gri

Consiste na ascensão pela auto-blocagem do aparelho na corda, na qual o escalador, com o auxílio de um dos materiais descritos a seguir, ascende por uma corda. Os materiais são: punho com estribo, o estribo com um nó bloqueador ou com a extremidade da própria corda de ascensão empregando o nó italiano.


Descrição da técnica

A ascensão com o gri gri deve seguir aos seguintes procedimentos:

- verifique se a corda está fixa.

- execute a inserção da corda no material.

- ajuste a corda ao peso, deixando-a sob tensão.

- prepare o estribo.

- tome posição em pé no material que preparou para servir como estribo.

- à medida que você vai tomando a posição em pé, vá, automaticamente, ajustando a corda no gri gri, puxando essa sentido acima, evitando folga.

- sente-se na cadeirinha e eleve o estribo para uma nova posição de bloqueio.

- execute esses movimentos alternados até concluir a ascensão.

- ao chegar ao final da ascensão, atente para sair primeiro do gri gri, usando sempre o estribo como apoio principal de saída e como sua segurança.


Técnica de ascensão com o emprego do stop

Consiste na ascensão por auto-blocagem do aparelho na corda, na qual o escalador, com o auxílio de um dos materiais a seguir, ascende por uma corda. São eles: punho com estribo, só o estribo com um nó bloqueador ou com a extremidade da própria corda empregando o nó italiano.


Descrição da técnica

A técnica pode ser resumida nos seguintes procedimentos:

- verifique se a corda está fixa.

- execute a inserção da corda no material.

- ajuste a corda ao peso deixando-a sob tensão.

- prepare o estribo.

- tome posição em pé no material que preparou para servir como estribo.

- à medida que você vai tomando a posição em pé, vá, automaticamente, ajustando a corda no stop, puxando para cima, evitando folga.

- sente-se na cadeirinha e eleve o estribo para uma nova posição de bloqueio.

- execute esses movimentos alternados até concluir a ascensão.

- ao chegar ao final da ascensão, atente para sair primeiro do stop, usando sempre o estribo como apoio principal de saída e como segurança.

Observação: sempre que o estribo for feito com a própria corda, deve-se atentar para a confecção do nó italiano, pois ele deverá ser feito sempre na corda já tencionada.


Transposição de um nó com uso de blocantes

Técnica de ascensão e transposição de um nó (ascendendo):


Essa técnica de ascensão tem como objetivo fazer com que o profissional transponha uma corda emendada, passando pelo nó existente e continue progredindo até que seja alcançado o seu objetivo.

É importante o profissional saber que, quando se emendam duas cordas, deve-se fazer uso de um nó oito com alça na extremidade livre da corda. Essa alça, futuramente, vai servir de ponto de segurança para o profissional que está ascendendo para executar a transposição.


Desenvolvimento e procedimentos a serem tomados:

- equipe-se corretamente com os materiais bloqueadores;

- equipe-se na corda, primeiramente, com o blocante de punho já com o estribo conectado, observando a clipagem de sua segurança nesse punho;

- equipe-se na corda com o blocante croll, observando a retirada da elasticidade da corda;

- execute a ascensão até aproximar-se do nó e clipe a sua segurança (longe médio) na alça do nó;

- retire o blocante de punho do cabo e passe-o para a corda acima do nó;

- pise no estribo, aproxime o blocante croll do nó e, em seguida, prepare para retirá-lo da corda e passá-lo para a corda acima do nó, encaixando-o entre esse nó e o punho;

- retire a sua segurança (longe médio) do nó e continue subindo até alcançar o seu objetivo.





Técnica de transposição de um nó (descendo):


Essa técnica de descida tem como objetivo a transposição de um cabo emendado, a passagem pelo nó existente e a continuação da descida até que seja alcançado o seu objetivo.

É importante o profissional saber que, quando se emendam duas cordas, deve-se fazer uso de um nó oito com alça na extremidade livre da corda. Essa alça, futuramente, vai servir de ponto de segurança para o profissional que está ascendendo para executar a transposição.


Desenvolvimento e procedimentos a serem tomados:

- esteja devidamente equipado e com seus materiais bloqueadores.

- prepare-se para a descida, inserindo a corda na peça oito ou stop e clipe-o no mosquetão se, para isso, estiver fazendo uso da peça oito. Inserir a corda no blocante de punho, na qual este deverá estar preso ao mini longe da cadeirinha, observando que ele deverá permanecer com o seu portal de mordentes aberto, simplesmente deslizando na corda.

- inicie a descida e, com uma das mãos, mantenha o punho pronto para a blocagem.

- ao aproximar-se do nó, a mais ou menos um palmo, feche o portal de mordentes do punho (blocagem). Observação: a distância do punho com relação ao oito deve ser a mesma do oito com relação ao nó.

- continue descendo até que fique completamente no blocante, aliviando o seu peso na peça oito.

- em seguida, clipe a sua segurança (longe maior) na alça do nó a ser transposto.

- retire a peça oito da corda e recoloque-a abaixo do nó.

- equipe-se novamente para a descida, não se esquecendo de fazer a blocagem como segurança.

- pise no estribo e retire o mini longe (desclipando-o do mosquetão) do punho.

- recupere o punho, desfaça a blocagem.

- continue descendo.



1 – punho blocante

2 – longe curto

3 – peça oito na cadeirinha

4 – nó direcionado 



Figura 415: visão lateral do sistema, onde:

1 – punho blocante

2 – longe curto

3 – longe maior

4 – nó direcionado

5 – peça oito de quem transpõe




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