06 outubro 2012

Armação de mangueiras para o combate a incêndio - Terminologia - Ligação - Linha ( direta e Tripla ) - Guarnecer mangueira - Formas de Comando por voz ( pronta a linha, alto a linha, alto a ligação, Bomba armar, bomba desarmar, Avançar, Linhas com uma, duas e três mangueiras, Recuar, Perigo iminente, posição de combate, linha a postos, pulse, Ataque ) - Comando por gesto ( Mandar água, aumentar pressão, Diminuir pressão, Alto ) - Termos abreviados - Forma de montagem das linhas de combate - Técnica base para a armação de ligação e linhas - Prescrições gerais - Chefe e auxiliar de guarnição ( CG, AG, C1, C2, C3, CL, AL, A1, A2, A3 ) - Armação 2x1, 2x2, 3x1, 3x2, 4x1, 4x2 - Armação de mangueiras no plano vertical - Escada prolongável ( Transporte, Posicionamento, Elevação, Preparação e desenvolvimento, fixação da corda, Segurança da escada ) - Técnica da mochila - Posicionamento e amarração do esguicho - Alça da mangueira - Cabo da vida - Cabo solteiro - Içar ligação - Acondicionamento da mangueira no cesto da plataforma - Segurança individual


Armação de mangueiras para o combate a incêndio

 Figura 102 - Armação de mangueiras

As armações de mangueira são as formações empregadas para o fornecimento de água ou espuma para realizar as atividades de combate a incêndio.


Terminologia utilizada

• Ligação – é a mangueira ou série de mangueiras de 2½ polegadas que canaliza a água da boca de expulsão da viatura, hidrante ou outro manancial até o divisor. Conta-se essas mangueiras a partir do manancial em direção ao divisor.

 Figura 103 - Ligação

• Linha – é a mangueira ou série de mangueiras de 1½ polegadas que canaliza a água do divisor ao esguicho. 1a 2a 3a 4ª Contam-se essas mangueiras a partir do divisor em direção ao esguicho.

 Figura 104 - Linha

• Linha direta – é a mangueira ou série de mangueiras de 2½ ou 1½ polegadas que canaliza a água da boca de expulsão da viatura ou hidrante ao esguicho, sem passar pelo divisor.
As mangueiras são contadas a partir do manancial em direção ao esguicho.

 Figura 105 - Linha direta


• Linha simples – é a armação de uma única linha de mangueira, acoplada à boca de expulsão direita do divisor, ou conforme determinação do chefe da guarnição.

• Linha dupla – é a armação de duas linhas de mangueira, acopladas, preferencialmente, na primeira e segunda boca de expulsão do divisor.

• Linha tripla – é a armação das três linhas de mangueira, ocupando todas as bocas de expulsão do aparelho divisor.

 Figura 106 - Linha tripla


• Bomba armar – é o conjunto de operações que se processa no estabelecimento dos equipamentos, para a montagem das ligações e linhas de mangueira.

 Figura 107 - Combinação de mangueira em ligação e linhas em um bomba armar


• Bomba desarmar – é o conjunto de operações que se processa de modo inverso ao estabelecimento, visando o recolhimento do material empregado no combate.

• Posições de combate – são posturas que o chefe e o ajudante de linha devem realizar durante as ações de combate.

 Chefe de linha: se posiciona de pé segurando o punho do esguicho com uma das mãos, enquanto a mangueira passa por baixo da axila do mesmo lado. A mão oposta, por sua vez, vai se posicionar na alavanca de abertura e fechamento do esguicho.

 Ajudante de linha: se posiciona logo atrás, do lado contrário ao chefe e segura a mangueira com as duas mãos, tendo o cuidado, durante a progressão para não empurrar e nem travar a mangueira, mas apenas movimentá-la de acordo com a necessidade.

Quando o ambiente não possibilitar a permanência dos bombeiros em pé, devido ao calor ou fumaça, e para fazer abertura de porta, estes se posicionarão com os dois joelhos ao solo.

• Guarnecer mangueira – é a técnica de segurar a mangueira no solo com um dos pés ou com um dos joelhos, realizada obrigatoriamente durante as conexões de mangueiras no divisor e na boca de admissão da viatura ou do hidrante.

Figura 108 - Guarnecer mangueira


Formas de comando

Toda ação de combate a incêndio deve ser organizada mediante vozes e/ou gestos de comando, que são comunicações feitas de forma clara, para dar ordens ou para informar sobre a execução de uma ação.

É importante salientar que a utilização do equipamento de proteção respiratória provavelmente atrapalhará a comunicação por voz, sendo necessário chegar perto do interlocutor, tocar o seu capacete ou cilindro para chamar a atenção e falar pausadamente, solicitando sempre a confirmação de compreensão da mensagem.


São comandos por voz:

Pronta a linha – Emitida pelo ajudante de linha ao auxiliar de guarnição, informando que todas as conexões foram feitas e a linha está pronta para ser pressurizada, ou seja, para receber água do divisor.

Pronta a ligação – Emitida pelo auxiliar da guarnição ao operador da bomba, informando que todas as conexões foram feitas e que a ligação está pronta para ser pressurizada.

Alto a linha – Emitida pelo ajudante de linha, ao auxiliar da guarnição, após determinação do seu chefe. Sempre é necessário identificar a linha.

Alto a ligação – Emitida pelo auxiliar da guarnição, ao operador e condutor da viatura, após determinação do chefe da guarnição.

Bomba armar – Emitida pelo chefe da guarnição, determina o início da operação de montagem da ligação e das linhas de mangueira.

Bomba desarmar – Emitida pelo chefe da guarnição para determinar o término da operação e o recolhimento do material.

Avançar – É a voz emitida pelo chefe da guarnição a uma linha ou mais para que ela(s) execute(m) a progressão no ambiente. Para avançar em uma edificação sinistrada, é necessário que, próximo à porta de acesso, tenha sido formado um seio de mangueira, que seja suficiente para chegar ao foco de incêndio. Na dúvida, é melhor que haja mangueira de sobra.

Linhas com uma mangueira: o chefe e seu ajudante ficam na posição de combate e aguardam a voz de avançar.

Linhas com duas mangueiras: o ajudante transporta as juntas.

Linhas com três mangueiras: o chefe da guarnição ou outro bombeiro transporta as juntas de união da 1a e 2a mangueiras.

Recuar – É a voz emitida pelo chefe da guarnição a uma linha ou mais para que ela(s) retroceda(m) do ambiente.

Linhas com uma mangueira: o ajudante se desloca para a saída e puxa a mangueira devagar, para a parte externa.

Linha com duas ou três mangueiras: um terceiro bombeiro auxilia puxando a mangueira, ou transportando as juntas, pela porta de acesso/saída, enquanto o ajudante transporta as juntas.

Perigo iminente – Voz de comando que faz com que a guarnição abandone imediatamente o local.

Posição de combate – Voz emitida pelo chefe da guarnição para que o chefe e o ajudante de linha se posicionem para o combate, conforme a técnica já descrita.

Linhas a postos – Voz emitida pelo chefe da guarnição para o retorno das linhas à posição de combate após a voz de perigo eminente.

Pulse – Voz emitida pelo chefe da guarnição para aplicar o jato atomizado na fumaça.

Ataque – Voz emitida pelo chefe da guarnição para atacar o foco, conforme o tipo de jato definido.


Pode haver também comunicação por gestos, desde que previamente acordados entre o operador e os bombeiros envolvidos no estabelecimento.

Todo comando por gesto tem de ser feito pelo chefe da guarnição ou pelo chefe da linha e o receptor do comando tem de repetir o gesto para que haja certeza de que a mensagem foi compreendida de forma correta.


Comandos por gestos

Mandar água
Indica que deve ser pressurizada a linha ou ligação. Com a braço na altura do ombro, antebraço na posição vertical e palma da mão voltada para o rosto, faz-se um movimento retilíneo uniforme para frente e para trás (Figura 109).

 Figura 109 – Comando para mandar água

Aumentar pressão
Indica que a pressão da água deve ser aumentada. Com a palma da mão, bater sobre o próprio capacete repetidamente (Figura 110).

 Figura 110 – Comando para aumentar a pressão

Diminuir pressão
Indica que a pressão da água deve ser diminuída. Com o braço estendido ao longo do corpo, bater, com a palma da mão, na coxa, repetidamente (Figura 111).


Figura 111 – Comando para diminuir a pressão

Alto

Indica que o suprimento de água deve ser interrompido imediatamente. Com os dois braços cruzados na altura do rosto, faz-se o movimento de um X para cima, repetidamente (Figura 112).


Figura 112 – Comando de alto


Termos abreviados

CG – Chefe de guarnição

AG – Auxiliar de guarnição

CL – Chefe de linha

C1, C2, C3 – Chefe da primeira, segunda e terceira linha, respectivamente

AL – Ajudante de linha

A1, A2, A3 – Ajudante da primeira, segunda e terceira linha


Formas de montagem das linhas de combate

A montagem de ligação e linhas deve ser treinada com a guarnição como em um socorro real, ou seja, com os bombeiros utilizando todos os itens de proteção individual e respeitando a fase de reconhecimento (levantamento de dados sobre o incêndio).

De posse das informações, deve-se elaborar a tática de ação (quem vai fazer o quê e onde), para então se estabelecer os materiais e a guarnição dentro do que foi planejado.

As armações de mangueiras para combate a incêndio podem ser desenvolvidas em três planos:

Plano horizontal – quando o combate ao fogo for no mesmo pavimento onde se encontram as viaturas de combate a incêndio.

Plano vertical – quando for necessário subir ou descer as linhas, ou a ligação, até a localização das chamas.

Plano misto – quando o combate for feito das duas formas anteriormente citadas de maneira simultânea.


Os treinamentos são iniciados com técnicas de estabelecimento no plano horizontal, para somente depois, realizar estabelecimentos no plano vertical e misto, ou seja, deve-se começar pelas técnicas mais simples para depois passar as mais complexas, a fim de que a tropa adquira, de forma progressiva, agilidade, segurança e experiência no manuseio dos materiais.

Ao assumir o serviço, o chefe da guarnição deverá definir as funções de auxiliar da guarnição, chefe e ajudante da 1a linha, chefe e ajudante da 2a linha e chefe e ajudante da 3a linha.

Durante o deslocamento para socorro, o chefe de guarnição deverá certificar-se de que a guarnição está completa. Caso tenha sofrido alguma alteração, as funções devem ser especificadas novamente, conforme a quantidade de militares disponíveis.

Foram elaboradas três técnicas de treinamento com a finalidade de facilitar a armação de linhas de combate: técnicas base para armação de ligação, de linhas e de linha direta.

Conhecendo-as, os bombeiros poderão realizar variados tipos de exercícios ou simulacros, de acordo com sua necessidade de atuação e realidade operacional de pessoal e material.


Técnica base para armação de ligação

A técnica base para armação de ligação é fundamentada nas atribuições gerais de cada função, conforme o número de mangueiras envolvidas na operação.

Em toda armação de ligação é responsabilidade do AG a correção das mangueiras que estejam dobradas ou torcidas. Essa correção também é chamada de “fazer o seio” da mangueira.

As ligações utilizam mangueiras de 2½ polegadas.







4.6. Técnicas base para armação de linhas

Linhas são as mangueiras que transportam água a partir do divisor até o esguicho, por onde é feita a aplicação ao incêndio.

A técnica base para armação de linhas mostra as atribuições gerais de cada função, conforme o número de mangueiras utilizadas.

Em toda armação de linhas é responsabilidade do AL a correção e a proteção das mangueiras que estejam dobradas, torcidas ou em atrito com quinas. Essa correção também é chamada de “fazer o seio” da mangueira.






4.7. Armação de linha direta

A linha direta é um conjunto de mangueiras que canaliza a água da boca de expulsão da viatura (ou saída do hidrante de parede) ao esguicho, sem passar por divisor. Pode ser feita com mangueiras de 1½" ou de 2½". No caso das mangueiras de 2½", em posição de combate, o bombeiro estará deitado sobre a linha.






4.8. Exercícios de armação de linha simples, dupla e tripla, de acordo com a técnica base

Utilizando-se a técnica base podem ser realizados diversos tipos, chamados de bomba armar, os quais são referidos por dois números (1x1, 1x2, 2x1, 2x2, 3x1, 3x2, 4x1 ou 4x2). O primeiro número refere-se à ligação e o segundo à linha.

Pode-se ainda realizar exercícios com até três mangueiras nas linhas quando a ligação possuir até duas mangueiras (1x3, 2x3).

Para a correta realização dos exercícios deve-se, primeiramente, verificar as prescrições gerais do presente item.


4.8.1 Prescrições gerais

1) As linhas devem ser armadas a favor do vento, ou seja, tendo o vento batendo as costas dos combatentes.

2) O pronto da linha deve ser dado pelo ajudante da linha, após determinação do seu chefe, de forma verbal ou através de gesto, antes ou após a linha ser totalmente estendida. Sempre deverá ser emitida resposta de confirmação.

3) Nos exercícios com mais de duas mangueiras na ligação, o chefe ou chefes de linha (conforme o exercício) deixam o esguicho próximo ao divisor, auxiliam na ligação e depois executam a atividade referente à sua linha.

4) Nos exercícios em que os chefes de linha trabalham na ligação, os ajudantes deverão, se necessário, transportar duas mangueiras.

5) Deve-se utilizar, preferencialmente, um maior número de mangueiras na ligação e menor número nas linhas, fazendo com que a perda de pressão seja menor.

6) Nos exercícios com 3 ou 4 mangueiras na ligação as linhas devem ter, no máximo, 2 mangueiras.

7) Após o reconhecimento, o CG deve reunir a guarnição e informá-la sobre o tipo de armação de linhas a ser desenvolvida: se direta, simples, dupla ou tripla. Deve informar também a quantidade de mangueiras que serão utilizadas nas linhas e na ligação e o posicionamento de cada linha. Exemplos: “Atenção guarnição, vamos armar uma linha dupla com três mangueiras na ligação e uma em cada linha” ou, simplesmente, “Atenção, vamos armar uma linha dupla 3X1 (três por uma)”. “A primeira linha vai entrar pela porta dianteira para atacar o fogo. A segunda fica ao lado da entrada para apoio”.

8) Ao determinar que o AG dê a voz de “pronta a ligação”, o CG deverá posicionar-se no aparelho divisor até o seu retorno.

9) Ao dar a voz de “pronta a linha” o ajudante deverá identificá-la: “pronta a 1a, 2a ou 3a linha.”

10) Durante as conexões na boca de expulsão da viatura e no divisor, as mangueiras deverão ser guarnecidas. Essa técnica evita que a mangueira seja arrastada por quem a está estendendo.

11) O AG e os AL poderão entregar a extremidade das mangueiras diretamente nas mãos do receptor, ou poderão deixá-las no solo para que eles a peguem, se isto agilizar a atividade.

12) Na armação de linha direta com quatro mangueiras, pode-se conectar o esguicho ainda na mangueira enrolada e realizar o transporte das mangueiras com o esguicho já conectado na extremidade.

13) Conforme a situação, para ganhar tempo, o CG poderá fazer a junção entre a 1a e 2a mangueiras da ligação, enquanto que os CL poderão fazer a junção entre a 1a e 2a mangueiras da linha.

14) O aumento ou a diminuição do número de mangueiras na linha poderá ser realizado sempre que houver necessidade.


Para isto, é necessário:

a. Dar a voz de “alto a linha”.

b. Retirar o esguicho.

c. Trazer a outra mangueira.

d. Realizar as devidas conexões ou retirar a mangueira e conectar novamente o esguicho.


Bomba armar 1 x 1

Descrição: uma mangueira na ligação e uma mangueira em cada linha


O Bomba Armar 1 x 1 pode ser visto da seguinte forma:


Armação da ligação

CG – Transporta o aparelho divisor ao local tecnicamente recomendado (Figura 113a) e volta até a boca de expulsão da viatura ou hidrante, onde irá encontrar uma das extremidades da mangueira de 2½" deixada pelo AG (Figura 113b). Estende a mangueira e a conecta na boca de admissão do aparelho divisor, ao mesmo tempo em que manda o AG dar a voz de “pronta a ligação” (Figura 113c e Figura 113d).


 Figura 113 - Chefe de guarnição na armação de ligação


AG – Transporta uma mangueira de 2½" para as proximidades da boca de expulsão da viatura ou hidrante (Figura 114a e Figura 114b).

Desenrola-a (Figura 114c), faz adaptações, se necessário, e efetua a conexão (Figura 114d), guarnecendo a mangueira, para que o CG possa estendê-la. Faz o seio na mangueira (Figura 114e), dá a voz de “pronta a ligação”, após determinação do CG, e desloca-se até o divisor (Figura 114f).

 Figura 114 – Auxiliar de guarnição na armação de ligação


Armação das linhas

CL – Estende a mangueira recebida do AL (Figura 115a) e conecta, de forma imediata, o esguicho (Figura 115b); ordena ao AL que dê a voz de “pronta a linha”, identificando-a. Toma posição de combate (Figura 115c).

 Figura 115 - Chefe de linha na armação de linha

AL – Transporta uma mangueira de 1½" até a boca de expulsão do aparelho divisor (Figura 116a), desenrola-a (Figura 116b) e entrega uma das extremidades ao CL (Figura 116c). Guarnece a mangueira e conecta a outra extremidade no aparelho divisor (Figura 116d). Faz o seio na mangueira, se necessário (Figura 116e). Após ordem do CL, dá a voz de “pronta a linha” e, em seguida, executa a posição de combate ao lado do chefe (Figura 116f).

Figura 116 - Ajudante de linha na armação de linha


4.8.3 Armação 1 x 2
Descrição: uma mangueira na ligação e duas mangueiras em cada linha

(b) (c)) (f)

4.8.4 Armação 2 x 1
Descrição: duas mangueiras na ligação e uma mangueira em cada linha

4.8.5 Armação 2 x 2
Descrição: duas mangueiras na ligação e duas mangueiras em cada linha

4.8.6 Armação 3 x 1
Descrição: três mangueiras na ligação e uma mangueira em cada linha

4.8.7 Armação 3 x 2
Descrição: três mangueiras na ligação e duas mangueiras em cada
linha

4.8.8 Armação 4 x 1
Descrição: quatro mangueiras na ligação e uma em cada linha

4.8.9 Armação 4 x 2
Descrição: quatro mangueiras na ligação e duas mangueiras em cada linha


4.9. Armação de mangueiras no plano vertical

O Distrito Federal possui edificações que, em sua maioria, são dotadas de sistemas próprios de proteção por hidrantes de parede. Para o combate em edifícios altos, deve-se preferir utilizar esses hidrantes, a fim de que o combate seja rápido e eficiente.

Somente se houver algum problema com esses dispositivos, faz-se a armação de mangueiras no plano vertical ou realiza-se a armação das linhas pela escada de emergência da edificação, até o limite de três pavimentos.


4.9.1 Utilização de escada prolongável de fibra com dois bombeiros


 Figura 117 - Escada prolongável

A escada prolongável permite o acesso das guarnições de salvamento e de combate a incêndio a planos elevados, podendo  conduzir linhas de ataque ao local do incêndio.

A técnica descrita abaixo visa organizar a utilização das escadas prolongáveis de fibra, utilizando uma dupla de bombeiros, organizada como chefe e ajudante.


Desenvolvimento da técnica:

1) Sob a ordem de retirar a escada, o ajudante sobe na viatura e libera a escada, a qual deverá estar com as sapatas voltadas para a parte traseira da viatura, e a empurra para o chefe. Este a sustenta, até que o ajudante desça e apóie o outro lado.

2) Com a escada sobre o ombro direito de ambos, caminham em direção ao local onde será armada, com o chefe à frente.

 Figura 118 - Transporte da escada

3) Chegando ao local estabelecido, o chefe coloca as sapatas no solo, a uma distância aproximada de um metro da parede, apoiando-as com os pés (ver Figura 119).

4) O chefe posiciona-se ao lado das sapatas da escada, a fim de determinar o ponto exato onde será estabelecida, enquanto o ajudante permanece ao lado contrário.

 Figura 119 - Posicionamento da escada

5) Sob a ordem de “elevar escada”, dado pelo chefe, enquanto apóia as sapatas com os pés, o ajudante a eleva até que fique na posição vertical, sem deixar que toque na parede.

 Figura 120 - Elevação da escada

6) Antes de dar a ordem para desenvolver a escada, o chefe troca de lugar com o ajudante, passando para a frente da escada (Figura 121a). Enquanto o chefe a segura, o ajudante desfaz o nó que prende o lance da escada (Figura 121b).

 Figura 121 – Preparação para o desenvolvimento da escada

7) Sob a ordem de “desenvolver escada”, o ajudante puxa a corda da escada para baixo, fazendo com que seja arvorada, até o ponto em que o chefe, que estará observando a altura e o local alcançado, dê a ordem de “desenvolvimento alto”, momento em que o ajudante pára de puxar a corda e se certifica de que a escada se encontra travada.

 Figura 122 - Desenvolvimento da escada

8) O ajudante fixa a corda da escada no degrau, com um nó volta do fiel, prendendo o lance móvel da escada (Figura 123a). Enquanto isso, o chefe encosta a escada na parede, corrigindo sua posição se necessário (Figura 123b).

 Figura 123 - Fixação da corda

9) A partir daí, a segurança da escada deve ser feita pelo ajudante, puxando-a para si e observando os movimentos de quem a está utilizando (Figura 124). Esta ação requer do bombeiro atenção constante.

Figura 124 - Segurança da escada

O primeiro bombeiro a subir na escada deve amarrá-la na edificação, se possível.



4.9.2 Técnica da mochila

É utilizada para permitir que o bombeiro acesse um andar superior munido com uma linha de mangueira para o combate, dentro do pavimento ou a partir da própria escada.


Desenvolvimento da técnica:

1. Posicione-se o esguicho voltado para baixo, ao lado do cilindro de ar; a alça da mangueira passa por cima do ombro do bombeiro (Figura 125).


 Figura 125 - Posicionamento do esguicho na técnica da mochila


2. Passe a alça da mangueira por baixo do braço, cobrindo o cilindro; a seguir, passe a mangueira por baixo do segundo braço, de baixo para cima (Figura 126).

 Figura 126 - Alça da mangueira para técnica da mochila

3. Com a mangueira seguindo por cima do ombro, deve-se
terminar o procedimento passando a alça por cima do cilindro (Figura 127). Para o bombeiro desfazer a amarração, basta puxar a alça com a mão esquerda por cima do ombro.

 Figura 127 - Finalização da alça para a técnica da mochila


4.9.3 Içamento de linha

Nessa técnica, a linha é montada, primeiramente, no plano horizontal, para depois ser içada conforme determinação do comandante de socorro.

O içamento é feito com as mangueiras sem água.


O chefe da guarnição:

• Determina qual linha ou quais linhas irão tomar posição no andar desejado.

• Coordena toda a operação.


O auxiliar de guarnição:

• Apanha a extremidade do cabo lançado.

• Faz a amarração (fiel ou laçada) na extremidade da mangueira.

• Completa com um cote na extremidade do esguicho.

Figura 128 – Amarração na extremidade da mangueira e cote na extremidade do esguicho

Manda içar a linha e a guarnece para evitar choque com a parede ou vidraças da edificação.

Reassume o divisor.


O chefe da linha que irá tomar posição no andar superior:

Determina ao seu ajudante que dê alto a linha, apanhe um cabo e, se necessário, mais uma mangueira. Para içar uma linha até o terceiro andar (ou 10 metros de altura), ela deve ser composta de duas mangueiras de 15 metros cada.

Desconecta o esguicho, transporta a extremidade da mangueira para as proximidades do prédio em que será içada e aguarda a chegada da outra mangueira, para efetuar novamente a conexão do esguicho.

Sobe para o andar determinado transportando o cabo recebido do seu ajudante.

Localiza um ponto seguro, fixando nele uma das extremidades do cabo e entrega a outra para o ajudante.

Após a fixação da mangueira pelo ajudante, o CL ordena que o ajudante dê “pronta a linha” por meio da sacada ou janela.


O ajudante da linha que irá tomar posição no andar
superior:

Dá a voz de “alto a linha” ao AG.

Apanha uma mangueira, dois cabos da vida e um cabo solteiro, conforme determinação do chefe.

CABO DA VIDA: cabo com, no máximo 4,5 metros, que serve para a segurança individual do bombeiro.

CABO SOLTEIRO: cabo destinado às diversas atividades de bombeiro.

Desenrola a mangueira, próxima de onde será içada, entrega uma extremidade ao seu chefe e une a outra à que já estava no solo.

Sobe para o andar determinado, recebe do seu chefe a extremidade do cabo e o lança para baixo, avisando que “lá vai cabo”.

Iça a mangueira após determinação do AG, fixando-a com o cabo utilizado para o içamento.

Vai até a sacada ou janela e dá a voz de “pronta a linha”, identificando-a.


As limitações dessa técnica são:

Exige a disponibilidade de uma escada interna, prolongável ou plataforma, para que os bombeiros cheguem ao andar onde será feito o combate, e de lá façam o içamento.

A escada prolongável atinge apenas o segundo pavimento da edificação.

A perda de pressão pela altura é aumentada pelo uso de mangueiras de pequeno diâmetro como as de 1½". Por isso, acima de 10 metros de altura, será melhor içar a ligação.


4.9.4 Operação de içar ligação

A técnica somente será utilizada em situações que não permitam a utilização dos hidrantes de parede e em edificações muito antigas que não tenham esse tipo de sistema preventivo.

Permite utilizar duas ou três linhas controladas no próprio pavimento. Içar o divisor facilita dar “alto às linhas”, diminui a perda de carga, reduz o número de mangueiras de 1½" a serem utilizadas, o  número de cabos solteiros, amarrações em juntas e, principalmente, o desgaste da guarnição e o tempo de armação das linhas.

Não existe limitação da altura para essa técnica. Exemplo disso é que já foram içadas ligações em prédios de até doze andares.


Desenvolvimento da técnica

O CG:

Determina, de acordo com a altura do pavimento em que está ocorrendo o incêndio, o número de mangueiras na ligação e nas linhas. Para a parte horizontal, usa-se uma mangueira, e mais um lance para cada andar. Assim, para içar a ligação até o sexto andar usam-se três mangueiras.

Transporta o divisor até o pavimento imediatamente inferior ao incêndio ou no mesmo andar, caso esteja seguro o suficiente para seu estabelecimento.

Comanda e controla toda a operação observando se as mangueiras estão sem dobras, se as amarrações nas juntas estão sustentando as mangueiras da ligação ou se estão sendo sustentadas apenas por meio das juntas.

Manda dar a voz de “pronta a ligação”.


O AG:

Transporta e desenrola as mangueiras, conforme determinação do CG e faz as devidas conexões.

Usando dois cabos solteiros, faz as amarrações nas juntas das mangueiras e na extremidade da última mangueira.

Manda içar primeiro a extremidade e depois as juntas.

Sobe para junto do divisor, sinaliza “pronta a ligação”.

Assume o divisor.


Os CLs:

Transportam o material que será utilizado na armação das linhas. Cada chefe prepara a sua linha fazendo as devidas conexões.

Mandam os ALs darem a voz de “pronta a linha”. Se a linha for dupla, o C3 auxilia os outros chefes no transporte das mangueiras e esguichos.


O A1:

Sobe transportando um cabo para um andar intermediário.

Vai até a janela ou sacada e lança o cabo, avisando “lá vai cabo”.

Após determinação do AG, iça a conexão das duas primeiras mangueiras e as fixa, juntas em um ponto seguro.

Sobe para assumir a sua linha.

Dá a voz de “pronta a linha” e a assume.



O A2:

Sobe transportando um cabo até o andar que se encontra o divisor; lança o cabo para baixo, avisando “lá vai cabo”.

Iça a extremidade da última mangueira após determinação do AG.

Conecta a extremidade na boca de admissão do divisor.

Fixa o divisor em um ponto seguro, utilizando o mesmo cabo do içamento da mangueira.

Dá a voz de “pronta a linha” e a assume.


O A3:

Se a edificação for mais alta e precisar de mais uma mangueira na ligação, o A3 é o responsável pelo içamento e fixação das juntas da primeira mangueira, que será içada por último.

Realiza as atividades da linha conforme a primeira e a segunda linhas.


4.9.5 Armação de linhas de combate em prédios altos utilizando a plataforma mecânica

Esta técnica somente será utilizada em situações que não permitam a utilização dos hidrantes de parede e em edificações muito antigas que não tenham esse tipo de sistema preventivo.

É utilizada também quando não for possível fazer a técnica de içamento de ligação. A técnica possui facilidades de utilização, mas existe limitação em relação à altura em que o cesto da plataforma pode atingir.

Também não deve ser utilizada quando existir suspeitas de vítimas e não houver a possibilidade de retirá-las pelas vias normais de evacuação e ainda não houver a possibilidade de utilizar-se de duas plataformas, ao mesmo tempo. Por isso, o Comandante de Operações deve avaliar bem a situação durante o reconhecimento, deve planejar as suas ações verificando as prioridades, principalmente em relação a vítimas, e definir os seus objetivos, para evitar surpresas durante a execução do plano.

Para realizar esta técnica, primeiramente, acondicionam-se a mangueira e divisor no cesto da plataforma mecânica. A mangueira estará enrolada de forma sanfonada e presa com tira de borracha para que não desfaça o acondicionamento (Figura 129a). A extremidade da mangueira será conectada na boca de expulsão do cesto (Figura 129b).


 Figura 129 – Acondicionamento da mangueira no cesto da plataforma


O aparelho divisor será conectado na outra extremidade da mangueira, ambos ficarão dentro do cesto.

 Figura 130 – Conexão do divisor na mangueira


É importante que este procedimento fique de forma  permanente, podendo ser utilizado em qualquer tipo de incêndio que necessite deste recurso.

Mais mangueiras poderão ser enroladas da mesma forma e colocadas dentro do cesto, podendo quando necessário aumentar o números de mangueiras na ligação.
(a) (b)
Inicialmente o CG e os bombeiros subirão no prédio pela escada de emergência, para combater o incêndio utilizando o preventivo fixos, levando mangueiras de 1½", esguichos e chaves de mangueiras.

Caso os preventivos não funcionem, pode-se utilizar a plataforma mecânica da forma indicada a seguir.


Desenvolvimento da técnica

O CG:

• Determina, caso haja a necessidade de se utilizar a plataforma mecânica, o pavimento em que o cesto irá se estabelecer.

• Recebe do AG que está no cesto da plataforma a mangueira que esta acondicionada de forma sanfonada e conectada no aparelho divisor e coloca no ombro (Figura 131).

Figura 131 – Transferência da mangueira do AG para o CG

• Na medida em que se transporta o divisor até o pavimento onde será estabelecida, a mangueira irá se desenrolar.

• Caso seja necessário acrescentar mangueiras à ligação, é determinado ao AG para pegar a mangueira no cesto da plataforma e desenrolá-la próximo ao divisor. O CG deve desconectar a mangueira da ligação no divisor, pegar uma extremidade da mangueira que foi desenrolada e conectá-la no aparelho divisor, levando-o para o local do combate.

• Comanda e controla toda a operação observando se as mangueiras estão sem dobras.

• Manda dar a voz de “pronta a ligação”.


O AG:

• Se posiciona dentro do cesto e coloca mais mangueiras de 2½", dentro do cesto da plataforma.

 Figura 132 – Posicionamento do AG no cesto

• Entrega para o CG a mangueira e divisor que estão no cesto.

• Passa para o prédio e auxilia o CG fazendo o seio e tirando a mangueira de quinas.

• Caso seja necessário acrescentar mangueiras à ligação, pega a mangueira no cesto da plataforma e a desenrola próxima ao divisor; pega a outra extremidade da mangueira que foi desenrolada e une as mangueiras.

• Sinalizar “pronta a ligação” de um local que possa ser visto pelo operador da plataforma mecânica.

 Figura 133 – Sinalização de "pronta a ligação" pelo AG

• Assume o divisor.

 Figura 134 – Posicionamento do AG no divisor


Os CLs e ALs fazem a armação de linhas conforme técnica base.


Prescrições gerais:

• Colocar o aparelho divisor próximo a escada de emergência, que dará acesso ao andar do sinistro.

 Figura 135 – Posicionamento do divisor próximo à escada

• Fazer o seio na mangueira tirando das quinas presentes na edificação.

 Figura 136 – Seio na mangueira

• Colocar a segurança individual ao se expor à altura (cabo da vida).

Figura 137 – Segurança individual

O AG é o único que sobe através do cesto da plataforma.

No término da operação todo material utilizado é colocado no cesto.



4 comentários:

  1. Muito bom material, já salvei pra estudar mais! brigado pela contribuição.

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  2. muito bom o matérial,parabéns pelo bom serviço

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  3. Boa noite...
    Obrigado pelo reconhecimento, abração e Feliz Ano novo à você e seus Familiares...

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  4. Muito bom os material, com toda certeza ajuda os bravos e muitos com seus conteúdos.

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